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POV's JinYoung

Ir à escola não era um problema, eu amava estudar, o que era o fétil de um nerd, como costumavam a chamar-me. Mas ser inteligente e amar aprender, não significa que eu seja uma pessoa que apenas pensa e fala sobre isso.

Eu já havia desistido de tentar ter amigos há muito tempo, eu sabia que todos pensariam as mesmas asneiras e que já teriam contaminado metade da escola sobre isso.

Todos me odiavam e eu não sabia o porquê, acho que, eu tentava não ligar para o que os outros pensavam sobre mim, mesmo que soubesse de tudo.

Eu era um ótimo observador, vi varias historias se modificando a partir dos anos. Como a de Jackson e Mark, os melhores amigos que se afastaram da noite para o dia. Presenciei a vitória de um e a destruição do outro, enquanto um ganhava estrelas, outro as perdida. E foi assim, que Jackson e Mark deixaram de ser os melhores amigos, para se tornarem dois desconhecidos.

Pensei muitas vezes ir tentar consolar Mark, enquanto ele via Jackson fazendo novos amigos e esquecendo de sua pequena existência, mas logo mudava de ideia e desistia para o próprio bem do mais velho.

Agora, presenciava a vida de Kim Yugyeom e Rafaela Park mudarem totalmente. Jurei de pé junto que eles eram tão próximos que nada poderia abalar aquela amizade, afinal, de todos os modos, os olhos do menino brilhavam ao ver o quanto a menina sorria para si.

Qualquer um que os visse, sentiria o tamanho carinho que ambos sentiam um pelo outro, cogitariam o fato de serem muito mais que melhores amigos.

Mas isso mudou, quando ela apenas passou a fugir dele. Talvez, a menina odiasse tanto companhia que abriu mão da única pessoa que realmente amou naquela escola, preferiu esconder-se na biblioteca com os personagens mais inusitados dos livros.

Nós havíamos trombado, no primeiro dia que ela escapou dos rapazes. Estava tão apressada que acabou nem por perceber que um de seus botons havia ido de encontro ao chão. Tentei chamá-la, mas já era tarde demais, a morena já havia corrido e se infiltrado na biblioteca.

Fazia duas semanas que eu estava ensaiando para entregar aquele maldito botom a ela, e todos os dias eu desistia assim que via o quanto estava entusiasmada com seus livros.

Eu não tinha medo de ir até lá e apenas entregar-lhe a merda de um objeto, mas, ao mesmo tempo, sentia um certo receio de acabar sendo tratado como lixo, novamente.

Rafa nunca havia tratado-me mal, lembro do dia em que lhe entreguei sua caneta e recebi um sorriso em troca, porém, não era a mesma coisa.

Ao certo, era um nervoso, já que todos sempre trataram-me como lixo ou algo sem tanto valor assim. Por mais que eu não quisesse dizer ou transparecer, havia uma insegurança tremenda circulando o meu corpo.

Todos me odiavam, e eu não havia feito nada a nenhum deles. Zombavam de minha cara, e ainda por cima, do único lugar que eu realmente me sentia bem ali dentro.

Já haviam pichado as paredes da sala onde ficava o jornal, escondido os papéis para a impressão de tal, e ainda, já havia recebido algumas agressões por conta dele.

Poderia ter desistido de tudo isso, quando algumas ofensas passaram a se tornar chutes e olhos roxos, mas, escrever era a minha paixão, ser um repórter era o maior sonho de vida, e não, eu não desistiria por apenas idiotas que negam opiniões alheias.

Quando descobri que a biblioteca estaria fechada para reparos, pensei em correr para qualquer outro lugar que não fosse a cantina, mas eu sabia que algum dos inspetores achariam-me.

Assim que ultrapassei as portas do refeitório, já pude ver o burburinho começar a rolar solto, alguns olhares reprovando a minha presença ali, enquanto outros tratavam de ouro desgosto.

Paradise ➤ YuGyeomOnde histórias criam vida. Descubra agora