Tick - Tock

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Troco-me rapidamente e pego o prato de comida que estava em cima da cama. O medo de a comida estar envenenada ou algo do tipo me consome.

Ao lado tem uma garrafa de água, pelo menos ela está lacrada e bebo sem ter problemas em imaginar como seria morrer pelas mãos de Travor.

Termino minha água vendo uma movimentação estranha por de baixo da porta. Era possível ouvir vozes, mas estava abafado de mais, não deixando identificar quem era ou o que estavam falando.

De repente a porta se abre e Travor entra nervoso e um pouco assustado.

─Os planos mudaram querida. ─ ele começa a pegar algumas coisas aleatoriamente para mim e sai do quarto deixando a porta aberta.

Sem perda de tempo, rapidamente tento sair, mas ele volta com algo preto nas mãos.

─O que está acontecendo? ─ tento disfarçar minha surpresa por quase ser pega.

─Nada que eu não possa resolver. ─ ele se aproxima. ─ Precisamos adiantar meu plano, mas tudo irá sair como quero Victória. Mas precisamos sair daqui agora.

Então Travor coloca um capuz preto na minha cabeça e mobiliza meus braços para trás com suas mãos.

─Eu vou colaborar Travor, não precisa de nada disso. ─ tento me soltar da amarra que estava tentando colocar nos meus pulsos, mas ele não cedeu.

─Eu sei que vai Victória, mas não vou contar com a sorte. ─ me empurrando, começamos a sair do quarto.

Andamos por algum tempo em silencio, não sabia se onde estávamos era grande ou ele estava tentando me deixar desnorteada.

─Está tudo pronto Travor. ─ ouço a voz da fina da minha mãe de repente e paro em choque.

─Mãe? ─ chamo-a ainda sem acreditar.

─Oi querida. ─ sinto seu perfume cítrico e deduzo que ela esteja bem próxima de mim. ─ Benjamin esta bem, ele é um garotinho tão lindo filha. ─ sinto suas mãos acariciarem meu rosto coberto, me contorço em nojo a fazendo rir. ─ Precisamos que você não fale, só por precaução.

Ela então arranca o capuz a força de mim e com uma fita grossa tampa minha boca. Rapidamente eu vejo onde estamos, é uma casa em um bairro do subúrbio de Hollywood onde ninguém imaginaria que eu pudesse estar.

Antes de ver o rosto deles meu rosto é coberto novamente e gemo frustrada.

─Precisamos sair daqui agora Travor, Jack já esta a procura dela e não irá demorar até encontrar a gente.

Me debato nas mãos de Travor ao ouvir o nome de Jack. O peso da culpa misturada com alívio de saber que ele estava vindo me procurar fez com que meu sangue bombeasse adrenalina para meu corpo.

Não fazia mais do que 42 horas que tinha desaparecido, eu sabia que poderia contar com Helena para fazer tudo ser rápido e esse pesadelo acabar logo.

─Precisamos ir. ─ Travor abaixa minha cabeça e entramos em um carro.

Não sei por quanto tempo rodamos pelas ruas da cidade, mas eu já estava cansada e enjoada. Travor fazia questão de passar em ruas silenciosas e menos movimentadas para não chamar atenção.

Eu estava torcendo para esse pesadelo acabar ainda hoje, Travor precisava parar de uma vez por todas de me perseguir e torturar meu psicológico. Tive que me render aos maus hábitos de tomar remédio para dormir e para ansiedade, tudo por uma historia que não é minha.

O carro enfim para, ouço as portas abrirem e logo eu sou tirada a força, quase me desequilibro para cair no chão, mas Travor me segura machucando meu braço.

Ouço o som de uma arma ser destrava e logo após sinto o cano frio na minha nuca.

─Presta atenção Victória, como disse que vai colaborar eu espero que não seja mentira, porque se não... ─ ele deixa a frase morrer fazendo suspense. ─ Eu vou retirar sua venda e sua mordaça, quero que nos siga em silencio, me entendeu?

Balanço a cabeça afirmando e gemo por causa do seu aperto nos meus braços.

─Bom, muito bom. Eu vou te dar Benjamin, não tenho paciência para a porra do seu filho. Mas a primeira tentativa de fuga, de chamar a atenção ou ajuda, ele vai ficar órfão.

Engulo em seco ouvindo suas palavras acidas e sem emoção nenhuma sair de seus lábios. Como pode uma pessoa não ter amor no coração?

Rapidamente suas mãos somem de mim e o capuz é retirado bruscamente. A claridade me cega momentaneamente e então aos poucos reconheço onde estávamos.

No cais onde marcou o encontro.

***

A porta é arrombada bruscamente, os homens de Sanchez não se importavam com os danos, mas eles eram mercenários iriam se importar com o que?

─Não tem ninguém no apartamento, parece que eles saíram a pouco tempo. ─ um deles me diz e depois sai do apartamento.

─Que droga! ─ praguejo chutando uma cadeira da mesa.

─Nós vamos a encontrar filho. ─ Higor para ao meu lado.

Mesmo tentando a pedido de Vitória não consigo ficar no mesmo lugar com esse homem. Ainda tenho muito rancor e sentimentos confusos por sua causa, mas nesse momento só quero achar minha mulher e meu filho vivos e salvos.

─Encontramos o telefone de Victória, algumas roupas de crianças e outras de casal. Além de perucas longas. ─ essa informação me deixa enojado, a Clarice ainda estava envolvida com isso tudo.

Eu precisava cuidar dela de uma vez por todas, mas não sabia como.

Saio na direção que eles vieram, tinham dois quartos um ao lado do outro. Entrei no que achava que Victória teria ficado e comprovei que o telefone dela estava em pedaços no chão.

Passo as mãos pelo cabelo me sentindo frustrado. Não era para nada disso estar acontecendo.

Algo brilhante no chão chama minha atenção, perto do pé da cama de casal mal arrumada vejo o anel de noivado que tinha dado para ela e que não saia do seu dedo, exceto por agora.

Guardo o anel no bolso e saio do quarto determinado a matar Travor.

─Jack? – Helena se aproxima me chamando atenção.

─O que foi? ─ sou um pouco ríspido com ela, mas essa situação toda estava me deixando nervoso de mais.

─Eu acho que sei onde Victoria está. ─ seus olhos estudam meu rosto atentamente.

─Onde? ─ a encaro com total atenção.

Ela me estende um papel e explica que conseguiu copiar o endereço do bilhete que Victória recebeu enquanto ela buscava o cofre do meu pai.

─Obrigada.

─Eu quero que isso acabe logo de uma vez por todas, não aguento mais viver sob tensão. ─ ela olha no fundo dos meus olhos e sinto que não é só eu que fui magoado.

─Eu te prometo Helena que tudo vai acabar hoje.

***

Liberta por Você  Livro III *COMPLETO*Onde histórias criam vida. Descubra agora