Linha de Fogo

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Posso dar mil e uma desculpas para você sobre a minha demora, mas o importante é que estou de volta. Esse capítulo é especial, porque o meu primeiro livro está em 3º lugar na categoria CEO, e é graças a você que me fez acordar e escrever mais um pouco.

Obrigada por cada comentário, voto, crítica e mensagens de apoio, sem vocês eu não teria chegado até essa última historia. <3 

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­­[Victória]

—Rápido! — Travor me empurra para um iate, subindo logo a trás de mim.

Vou para um dos bancos de couro, enquanto Travor desamarra o iate do cais e corre para começar a pilotar. Minha mãe se apressa a entrar em um dos camarotes e fica algum tempo lá dentro, eu olho para todos os lados vendo alguma possível rota de fuga, mas nada ajuda já que estávamos em mar aberto.

Escuto um choro estridente e vejo Benjamim coberto com uma manta nos braços da minha mãe que caminhava apressada até mim.

—O que está acontecendo? — pergunto a ela antes de pegar meu filho no colo.

—Você precisa proteger Benjamim, não importa o que vai acontecer aqui. — Seu olhar demonstrava medo, acho que pela primeira vez depois dessa história toda ela não está pensando só em si. — Apenas se proteja e o meu neto também. — Ela olha uma última vez para nós dois e desaparece para o lado de Travor.

Agarro o corpo do meu filho pela primeira vez, ele é pequeno e se acalma com meu toque, suas pequenas mãozinhas seguram um dedo meu fazendo um sorriso cheio de lágrimas brotar rapidamente em meus lábios. Irei protege-lo, Travor não sairá impune dessa vez, vou fazer questão de me vingar por tudo o que me fez passar.

O iate sai em alta velocidade, as ondas balançavam um pouco a embarcação me dando enjoo, tenho que me apoiar no banco para não cair. Travor se mexe na cabine do piloto, suas mãos e visão não saem um minuto sequer do horizonte.

Olhando para trás a costa já se perdeu de vista, realmente estávamos muito longe da praia. Só temos o mar aberto na nossa frente agora, olhando para o meu filho faço uma rápida prece pedindo para que a sorte esteja do nosso lado e que tudo ocorra bem.

***

[Jack]

Chegamos ao píer a tempo de ver em que direção o iate de Travor estava indo. Correndo de um lado para o outro os homens de Sanchez preparavam uma lancha para que pudéssemos alcança-los.

—Precisamos deixar algumas pessoas Jack, não podemos arriscar mais do que já estamos fazendo. — Mark se aproxima um pouco nervoso com toda essa situação.

—Você e Higor e mais dois atiradores de Sanchez por precaução. — Decido rapidamente escolhendo as pessoas que iriam comigo.

—Mas eu quero ajudar a Victória! — Helena protesta revoltada do meu lado.

—Não posso perder você no meio disso meu amor, por mais que seu irmão ainda me odeie e não entenda meus motivos, vocês dois foram o que me sobrou de família. — Higor segura o rosto dela tentando acalmá-la.

—Mais pai?

—Não posso te perder... — Higor deixa um beijo demorado na testa de Elena e dá as ordens para os homens que ficaram para fazer a segurança dela.

Com todos os homens prontos e preparados finalmente embarcamos na lancha e seguimos Travor. A tensão e a adrenalina corriam em minhas veias me deixando em estado de alerta, não ia perder Travor de vista dessa vez.

Em pouco tempo conseguimos alcançá-los, só precisava faze-lo parar ou pular que era minha segunda opção.

—Não pense em fazer isso. — Meu pai se aproxima já sabendo o que estava pensando.

—Então me diz uma maneira de subir naquele barco? — o encaro.

—Podemos pedir para que ele pare, ou atirar, menos arriscar sua vida dessa maneira.

—Com certeza ele vai parar se você mandar. — Aponto o dedo no seu rosto, gritando irado. — Como qualquer coisa que você fazer vai adiantar, o mundo não gira em torno de você pai. Já arrisquei de mais por você, agora é por minha conta.

Ficamos em silencio por alguns segundos, a tensão pairava entre nós dois se encarando. Ele então deu de ombros e virou as costas para mim.

Enxugo alguns pingos de suor da minha testa e respiro fundo, meus nervos já estão a flor da pele, penso que a qualquer momento eu faço alguma besteira.

Meu pai começa a dar ordens para os homens armados e volta para falar comigo.

—Você vai entrar enquanto vamos distrai-los, então tome cuidado. — Me entrega uma arma carregada e volta trocando de lugar com Mark que pilotava.

—Vai para a ponta do barco Jack, vamos te dar cobertura. — Ele grita por cima do barulho do motor.

Puxo as mangas da minha camisa para cima me dando mais movimentos com os braços, um dos atiradores me dá seu coldre, um colete a prova de balas e um comunicador, ele me ajuda também com algumas instruções de como vai funcionar essa minha entrada.

Vou para a proa do barco e espero o comando deles. Os tiros então começaram, as balas perfuravam a carcaça do iate com facilidade, respiro fundo e estou no barco vendo toda a cena se desenrolar a minha frente.

Pego de surpresa Travor para o iate e começa a atirar de volta, esgueirando entre os móveis me escondo o máximo que consigo para não ser percebido, mas como Travor não é descuidado, ele logo está com Victória em um dos braços e com a arma atirando para todos os lados.

—Apareça Jack, sei que está aí. — Travor grita quando os tiros cessam.

Empunho a arma e saio do meu esconderijo, logo Victoria se remexe no aperto de Travor e ele coloca a arma em sua cabeça.

—Não faça isso Travor. — Advirto ele morrendo de medo de algo acontecer com ela.

—Peça que parem de atirar ou Victoria vai ganhar um corte um pouco profundo. — Ele ri fazendo-a fechar os olhos em pavor.

Lentamente sob seu olhar atento pego o comunicador e aviso o que está acontecendo. Rapidamente recebo a resposta positiva do meu pai depois de um xingamento.

—Pronto Travor agora somos nós dois. — Ainda apontando a arma em sua direção, dou um passo para frente.

Ao perceber meu movimento logo aperta mais o braço em volta do pescoço de Victoria retirando o ar. Em desespero ela agarra seu braço tentando respirar.

—Travor... — o advirto novamente não gostando do que estava acontecendo.

—Que tal jogarmos um jogo? Eu sei que você gosta de arriscar, não é mesmo Jack?

—O que você quer? — cuspo já perdendo a paciência.

—Quero que abaixe a arma para podermos começar nosso jogo. — Ele assente e logo vejo Clarisse ao meu lado também armada.

—Você só pode está ficando louco. — Grito, mas logo sou calado.

Travor puxa os cabelos de Victoria para trás afazendo gritar de dor.

—Você acha que eu estou brincado? — grita nos assustando com sua mudança repentina de humor.

Meu dedo tremia querendo puxar o gatilho, mas eu tinha uma porcentagem grande de acertar Victória no processo e por isso não iria arriscar, mesmo que ficar desarmado custe alguma coisa para mim.

Entrego a arma para Clarisse e levanto as mãos.

—Muito bom Jack, agora podemos começar a conversar. — Seus lábios se abrem em um sorriso um tanto psicótico, é nessa hora que rezo para que meu pai e os homens de Sanchez tenham um plano b.

Liberta por Você  Livro III *COMPLETO*Onde histórias criam vida. Descubra agora