(ouve com música) : Everytime We Touch
Este lugar é me familiar , tenho a estranha sensação de já ter estado aqui , não sei ao certo ..
-Espero que gostes da tua nova casa filha. -Falou o meu pai , olhando para trás , onde eu me encontrava.
-Não vou criar grandes expectativas , porque quando o faço acabamos sempre por ir embora , agora dizes isso ,mas depois mudas de opinião e levas-me. -Falei friamente. Tirei o cinto , abri a porta e sai. Chovia um pouco , vi que a porta de casa encontrava-se aberta , vi alguém lá dentro a olhar cá para fora, um rosto familiar. Caminhei em direção à casa , olhei para trás e pude ver o meu pai e o Cal a tirar a bagagem do carro.
- Menina Clary ! - Falou uma voz vinda de dentro de casa. Eu conhecia aquela voz , não podia ser era Lena , a governanta , que estava comigo desde que eu era pequena , era como uma avó para mim .
-Lena ! -Exclamei . -Pensava que te tinhas ido embora , e que nunca mais voltasses.
-Acha que eu ia deixar a menina e o seu pai ? - Falou Lena.
-Não sei , foste embora à 2 meses atrás e nem sequer me pude despedir de ti. -Falei.
-Agora estou aqui com a menina , vá anime-se !
-Uma ajudinha , não ? -Disse meu pai entrando em casa , carregado de malas.
Caminhei para os ajudar , peguei nas minhas malas e caminhei até ao quarto de que Lena me disse. Abri a porta e o quarto estava pintado de rosa e branco , com quadros meus , com coisas que me eram familiar , sentia um cheiro no ar , parecia perfume , o perfume que a minha mãe costuma-va usar. É nestes momentos que penso nela , a falta que me faz , sentir os seus abraços . Porquê ? Não mereço , não dá .. sinto-me cada vez mais fraca , sinto-me só.
-Estás bem meu amor ? -Falou o meu pai entrando no quarto.
-Não sei , sinto falta da mãe . Queria que ela tivesse aqui sabes , tudo poderia ser diferente . Foi tudo culpa minha ! -Falei , chorando.
-Filha , não podemos fazer o tempo voltar atrás , e não foi culpa tua , as coisas acontecem . Tudo vai mudar para melhor . -Falou meu pai tentando tranquilizar-me.
-Achas mesmo ? Voltaremos a ser felizes ? -Perguntei.
-Acho. Que tal irmos lanchar e a seguir dar uma voltinha para ficares a conhecer a tua nova casa ? - Falou.
-Talvez , mas prefiro ir sozinha . Desculpa pai.
-Não sei se é boa ideia , deixar-te sozinha assim.
-Não te preocupes , eu levo o telemovel. -Sorri.
-Sendo assim, está bem mas quero em casa bem cedo. -Disse, levantando-se e saindo do meu quarto. -Espero-te lá em baixo.
-Ok , até já.
*********
Para onde vou ? Não tenho destino , lugar . Tenho que espairecer .. Tudo vai mudar Clary, vai ficar tudo bem . Continuo à deriva sem rumo , estava tudo muito nublado , escuro , frio e eu estava só. Não podia chorar , não podia berrar , ninguém me iria ouvir. Quero a minha vida de volta , a minha felicidade ..
-Olá boneca. Cheiras a virgem ! Deixa-me levar-te aos céus! -Falou uma voz atrás de mim que me agarrou a cintura , puxando-me.
Pude ver que era aquele parvalhão do avião. Aquele que me acediou . Aquele nojento.
-Larga-me ! -Gritei.
-Boneca , não vale a pena gritares , agora és minha e eu vou mostrar-te como é que é ! Pensas que me esqueci da chapada que me deste ? Claro que não , agora vais ver o que é bom. -Falou, a sua voz enojava-me .
Senti as suas mãos a tocar-me na minha parte , senti a sua boca no meu pescoço . Vi que ele me levava para um cobiculo onde não havia ninguém .
-Larga-me seu nojento ! Socorro -Gritei novamente.
-Já disse para te calares otária. -Falou , dando-me uma chapada e empurrando fazendo-me cair e bater com as costas contra a parede.
Comecei a chorar sem saber o que fazer , as minhas costas doiam , mas isso foi o menor . Ele poxou-me para levantar , senti novamente as suas mãos na minha anca , tentando tirar-me as calças.
-Socorro! O que é que tu queres de mim ? -Gritei.
-Tu sabes muito bem o que quero e tu vais faze-lo , percebido ? -Gritou.
-Deixa a rapariga em paz , seu otário ! Porco. -Falou um rapaz que se aproximava rapidamente.
-E tu quem és ? O namoradinho ? Oh que querido , agora vai-te embora.
-Já te disse larga-a agora ! -Exclamou o rapaz , dando um murro na cara do nojento que me fazia mal.
-Oh calma lá amigo. Isso foi desnecessário. Fica lá com ela. -Disse , soltando-me e saindo dali a correr.
-Estás bem ? Precisas de ajuda? -Falou o rapaz simpático que me acabara de salvar a vida.
-Eu .. não sei . Quem és tu ? -Perguntei chorando.
-Toma o meu casaco , deves estar cheia de frio , bem , eu sou o Dylan. Olha vem comigo. -Falou o rapaz , pondo o seu casaco à volta dos meus ombros.
- Onde me levas ? -Perguntei ainda a chorar.
-Não tenhas medo , se te acabei de salvar , podes confiar em mim. -Sorriu.
-Bem , tens razão. -Ri com esforço.
-Consegui arrancar um sorriso . -Falou rindo. -É melhor irmos. Está a ficar frio e tens que te acalmar.
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