CAP 14: CAKE CLASSIC

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08 de março de 2016, Terça-feira.

ÀS VEZES FICO pensando se os homens realmente têm a memória ruim ou eles se fazem de idiotas. Hoje foi o Dia Internacional da Mulher e Kai me viu três vezes e sequer demonstrou lembrar-se da data. Mas eu não tinha tempo para ficar chateada. A apresentação do Plano de Negócios das empresas criadas era hoje, e claro, tudo resolveu dar errado de última hora.

Felizmente meu grupo conseguiu ter uma ideia que manteve firme diante dos ataques de Natalie.

"Criamos a "Cake Classic", uma doceria/lanchonete especializada em doces de festas e encomendas, mas sem deixar de oferecer várias opções para aqueles apaixonados por salgados. A melhor parte foi imaginar como seria a aparência do lugar. O local seria decorado com mesas prateadas e sofás de estofados vermelhos, piso preto e branco, discos de vinil na parede, dentro outros elementos que remetessem as cafeterias dos anos 60 a 80." É, tinha ensaiado bem meu discurso.

Eu estava mais animada do que apavorada.

Mas o nervosismo apareceu na hora de escolher a roupa. Como Owen éramos da parte administrativa da empresa precisávamos vestir roupas sociais. Passei a noite anterior tentando achar alguma peça que servisse para tal. Fora de cogitação subir a escada do SECJ de saia. Vesti uma calça fleer preta, uma blusa branca básica e um terninho preto.

- Nada mal - sussurrei para o espelho.

Quando foi a hora de cuidar do cabelo tive que escová-lo às pressas e fazer um rabo de cavalo para não parecer que estava desarrumado. Apliquei um pouco de rímel e base e passei o batom de sempre.

Dez para uma Kai pediu para ir até sua casa para me levar aos lugares que u precisava. Corri pelo quarto enfiando o uniforme e os saltos pretos na mochila e checando se estava tudo lá.

- O pen drive! - gritei quando estava no portão de casa. Peguei-o e disparei para a casa de Kai.

Eu ainda teria que passar na casa de Lexie para pegar os cupcake da degustação e comprar granulados para sua cobertura. Bati no portão e irmã mais velha da minha amiga surgiu com um sorriso igual ao dela.

- Oi! Só um minutinho - pediu.

A cada segundo que passava eu sentia a ansiedade uma agitação tomar conta de mim e eu comecei a estralar os dedos freneticamente. Fazia isso sempre que ficava nervosa.

Passamos por vários problemas com o trabalho até chegar aqui. Ontem cheguei em casa depois das oito da noite. As meninas e eu andamos por todo o centro da cidade desesperadas para encontrar os bolinhos para cupcakes; mas não encontramos até que desistimos e em nossa última tentativa entramos em um mercado do nosso bairro e lá estavam os danadinhos!

Owen enfrentou problemas com a mousse. Lizzie não sabia se estaria presente no dia da apresentação. Nem quero lembrar da raiva que passei para criar o plano de negócio e o slide. Minha cabeça ia explodir!

A garota simpática voltou com três bandejas e tentei equilibrá-las até o carro.

- Pronto? - Kai perguntou me olhando de lado.

- Agora preciso comprar o granulado - respondi.

- No supermercado duas ruas abaixo deve ter - sugeriu minha sogra. Quase tinha me esquecido de sua presença.

Entrei em três lugares diferentes até encontrar o último pacote escondido na prateleira. Agarrei-o e corri para o caixa. Olhei para relógio e meu coração bateu rápido demais. Eu tinha quinze minutos para chegar no SECJ!

Pedi Kai para se apressar e ele e deixou lá em pouco tempo; pela primeira vez fiquei grata por ele gostar de correr.

Subi a escada o mais rápido que a mochila, sacolas e bandejas me permitiram.

E Se Eu Dissesse Que... Sim?Onde histórias criam vida. Descubra agora