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As cinco horas da manhã, Dulce e Christopher estavam no aeroporto de Zurique, esperando a hora do embarque. Christopher foi telefonar para Londres, para saber como Anahí estava, e Dulce ficou sentada numa das cadeiras, cuidando da bagagem de mão.

Ele voltou pouco depois, parecendo preocupado.

— O que foi? — ela perguntou.

— Não sei — respondeu Christopher, sentando-se na cadeira ao lado. —Anahí ainda não saiu do centro cirúrgico. Para uma operação de apêndice, acho que está demorando muito.

— Há quanto tempo ela está lá?

Christopher olhou para o relógio de pulso.

— Quase quatro horas — respondeu, franzindo a testa. — E esse maldito avião que está atrasado!

Dulce afagou o braço musculoso.

— Ela vai ficar bem — disse. — Anahí é uma mulher saudável. Qualquer que seja a complicação, ela superará.

— Não é com Anahí que estou preocupado — ele murmurou, pondo-se de pé.

Belinda. Dulce pensou. Ele está preocupado com a filha.

Será que aquela garota tem idéia de como é afortunada por ter um pai como Christopher?

Ao chegarem ao Aeroporto de Heathrow, bem na hora  do rush. Dulce agradeceu a Deus por haver um carro esperando-os para levá-los direto para Londres. Ela e Christopher estavam exaustos, pois nenhum dos dois dormira durante o vôo.

Belinda ligara para o hotel por volta das duas horas da madrugada. Então, os dois só tiveram tempo para fazer as malas e chegar ao aeroporto de Zurique em cima da hora marcada para o embarque. Depois de deixarem a cidade alemã, mal tinham se falado.

Christopher ficara entretido com seus próprios pensamentos, esperando o fim da viagem com aparente paciência, mas sua expressão fechada mostrava que estava preocupado com a filha e com a ex-esposa. Assim, Dulce permanecera em silêncio.

A manhã já estava chegando ao fim quando entraram no hospital particular onde Anahí fora internada. Depois de uma rápida conversa com a garota da recepção, que não estava autorizada a dar informações, os dois tomaram o elevador e desceram no andar do quarto de Anahí.

Belinda, pálida e preocupada, logo os viu e correu na direção de Christopher.

— Oh, pai! É horrível! Ninguém me diz nada, e mamãe está lá dentro há horas!

— Calma — Christopher murmurou.— Dê-me cinco minutos e descobrirei o que está acontecendo. Há uma sala de espera ou qualquer coisa do gênero, onde você possa ficar esperando, enquanto eu...

— Vou com você! — Belinda exclamou, chorando. — Quero ver a cara deles quando forem obrigados a dar as informações que esconderam de mim!

Apesar da gravidade da situação, Dulce não pôde conter um sorriso.

Tal pai, tal filha, pensou. Conheço muito bem a força de intimidação que Christopher demonstra, quando encontra resistência.

Ao vê-la sorrindo, Christopher também sorriu.

— Vai esperar? — perguntou.

Dulce movimentou a cabeça afirmativamente.

— Não se preocupe comigo — falou.— Vá e descubra como Anahí está.

Christopher concordou, então voltou a atenção para Belinda, envolvendo os ombros da garota com um braço e guiando-a pelo corredor.

Dulce observou-os partir, desejando poder ir com eles para oferecer seu apoio, mas sabia que havia um pequeno limite entre apoio e intrusão.

Terei de ser paciente e cuidadosa, se quiser ser aceita pela filha dele, disse a si mesma, encaminhando-se para a sala de espera.

Escrava do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora