CAP 16: SEGUNDA ETAPA

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Desde o começo
Você foi um ladrão, você roubou meu coração
E eu, sua vítima condescendente
Just Give Me a Reason, P!nk

Desde o começoVocê foi um ladrão, você roubou meu coraçãoE eu, sua vítima condescendenteJust Give Me a Reason, P!nk

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18 de abril de 2016, Segunda-feira.

FAZ EXATAMENTE UM mês desde a conversa com Kile até uma da manhã falando sobre músicas. Estamos cada vez mais próximos e descobrimos várias canções que ambos gostam.

Não precisamos mais ficar na trivialidade de "Oi, tudo bem? O que está fazendo?"; se encontro uma música que acho que ele vá gostar logo encaminho para ele e a conversa se inicia. Ou Kile simplesmente envia um trecho do meu livro que está lendo e eu já fico empolgada. A conversa é fácil, natural. Além das músicas falamos também sobre coisas aleatórias e eu descobri que sua banda favorita é Linkin Park, seu sorvete favorito é o de sabor chiclete e ele realmente gosta de praticar exercícios - já que vai do SECJ para academia.

Por falar em academia eu deveria admitir que estava gostando de treinar. Encontrei vários conhecidos na academia de forma que eu sempre estava ao lado de alguém conversando sobre algo sem relevância enquanto revezava os aparelhos.

Eu já me acostumei com a rotina corrida: escola, casa, trabalho/curso, academia, igreja e namoro, mas, ainda assim ando cansada.

Por um lado, Kai insiste em me ver durante a semana mesmo que eu acabe dormindo em dez minutos de conversa. É bem difícil ficar prestando atenção nas suas palavras quando meus olhos estão pesados, eu juro que tento. Kai fica irritado e eu estou cansada demais para me desculpar.

Confesso que nunca pensei fosse tão difícil conciliar todas essas coisas... Bem que minha mãe tentou me avisar. Minhas notas na escola já começavam a sofrer leves alterações, okay, nem tão leves. Meus professores olham para minha cara cansada e sorriem de forma compreensível, o que me faz sentir ainda pior.

— Está com algum problema, Chiquinha? — perguntou-me certo dia a Sra. Barnes, minha a simpática professora de história. Mesmo na faixa dos sessenta anos ela ainda era bonita, observei.

— Tudo bem. Apenas com sono — respondi com um sorriso fraco.

— É difícil trabalhar e estudar, não é?

— Sim. Não pensei que o primeiro ano do ensino médio fosse assim tão difícil — confessei.

— Pois é... E suas notas caíram um pouco pelo que vi. Não deixe isso acontecer  sua voz era carregada de ternura e não se esqueça de descansar também, faz parte — ela deu uma piscadinha.

Eu só precisava aguentar mais seis meses. Não sabia se isso me deixava feliz ou triste. Hoje começou a segunda etapa: Informática. Seriam dois meses nos laboratórios de computadores. É, nada de papel.

A ideia de dizer adeus ao SECJ e às amizades fazia meu coração doer. Só de pensar que não veria as meninas a cada sete dias ou que não teria mais as palhaçadas de Lincoln e Tom para me distrair. Eu queria ter o poder de voltar no tempo. Ainda havia coisas para serem feitas e amizades que precisavam de mais tempo para se formarem.

E Se Eu Dissesse Que... Sim?Onde histórias criam vida. Descubra agora