Marisa Rames, uma jovem que depois da recente morte de seus pais, se vê endividada e tendo que cuidar de sua irmã mais nova, Jéssica, sem ninguém a recorrer, sofrendo o risco até mesmo de ser despejada de seu lar
Theo Smith, um empresário de sucesso...
Haviamse passado dois meses desde que eu havia conversado com as meninas pela última vez, e eu me sentia muito culpado por isso acontecer, mas eu estava assim por causa delas, era meu trabalho, além delas terem se tornado minha maior prioridade pessoal.
Nesse meio tempo, Luccas e eu ficamos mais íntimos, firmamos um relacionamento, que infelizmente, muitas vezes era a distância. Mas que era ótimo da mesma maneira que qualquer outro relacionamento amoroso.
Eu havia voltado da minha última investigação sobre uma gangue que estava envolvida com o meu alvo, infelizmente havia me metido em 3 lutas e 2 tiroteios, o que me deixou muito cansado e machucado, mas não revelaria isso.
No momento que Jess me ligou, meu coração quase saiu pela boca de medo de algo ter acontecido e eu ter falhado na minha missão, e quando sua voz, que estava carregada de choque, e até mesmo, certo medo soou através do aparelho, eu soube que havia algo de errado.
E como a sorte estava contra mim, quando entrei no lugar que ela tinha combinado, sua reação me surpreendeu, me virei para meu namorado, suas pupilas estavam tão negras e dilatadas que o verde de seus olhos parecia ter sumido, sua pele estava pálida, talvez fosse medo, mas eu me questionei porque teria medo de Jess, e porque, ela, a garota mais pacífica que já conheci, estava com raiva dele.
-calma Jessica, me conta o que tá acontecendo - peço, havia uma raridade na situação, eu com meu registro impecável em investigações estava completamente leigo ao que tinha acontecido.
-então teu namoradinho não te contou o que tentou fazer com a minha irmã? - seu tom era tão diferente naquele instante, havia veneno em sua voz, um veneno tão ácido quanto a pureza que havia em sua voz e raiva. - seu querido namorado tentou abusar da Marisa.
Naquele momento foi como se alguém tivesse arrancado meus pulmões, o ar me faltou, todos olhavam para nós, como se fôssemos aberrações, olhei para Luccas que tentava se explicar, dizia ter sido um momento de fraqueza, que queria se desculpar, mas a loira a nossa frente parecia tão passível de aceitar isso quanto um leão é passível de aceitar que havia outro em seu território.
-con...conversamos depois Luccas, é melhor você ir - nesse momento tudo se tornou silêncio, eu tinha uma prioridade ali, e era a Jess, com meu relacionamento eu lidaria mais tarde.
*****
Depois de o que foi mais ou menos uma hora e meia, minha jovem amiga havia me explicado cada detalhe do que havia acontecido, todas as conversas que havia ouvido, tudo que havia visto acontecer e suas suspeitas, apenas as ouvi, não podia revelar nada, não era minha função, pelo menos, não no momento.
Mais tarde, quando voltei pra casa, meus olhos recaíram sobre a imagem do meu namorado, sentado no sofá, os dedos entrelaçados e a feição preocupada.
-Dih, eu posso explicar...- ele tentou começar, mas eu o interrompi bruscamente.
-explicar o que hein, Boccari, que escondeu o fato que tentou abusar da minha melhor amiga? Ou pior, tentar abusar da minha melhor amiga? Luccas, eu não quero nenhuma das suas explicações mal feitas, apenas, pegue suas coisas e saia da minha casa, suas ações não tem desculpa.
Meu coração estava quebrado, e depois dele recolher tudo e sair em silêncio, pareceu que tudo perdeu qualquer sentido que tinha, e eu sabia que só ia piorar, ainda mais quando recebi uma ligação da agência.
-agente Wolly, qual seria a ocorrência, Central? - questionei com uma frieza que conquistei ao longo dos meus anos de trabalho.
-agente, uma ligação foi feita para o senhor, sobre seu caso principal, há novas pistas e necessidade de proteção maior - a operadora da linha não precisou nem ao menos informar de quem era a ligação, eu já sabia, apenas pedi que informasse que eu estaria lá mais tarde
*****
As horas que se passaram foram mais do que suficientes para que eu me preparasse, equipamentos e tudo mais, tudo estava pronto para o que quer que fosse acontecer, logo, eu mesmo me preparei, tomei um banho e coloquei minhas roupas de trabalho, o coldre em meus ombros, fazendo com que minhas armas fiquem rente as minhas costelas, um casaco por cima para não levantar suspeitas entre os civis, por fim, peguei minha bolsa com as coisas e desci, comunicando a agência, deixaria o apartamento vazio para outro agente.
Em poucos minutos, um carro da agência se aproximava, a placa exclusiva para que não fossemos rastreados, o rapaz que veio trazendo o carro, logo retirava caixas com coisas para sua mudança para o novo local, era assim mesmo, tudo muito rápido, não podíamos deixar nada para trás, ou esquecer qualquer coisa que aprendemos.
Ambos desejamos boa sorte um ao outro, e em seguida já estava dentro do carro, dirigindo em direção a casa do Smith, sabia que era ele que havia ligado, com tudo que vinha acontecendo e com a vigilância que mantinha nele, pressentia que não demoraria muito para que finalmente entrássemos em contato direto.
Ao chegar na casa, eram 3 da manhã, o horário combinado, o portão foi aberto, e a imagem de Theodore Smith se fez presente assim que foi iluminado pelos faróis do veículo, do qual sai assim que o portão foi fechado, o olhei bem e ambos apertamos as mãos um do outro.
-agente Wolly - falou ele mecânicamente
-senhor Smith - minha voz saiu no exato tom da dele, fria e sem emoção alguma - creio que saiba que a senhorita Jessica Rames me comunicou dos acontecimentos recentes, como amigos, mas como o assunto falado interfere em minha missão, creio que seja o objeto de assunto dessa madrugada
-é sim - respondeu me olhando, percebi que Jessica havia feito aquilo em segredo, o que me dava medo do que mais ela poderia fazer da mesma maneira.
Então, quando o assunto foi encerrado, me instalei num dos quartos do primeiro andar, e como era noite, mas mesmo assim, a Sra. Smith estava acordada, veio falar comigo, preocupada, apenas a consolei com palavras calmas, entendia sua preocupação:
-eu já jurei e juro novamente, para a senhora, que irei cuidar e proteger elas...
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Eu disse que tava longe do fim, nunca disse que tava longe de juntar os lados da história, creio que vocês vão gostar muito. Até lá, até o próximo capítulo. Beijos
