Quebrados

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POV Yoongi

Depois de uma manhã inteira de gravação da música nova, chegamos em casa. A mãe de Namjoon iria dar uma festa. Ele até me chamou, mas eu decidi não ir. Não estava afim de festa, então subi direto para o quarto.

(...)

Estava orgulhoso de mim por ter escrito e gravado Cypher. Não sei explicar o sentimento, só sei que é algo deslumbrante. Já que Jungkook e o Tae foram fazer as compras e não havia mais ninguém além de mim em casa, decidi sair. Tomei uma ducha quente pra relaxar, botei uma camisa branca com uma jaqueta desbotada, uma calça preta, mas não podia faltar um acessório, sem acessórios é como se eu estivesse pelado. Como não estava afim de passar anos ajeitando o acessório na cabeça, decidi apenas pôr um par de luvas e partir.

(...)

Eu estava no bar. Apenas queria encher a cara pra esquecer da minha culpa, mas nem a bebida mais forte era o suficiente. Eu já havia perdido as contas de qual dose eu estava, precisava de muito mais que aquilo. Então chamei o barman novamente.

-Quero uma dose de Vodca Balkan, no capricho.

Não demorou muito e ele trouxe meu pedido. Tomei em apenas um gole,  sentindo a bebida descer rasgando minha garganta. Fiz sinal para o barman e dessa vez pedi uma caipirinha de limão, com dose extra de vodka. Enquanto esperava minha bebida ficar pronta, dei uma breve olhada pelo local. Estava mediano, nem muito movimento, mas também não muito vazio, mas algo me chamou atenção. Na verdade alguém. Era Jungkook. Mas o que ele faria aqui?

Não me movi, pois ele já estava vindo em minha direção. Esperei ele se aproximar mais e perguntei:

-O que faz aqui?

-Estava passando de volta pra casa com o V e te vi aqui.

E por que você não voltou pra casa com ele? -perguntei, virando o corpo todo em sua direção.

-Sei lá. Não estava afim de ficar em casa. -Jungkook deu de ombros- Posso te fazer companhia?

-O bar é público. -respondi sem me importar, então ele sentou-se ao meu lado.

-Então, eu não sabia que frequentava lugares assim, Yoongi. -ele disse, claramente tentando puxar assunto.

-Pois é, eu frequento. E bom, pode me chamar de Suga. Yoongi é para estranhos.

-Entendi. -respondeu ele como se não houvesse mais nada oque dizer. O silêncio reinou entre nós, mas decidi perguntar:

-E aí, como foi as compras?

-Normal, nada de diferente. -respondeu ele olhando ao redor.

-Legal.

O silêncio tornou a surgir, mas eu não fazia a mínima ideia do que dizer. Voltei a olhar para os copos vazios em minha frente enquanto terminava de beber o líquido do copo em minha mão.

(...)

-Suga, você não acha que está bom por hoje? -perguntou Jungkook depois de um longo tempo.

-Eu estou bem, Jungkook, sei me virar sozinho.

-Mas cara, você já fez muitas misturas. Acho que essa já é a sexta caipfruta que você toma hoje fora os shot’s. - Ele parecia preocupado, mas eu não me importo. Eu preciso esquecer tudo isso.

-Por que ao invés de ficar enchendo o saco você não relaxa e bebe um pouco? Álcool as vezes é bom, te faz esquecer os problemas. -falei na intenção dele me deixar em paz.

-Não, obrigado. Eu não bebo. -respondeu na defensiva.

-Então, cala a boca e me deixa. Ei! -chamei o barman- Me dê mais uma dose de whisky.

O barman estava indo buscar a minha dose, mas foi interrompido por Jungkook.

-Não, não precisa. Ele já está de saída.

-Quem disse? -perguntei virando brutalmente para ele.

-Eu estou dizendo que por hoje já chega, Yoongi!

-Até parece que você me diz o que eu devo ou não fazer. Vai cuidar da sua vida, Jeon. Deixa que da minha cuido eu. -falei começando a perder a cabeça. - Não escuta ele, pode trazer mais uma dose.

-Não, você não vai mais beber, Suga. Já chega! Vamos pra casa agora. -ele se virou para o barman- A conta, por favor.

-Eu não vou embora.- disse tentando ficar calmo com esse moleque.

-Ah, você vai sim. Nem que eu tenha que te levar pelas meias.

-Eu sou mais velho. Tenho a consciência do certo e errado. -disse já impaciente.

Ele pagou a conta e começou a me puxar pelo braço. Tentei resistir, mas Jungkook era mais forte que eu e mais alto. Então comecei a pedir para que ele não me tocasse, o que estava sendo completamente inútil, pois a cada reclamação minha, mais ele apertava meu braço.

Já fora do bar, Jungkook pediu parada ao táxi que passava por ali e me botou dentro dele, contra minha vontade.

(...)

Não esperei pelo Jungkook, entrei em disparada na casa. A raiva me percorria, minha vontade era de arrancar aquilo de todo meu corpo, mas instintivamente, chutei a pequena mesa da sala, virando a mesma de cabeça para baixo. Olhei os jarros que haviam ali, então passei minha mão rapidamente por eles, fazendo que caíssem. Avistei as cadeiras da sala de jantar, quando estava prestes a quebrar a mesma senti braços ao meu redor, tentando me impedir de continuar. Olhei para ver quem me segurava e era o Jeon.

-Me larga, seu idiota!- gritei e em um impulso empurrei jungkook para longe, fazendo com que o mesmo batesse na poltrona ali presente.

Ele não caiu, então retornou em minha direção. Antes que ele tentasse me parar de novo, fui logo dando um soco nele, o que fez seu rosto virar para o lado.

-Já chega, Suga! Você está fora de si! -berrou em minha direção.

Em resposta, atirei mais um vaso na parede, fazendo ele se quebrar por inteiro. Jungkook partiu pra cima de mim, tentando me segurar, mas eu fui mais rápido e pus ele contra a parede. Foi aí que vi que ele estava sangrando assustado. O soltei e olhei ao redor. Vidros por todo canto, eu havia destruído tudo. Desviei para minha mão e nela havia alguns cortes presentes. Ao ver o sangue ali  lembrei do acidente que causou a morte dos meus pais. Num ato de desespero, comecei a chorar. Senti braços ao meu redor, era ele.

-Ei, calma. -sua voz era calma, ou parecia tentando ficar- Está tudo bem.

-E-eu preciso te contar uma coisa. - falei em meio a soluços.

Sweet DesireOnde histórias criam vida. Descubra agora