Porque toda vez
que você toca minha mão
Você sentiria os meus poderes
Correndo em suas veias
Superman, Joe Broks08 de junho de 2016, Quarta-feira.
QUATRO MESES, esse era o temo restante para o fim do curso.
Quatro meses, Letícia", sussurrou uma voz em minha cabeça.Parece que foi ontem que eu subi a escada pela primeira vez vestindo uma calça vermelha e uma blusa da margarida. Desde então muita coisa aconteceu.
Olhei para a janela do ônibus e observei as pessoas passarem apressadas pelo veículo. Para quê tanta pressa? Aumentei o volume dos fones e fechei os olhos. Kile tinha razão, "Far Away era uma ótima música, já tinha escutado-a sete vezes na última meia hora.
Por falar em Kile... Depois daquela simulação qualquer coisa que parecia estranha entre nós voltou ao normal.
Segunda-feira começamos o último módulo do curso com a nova instrutora. Haper era baixa e gordinha, tinha por volta dos quarentas anos e um sorriso alegre, embora sua fama de "grossa e brava" circulasse pelo SECJ. Sim, comentar sobre os professores era um passatempo dos alunos.Nossa nova sala ficava no primeiro a andar e no mesmo corredor da sala de Natalie, então, graças a Deus, seria apenas um lance de escada.
Acabei escolhendo um lugar mais afastado da mesa de Haper para passar despercebida: em frente à porta na segunda fileira e primeira cadeira. Como os garotos ficavam no fundo a atenção dela se voltaria mais para lá.
Na fileira do lado da parede estava William e Kile. Fiquei feliz por ter os dois por perto bem como as garotas atrás de mim na mesma fila.
Desci do ônibus e cobri os olhos com as mãos. Céus, que sol era esse?
- Boa tarde - disse o segurança.
- Boa tarde! - respondi entusiasmada.
Comecei a subir os degraus e percebi que nenhum sonho vinha do andar de cima. Não haviam faxineiras ou funcionários da Direção. As luzes estavam apagadas e o silêncio era assustador. O estalo de algo caindo no chão me deixou paralisada. Aquele corredor mal iluminado era sinistro, eu tinha que admitir. Olhei ao redor e não vi ninguém. Engoli em seco. Ouvi sons de passos arrastados perto dali. Meu coração batia desesperadamente forte e eu temia que ele pulasse do peito. Outra vez passos.
- Oi - relaxei assim que reconheci a voz de Kile atrás de mim.
- Você me assustou! Pensei que estivesse em algum filme de terror e alguém ia surgir com uma faca na mão - disse levando a mão ao coração.
Ele saiu da porta do banheiro e parou ao meu lado rindo liberando uma fragrância de menta.
- Isso me dá um medo danado. Silencioso demais - comentei fazendo uma careta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
E Se Eu Dissesse Que... Sim?
RomanceEu acreditei que aquele seria um ano tranquilo e repleto de coisas boas, e de fato foi, mas não pensei que minha vida viraria de ponta cabeça dessa forma. No início foi legal, eu não acreditei que o que Lex me dizia era real, me recusei a acreditar...