CAP 21: BOLINHO DE ARROZ

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Porque toda vez
que você toca minha mão
Você sentiria os meus poderes
Correndo em suas veias
Superman, Joe Broks

Porque toda vezque você toca minha mãoVocê sentiria os meus poderesCorrendo em suas veiasSuperman, Joe Broks

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08 de junho de 2016, Quarta-feira.

QUATRO MESES, esse era o temo restante para o fim do curso.
Quatro meses, Letícia", sussurrou uma voz em minha cabeça.

Parece que foi ontem que eu subi a escada pela primeira vez vestindo uma calça vermelha e uma blusa da margarida. Desde então muita coisa aconteceu.

Olhei para a janela do ônibus e observei as pessoas passarem apressadas pelo veículo. Para quê tanta pressa? Aumentei o volume dos fones e fechei os olhos. Kile tinha razão, "Far Away era uma ótima música, já tinha escutado-a sete vezes na última meia hora.

Por falar em Kile... Depois daquela simulação qualquer coisa que parecia estranha entre nós voltou ao normal.
Segunda-feira começamos o último módulo do curso com a nova instrutora. Haper era baixa e gordinha, tinha por volta dos quarentas anos e um sorriso alegre, embora sua fama de "grossa e brava" circulasse pelo SECJ. Sim, comentar sobre os professores era um passatempo dos alunos.

Nossa nova sala ficava no primeiro a andar e no mesmo corredor da sala de Natalie, então, graças a Deus, seria apenas um lance de escada.

Acabei escolhendo um lugar mais afastado da mesa de Haper para passar despercebida: em frente à porta na segunda fileira e primeira cadeira. Como os garotos ficavam no fundo a atenção dela se voltaria mais para lá.

Na fileira do lado da parede estava William e Kile. Fiquei feliz por ter os dois por perto bem como as garotas atrás de mim na mesma fila.

Desci do ônibus e cobri os olhos com as mãos. Céus, que sol era esse?

- Boa tarde - disse o segurança.

- Boa tarde! - respondi entusiasmada.

Comecei a subir os degraus e percebi que nenhum sonho vinha do andar de cima. Não haviam faxineiras ou funcionários da Direção. As luzes estavam apagadas e o silêncio era assustador. O estalo de algo caindo no chão me deixou paralisada. Aquele corredor mal iluminado era sinistro, eu tinha que admitir. Olhei ao redor e não vi ninguém. Engoli em seco. Ouvi sons de passos arrastados perto dali. Meu coração batia desesperadamente forte e eu temia que ele pulasse do peito. Outra vez passos.

- Oi - relaxei assim que reconheci a voz de Kile atrás de mim.

- Você me assustou! Pensei que estivesse em algum filme de terror e alguém ia surgir com uma faca na mão - disse levando a mão ao coração.

Ele saiu da porta do banheiro e parou ao meu lado rindo liberando uma fragrância de menta.

- Isso me dá um medo danado. Silencioso demais - comentei fazendo uma careta.

E Se Eu Dissesse Que... Sim?Onde histórias criam vida. Descubra agora