Christopher usava um terno cinzento, estava sem gravata e desabotoara os três primeiros botões da camisa azul, expondo parte do peito largo, coberto de pêlos escuros.— Christopher! — Dulce exclamou, assustada. — O que está fazendo aqui?
— Trabalhando, como você — ele respondeu em tom displicente. Na verdade, nem tirou os olhos dos papéis que segurava. — O que Poncho está negociando com o sr. Brunner? — Agora sei por que esse alemão ainda não assinou o contrato — Christopher prosseguiu com aspereza. —Estamos aceitando todas as exigências dele, desde que as negociações começaram!
Dulce pestanejou, tentando controlar-se, incapaz de pensar com clareza. Não conseguia acreditar que Christopher estivesse ali, sentado no sofá de sua suíte.
— Venha aqui e veja isso — ele ordenou seco, sem fitá-la.
Dulce apertou o nó do cinto do robe e caminhou na direção dele, simplesmente porque não sabia o que mais poderia fazer. Christopher estava agindo de modo diferente, intrometendo-se no negócio com o sr. Brunner. Até então, seguira estritamente a regra de não se envolver numa transação que estivesse aos cuidados de Alfonso.
— Concessões, concessões! — Christopher falou, furioso, sacudindo os papéis no ar. — Em todas as reuniões com Franc Brunner, ele fez exigências que nós aceitamos. Sente-se.
Impaciente, separou os documentos que achou mais relevantes.
— Aqui — disse, apontando uma cláusula com o dedo. —São concessões que ele não tinha o direito de pedir, e que nós concordamos em fazer
Dulce percebeu que, durante os quinze minutos que estivera fora da sala de estar. Christopher entrara de mansinho, acomodara-se confortavelmente no sofá e lera o contrato. Fitou-o, vendo, pela primeira vez, um lado desconhecido de sua personalidade.
— Queremos as patentes que pertencem ao sr. Brunner — argumentou com calma.
— A qualquer preço?
— Fibras ópticas são um produto revolucionário, Christopher, e você sabe disso.
Ele moveu a cabeça afirmativamente.
— Bem, essas patentes serão a revolução da revolução! — exclamou. O sr. Brunner sabe que pode pedir o preço que bem entender. Se você estivesse no lugar dele, faria a mesma coisa.
— É verdade. Mas se minha empresa fosse realmente sólida, eu não venderia essas patentes, certo?
Ele tem razão, Dulce admitiu. O único motivo pelo qual Franc Brunner quer vender as patentes é porque sua empresa está passando por dificuldades financeiras.
— A transação toda é uma vergonhosa bagunça — Christopher falou com rigidez. — Tem consciência disso, não?
Dulce fez um gesto afirmativo com a cabeça.
— Alfonso tem se comportado como um idiota, o que aumentou a ganância de Brunner — Christopher declarou. — Em vez de já estarmos com o contrato assinado, patinamos no mesmo lugar.
Fez uma pausa, jogando os papéis na mesa.
— Brunner deve estar planejando pedir mais concessões. Mas não faremos nenhuma, Coelhinha. Dessa vez, não.
Dulce sentiu os músculos de seu corpo enrijecerem, pois, além de pronunciar o apelido dela em tom sedutor.
Christopher deslizou a mão por seu joelho, sensualmente.
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Escrava do amor
FanfictionEssa fanfic não é minha, é uma adaptação vondy. Espero ter gostem. Dulce sabia que o primeiro casamento de Christopher deixara cicatrizes profundas, mas ele ainda gastava boa parte de seu tempo com a ex-esposa e a filha mimada. Se Dulce quisesse um...