— A atual ruiva-burra do papai...Na festa cheia de pessoas alegres, Dulce Maria sentia-se aborrecida e só. Controlando a raiva, observou a mocinha que acabara de fazer aquela desprezível declaração a um grupo de jovens. Teve vontade de replicar, mas conteve-se, olhando para a taça de champanhe que segurava.
Belinda Uckermann devia levar uns tapas do pai, de vez em quando, pensou.
Olhou para Christopher, que se encontrava do outro lado da sala, conversando com alguns amigos.
Será que ele não percebe a maneira horrível como estou sendo tratada?, Perguntou-se. Ou pouco se importa? Tem sorte de eu me comportar bem melhor do que sua filhinha, ou estaria assistindo a um escândalo!
Uma risada alta chamou lhe a atenção. Era Belinda quem ria, na roda de amigos, olhando diretamente para Dulce.
— A ruiva-burra do papai — a garota repetiu com desdém.
Tomou um gole do champanhe, lentamente.
Mas, afinal, é o aniversário de dezoito anos de Belinda, e talvez ela tenha o direito de celebrá-lo sem a ruiva-burra do papai por perto, disse a si mesma.
No entanto, fora convidada para a festa. O próprio Christopher a convidara. Ela, porém, não deveria ter aceitado. Parecia que daquela vez ele ia deixar bem claro para todos o que realmente significava o relacionamento entre os dois.
Que piada!, Pensou Dulce. Eu devia saber que Christopher designou Alfonso como meu acompanhante para evitar falatórios. Não quer que ninguém saiba que somos amantes.
Alfonso, além de ser seu patrão, era irmão de Christopher. Onde estaria naquele momento? Conversando com alguma mulher bonita, com certeza.
Olhando ao redor da sala, ela o viu dançando com a mãe de Belinda. Os dois conversavam, mas não pareciam nada amistosos.
Falam a meu respeito, com certeza, concluiu Dulce.
Alfonso deve estar pedindo desculpas por ter me trazido aqui.
Respirou fundo e olhou na direção de Christopher, observando-o de cima a baixo.
Aproximou-se de uma janela e olhou para fora, sempre pensativa. Christopher era alto, charmoso, elegante, sofisticado, sexy, musculoso.. - Olhou ao redor, dizendo a si mesma que precisava parar de pensar em Christopher. Deu uma volta no salão, pegou outra taça de champanhe e pousou o olhar rapidamente em Alfonso.
Alfonso tinha um grande respeito pelo irmão mais velho, de quem acatava todas as ordens, porque Christopher assumira o comando das empresas quando o velho Uckermann morrera de um súbito ataque cardíaco. Christopher tivera de amadurecer rápido, mas encarara o desafio.
Ela fitou Christopher longamente mais uma vez. Não soube quanto durou seu olhar, até ouvir:
— Já viu o bastante?
Dulce assustou-se com a proximidade sorrateira de Alfonso.
— Já, já vi o suficiente — respondeu com frieza.
— Opa! — Alfonso exclamou, brincalhão. — Esses adoráveis, olhos verdes estão me dizendo que temos problemas à vista.
—Estou pronta para ir embora, se você quiser ir também, claro —disse, mantendo a pose.
Mas Alfonso sabia melhor do que ninguém o que ela estava sentindo.
— Tudo bem, querida — ele falou com suavidade, segurando a mão delicada. — Vamos sair daqui com o queixo erguido.
— Você é muito observador — ela murmurou, acompanhando-o entre os convidados, até o vestíbulo vazio da casa de campo de Christopher.
— E você observa pouco, Dulce. Vá buscar seu casaco.
Alfonso observou-a subir a escada.
Ela é linda, comentou consigo mesmo. Christopher tem bom gosto.
Sorriu, sentindo uma onda de carinho por ela.
— Onde está Dulce? — Christopher perguntou, desviando a atenção de Alfonso.
— Foi buscar o casaco.
— Tão cedo? São apenas... — Christopher olhou para seu relógio de pulso. — Dez e meia. A noite é uma criança.
— E?
— Qual o problema? Foi sarcástico comigo a noite toda. Eu gostaria de saber o que está querendo.
— Gostaria? Reserve um tempo para mim e terei grande prazer em lhe contar.
— O que há com você? Parece ofendido com alguma coisa.
Alfonso teve vontade de afirmar a Christopher que fora ofendido, mas, naquele instante, Dulce apareceu no topo da escada, ganhando toda a atenção de Christopher. Ela parou ao vê-lo, então desceu os degraus calmamente, olhando-o com frieza bem entro dos olhos acinzentados.
— Qual o problema? — Christopher perguntou em tom suave, quando ela os alcançou. — Está fugindo com meu irmão?
Dulce olhou para Alfonso, desejando que ele fosse seu namorado. Mas, apesar dos dois Uckermann serem atraentes, charmosos e sofisticados, Alfonso nunca a atraíra.
— Estou cansada — falou com doçura. — Foi um longo dia.
— Vamos, me dê seu casaco. Vamos embora — Alfonso declarou, seco.
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Escrava do amor
FanfictionEssa fanfic não é minha, é uma adaptação vondy. Espero ter gostem. Dulce sabia que o primeiro casamento de Christopher deixara cicatrizes profundas, mas ele ainda gastava boa parte de seu tempo com a ex-esposa e a filha mimada. Se Dulce quisesse um...