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Seguiu-se profundo silêncio. Tanto Dulce quanto Anahí estavam atônitas.

— Belinda ficará louca de raiva. —Anahí falou por fim.

— Que palhaçada é essa Christopher? — Dulce gritou, livrando-se da mão dele. — Não vamos nos casar! Estou cansada de suas manipulações. E também não quero nenhuma ligação com sua família horrorosa!

Fez uma pequena pausa e acrescentou:

— Estou indo embora.

— Não vai a lugar algum — Christopher declarou com alcançando-a e segurando-a pelo braço. — Começou isso, portanto vai ficar aqui e me ajudar a terminar!

— Terminar o quê? — perguntou Alfonso, entrando na sala.

Aliviada, sabendo que ele a tiraria daquela situação, Dulce olhou-o, suplicante.

— Me ajude, Poncho! — pediu. — Mande esse arrogante me soltar! Quero ir embora!

— Eu a deixaria ir se fosse você, Christopher — falou Alfonso tom sério. — Não acha que é muita covardia ficar ameaçando  mulheres?

— Não estou ameaçando ninguém!Christopher defendeu impaciente. —Estou tentando convencer essa louca a se casar comigo!

Alfonso mostrou-se confuso por um instante, então sorriu amplamente.

— Casar? Oh, está tudo bem, então. Achei que vocês estavam se matando! Aperte aqui, mano. — Estendeu a mão para Christopher, que apertou-a, sorrindo. — Vai me convidar para ser seu padrinho?

— Parem! — Dulce gritou, à beira de uma crise de nervos. — Querem fazer o favor de parar com isso?

Então, começou a chorar, e Christopher abraçou-a.

— Não chore, Coelhinha — ele murmurou suavemente. — Tudo vai acabar bem, você verá.

— Não posso me casar com você! Sua filha não gosta de mim! — Dulce argumentou.

— Mas eu gosto — Christopher sussurrou carinhosamente, afagando os cabelos sedosos. — Gosto muito de você!

Beijou-a com ardor, e ela acabou por render-se, abraçando-o pelo pescoço e entreabrindo os lábios para que ele aprofundasse o beijo. Nenhum dos dois se incomodou em saber se Anahí e Alfonso estavam olhando, se estavam constrangidos, testemunhando aquele momento de paixão.

— Mesmo assim, não posso me casar com você — Dulce insistiu, quando se separaram. — Minha vida seria pura infelicidade.

— Está se referindo a Belinda?

— Estou. Ela é sua filha, e você a ama. Não vou permitir que a magoe por minha causa — disse, deixando as lágrimas rolarem. — Belinda nunca me perdoaria, se eu permitisse!

— Eu perdoaria, sim.

Os quatros olharam espantados para a porta, e viram Belinda parada lá, com as mãos nos bolsos da calça jeans, uma expressão compenetrada no rosto bonito.

Instintivamente, Dulce afastou-se de Christopher, mas ele puxou-a para perto de si.

Belinda olhou para Christopher, depois para Dulce, com ar desconfiado. Fitou Alfonso longamente, muito séria, como se estivesse zangada com ele.

— Acho que tenho sido uma idiota — declarou por fim, entrando na sala. — Desculpem.

— Oh, Belz, minha querida! — Anahí murmurou, emocionada. A mocinha olhou para a mãe e sorriu levemente.

— A culpa é sua, mamãe. Ou melhor, é sua e de papai — acusou. — Sempre pareceram estar muito bem, juntos. Vocês dois não passam de um casal de crianças que têm medo de encarar a verdade!

Anahí engoliu em seco, enquanto Alfonso ria sarcasticamente.

— Muito bem — Alfonso incentivou, batendo palmas. — Deve mesmo dizer a seus pais o que pensa deles. Estava na hora de alguém fazer isso.

— Alguém já fez, tio Poncho. — Belinda olhou para Dulce,

— Você ama meu pai?

Dulce teve a sensação de que a sala ficara pequena e abafada demais. Em seguida, achou que estava sonhando e piscou várias vezes, como que tentando acordar.

— Vamos, Coelhinha — Christopher murmurou com doçura. —Responda.

— Odeio você — Dulce sussurrou.  — Odeio você e toda sua desprezível família!

— Eu sei, eu sei — Christopher disse, então beijou-a carinhosamente. — Mas...

— Mas também te amo — ela confessou.

— Então, podem se casar, com minha aprovação — Belinda murmurou, como se lhe custasse fazer essa concessão.

— Oh, não vou me casar com seu pai! — Dulce gritou, exasperada. então olhou para Christopher. — Não vou me casar com você.

Christopher, parecendo desanimado, soltou-a.

— Por quê? — Belinda indagou, caminhando até Dulce e parando na frente dela. — Queria que meu pai agisse como um homem forte! Bem, ele não esta provando que é forte, pedindo-a em casamento, mesmo sabendo que me magoa?

— Isso não tem nada a ver com força — Dulce respondeu.

— O problema sou eu, não? Não me quer como enteada, é isso, não é? Sei por que! Afinal, depois do que lhe fiz. Dulce, se eu prometer não interferir, você casa meu pai?

Lágrimas brotaram de seus olhos, atestando sua sinceridade.

— Minha decisão não tem nada a ver com Belinda! — Dulce afirmou. — Tem a ver com amor, puro simples, nada mais! Seu pai não me ama, não sabia disso?

Escrava do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora