CAPÍTULO 06 - PUDIM DE MORANGO

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- O que você disse ao Victor? – questionei assim que entrei no carro e coloquei o cinto.

- Digamos que ele me devia um favor. – respondeu Brandon acelerando a BMW.

- Que tipo de favor? – eu quis saber.

- Você faz perguntas demais, Menino Flor. Esse assunto é coisa de adulto, não precisa se preocupar. – falou ele enquanto beliscava minha bochecha.

- Para. Eu odeio quando você faz isso. – reclamei afastando a mão dele.

- Então porque seu rosto fica escarlate quando eu te toco? – pude ver o brilho de satisfação nos seus olhos negros.

- Porque eu tenho alergia a você. – retruquei.

Ele deu uma gargalhada.

As ruas de Toronto ainda que cobertas por um véu branco de neve glacial, estavam cheias de vida. Brandon estacionou em uma cafeteria com uma vitrine super chamativa com bolos e tortas de todas as cores imagináveis. Meus olhos brilhavam como faróis em uma noite escura. Eu era simplesmente apaixonado por doces.

- Durante o colegial eu observei que você sempre comprava doces na cantina. Acho que você vai gostar daqui. – disse Brandon abrindo a porta do carro para mim.

- Que lugar lindo. Você costuma vir aqui com frequência? – questionei enquanto lia o letreiro que exibia Wonderland Dream em tons pastel de azul, rosa e amarelo.

- Na verdade é a primeira vez que venho aqui. Eu passo sempre em frente a essa cafeteria, mas nunca entrei.

O lugar era realmente mágico por dentro, a decoração inteira lembrava um jardim britânico nos levando a imaginar que estávamos dentro do País das Maravilhas. As paredes eram recobertas por esculturas de flores e borboletas, fadas e beija-flores. O chão era todo de porcelana verde musgo e as luzes eram pequenas lâmpadas em formato de vagalumes. O ambiente todo estava me tirando o fôlego.

- Que lugar lindo...

- Gostou? Julgando pelas capas dos seus cadernos no ensino médio, imaginei que iria adorar. – ele sentou-se numa das mesas ao lado de uma grande parede de vidro que dava para a rua e fez sinal para que eu também sentasse.

Acomodei-me no assento à sua frente.

- O que vai querer? – ele me encarou com aqueles olhos profundos como um abismo.

- Não sei... Acho que é melhor chamar a atendente. – sugeri.

- Já sei, por que não pedimos pudim de morango e um chocolate quente pra começar? – A palavra pudim de morango sendo dita pela boca de Brandon me fez rir. – do que está rindo?

- Pudim de Morango. Nunca pensei que você diria isso. – expliquei dando risada.

- Não sabia que essa sobremesa era tão estranha assim. – seu rosto estava confuso.

- Não é isso, é que você faz o estilo Príncipe das Trevas, nunca te imaginei falando algo assim.

Ele sorriu maliciosamente para mim.

- Então você me acha um príncipe? – a expressão no seu rosto mostrava que ele estava se divertindo muito com tudo aquilo.

- Claro, na forma de sapo. – retruquei e ele riu novamente.

Uma funcionária logo veio nos atender e finalizados os pedidos não demorou muito até que a mesa estivesse cheia com pudim de morango, chocolate quente, torta de queijo, pães e um cappuccino que havia sido pedido por Brandon.

Forbidden Flower ~ Original StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora