Foi ótimo no início
Mãos dados um ao outro
Sem conseguir ficar longe
Quanto mais próximos, melhor
Agora estamos provocando brigas
E batendo portas
Ampliando todas as nossas falhas
E eu me pergunto por quê
Pergunto para quê
Porque continuamos voltando por mais
Scared To Be Lonely, Martin Garrix8 de setembro de 2016, Quinta-feira.
- O QUE FOI, AMOR? Está quieta hoje... - Kai sussurrou a mesa ao lado.
Jeff passou apressado por nós.
- Não é nada demais. Você pode passar lá em casa por volta das sete horas - perguntei grampeando uma nota fiscal.
- Posso, mas para quê? - perguntou preocupado.
- Conversar - respondi pegando minha bolsa e dando um "tchau" com as mãos para Jeff.
Saí do salão da concessionária pela escada da frente. Atravesse i o asfalto depressa e subi pela rua de terra devagar chutando algumas pedrinhas pelo caminho. Hoje era o dia. Eu não podia mais esperar a situação se resolver sozinha ou piorar ainda mais. Enquanto eu espero pessoas se machucam e sofrem. Como eu poderia cobrar uma atitude de Kile se eu não fazia nada?
Quando Kai chegasse em casa eu diria a ele que queria um tempo e não mudaria minha opinião por nada. Eu não tinha esperanças de que nossa relação se resolvesse com um tempo, pelo contrário, eu sabia que não havia salvação, mas eu precisava de um tempo para pensar em como terminaria com ele. Por mais que Kai fosse um idiota, e nosso namoro abusivo e doente, eu não queria ser responsável por partir um coração.
Comecei a pensar em todas as nossas brigas e palavras hostis que recebi de Kai e uma súbita raiva me invadiu, fazendo chutar uma pedra para bem longe. Como eu pude me apaixonar por ele? Como acreditei que dividiria uma vida ao seu lado? Ele nunca foi aquilo que eu quis, Kai sequer gostava das mesmas coisas que eu e com certeza não era gentil e romântico como eu sonhava. Por que, então, eu tinha aceitado seu pedido de namoro? Possivelmente estava iludida pela ideia de ter meu primeiro namorado quando nem sabia o que significava ser amada por alguém.
Respirei fundo e olhei para o celular, atentando para a data. 8 de setembro. Dali a vinte e dois dias completaríamos um ano de namoro. Desejei voltar no tempo e mudar tudo, mas a vida não é assim, não dá para apertar um botão e corrigir seus erros. O que aconteceu, aconteceu. Só resta encarar as escolhas que fiz e lidar com minhas consequências.
Acabou. O amor se foi. Esfriou. Morreu. É como uma planta que não resiste sem água ao calor ou sem abrigo na tempestade.
Eu precisava estar calma pois o pior estava por vim. Minha mãe certamente perguntaria o porquê de tudo e ei não tinha a menor vontade de explicar toda história para ela, inclusive falar sobre Kile.
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E Se Eu Dissesse Que... Sim?
RomantikEu acreditei que aquele seria um ano tranquilo e repleto de coisas boas, e de fato foi, mas não pensei que minha vida viraria de ponta cabeça dessa forma. No início foi legal, eu não acreditei que o que Lex me dizia era real, me recusei a acreditar...