CAP 32: VAGALUMES

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Sim, você me deixa tão nervosa
Que não consigo segurar sua mão
Você me faz brilhar
Mas eu disfarço, não vou demonstrar
Heart  Attack, Demi Lovato

Sim, você me deixa tão nervosaQue não consigo segurar sua mãoVocê me faz brilharMas eu disfarço, não vou demonstrarHeart  Attack, Demi Lovato

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11 de agosto de 2016, Quinta-feira.

AQUELE COQUE NÃO estava nada legal, constatei ao olhar meu reflexo no ônibus. Assim que desci na rua do SECJ comecei a tirar os grampos até que avistei Kile ao longe, acenei para que ele pudesse me ver.

— Segura para mim? — pedi colocando os grampos em suas mãos quando ele se aproximou.

— Danette com M&M's? — ele perguntou sorrindo.

Não sorria, Kile, não sorria

— Danette com M&M's — respondi.

Soltei o último grampo e balancei as ondas para que não ficassem amassadas e peguei os grampos da mão de Kile antes de atravessarmos a rua. A "gordice" da vez era iogurte de chocolate com confetes de chocolate, sugestão minha não contestada.

Ficamos em silêncio; para ele parecia ser normal mas para mim era desconfortável, preferia quando um de nós falava sem parar, e no caso essa pessoa sempre era eu. Mas desde a conversa com Lex eu me pegava analisando Kile ou pensando se eu estava fazendo algo de errado em relação a ele. Era minha vez de pisar em ovos. Como ele conseguia? Era tão exaustivo!

Meu amigo parecia diferente sob meu olhar, mas não sabia exatamente como. Certo que suas letras românticas vinham com mais frequência assim como seus olhares para mim durante o intervalo, entretanto, não era isso que me preocupava. Era a voz da amiga dele falando: "Tenta conversar e dizer o que sente". Dizer o que ele sentia... Kile seria capaz?

— Eu pego o M&M's — ele disse caminhando para a seção de doces no mercado.

Fiquei ali parada encarando os laticínios na geladeira e pensando: estava cada vez mais claro os seus sentimentos, mas quão intenso eles eram? E quanto a mim, o que eu sentia? Apenas um carinho especial? Algo mais? Não, não, não. Eu não simplesmente não podia gostar de Kile dessa forma, porém, eu não conseguia evitar ficar brava quando roubava sua atenção de mim e quando ele sorria...

— Encontrou? — meu coração quase pulou para fora do peito ao ouvir sua voz e sentir sua respiração tão perto.

— Aham — peguei dois iogurtes de chocolate, entreguei-o e saí na frente.
Reparei que Kile tinha nas mãos duas Tortuguitas mas não disse nada.

— E aí, cara? — o atendente no caixa cumprimentou Kile com aperto de mão. — Tudo bem? Quanto tempo!

— Tudo e você, cara? — ele respondeu animado.

Decidi esperar na porta e dar um pouco de espaço para eles conversarem alguns minutinhos. Kile era como um imã, onde estava atraía pessoas, e muitas vezes, infelizmente, meninas. O vi se despedir do rapaz e caminhar na minha direção devagar. Bata devagar, coração, ordenei.

E Se Eu Dissesse Que... Sim?Onde histórias criam vida. Descubra agora