3

407 42 93
                                    

Não diria que foi a pior noite da minha vida ou a mais constrangedora, mas com certeza ela tem seu lugar na lista. Lizzy fez questão de contar a Mark sobre todos os lugares por onde gostaria de velejar, enquanto Killian não se contentou com a taça única do seu doce preferido, e sugeriu que fosse a cozinha trazer a travessa inteira até a mesa. Concordei com ele na possibilidade de Mark querer mais, ou Lizzy, mas o filho da mãe comeu tudo. Não faço ideia de como cabe tanta comida dentro daquele homem e ele continua um puta gostoso do caralho.
Quando a sobremesa acabou — o que não demorou — o assunto se foi junto. Ficamos um olhando para a cara do outro sem saber o que fazer, até que Mark toca em minha mão e olha diretamente nos meus olhos sorrindo. Gosto do seu toque, mas não gosto do olhar de Killian sobre nós. Ele me convida para um jantar a sós amanhã, no qual eu aceito.
Lizzy pede para se retirar e eu confirmo, achando que Killian iria junto para nos dar privacidade, mas ele não vai. Ele permanece sentado nos observando.

— Mark, pode me ajudar com a garrafa de vinho na cozinha? – ele indaga.

— Acho que você pode fazer isso sozinho.

— Faço questão cara, eu não mordo... Quer dizer, mordo – ele olha para mim sorrindo de lado – mas em outras situações.

Coloco minha mão livre na minha testa, impedindo minha visão de se cruzar com a dele. Mark decide aceitar, mas antes de se levantar, beija minha mão. Fico com medo do que possa acontecer, mas não me levanto.
Acho melhor os deixar conversar um pouco, pode dar certo, eles podem se dar bem, o que será ótimo para mim, pois provavelmente vou investir na minha relação com Mark. Ele é lindo, inteligente, romântico, carinhoso e organizado. Tudo o que um homem precisa ser. Claro, ele deve ser mais fiel que Killian.
Coço o queixo e ouço vidro se chocando contra o chão. Levanto-me rapidamente e corro até a cozinha me deparando com Killian em cima dele com o punho em seu nariz que sangra. Eu grito para que ele saia de cima de Mark, e ele me obedece limpando o canto do lábio que estava sangrando.

— Mas que merda estava acontecendo aqui? Killian, por que você o atacou? – vou até Mark e o ajudo a levantar segurando seu rosto – você está bem?

— Estou.

Volto a olhar para Killian.

— Será que você pode aceitar que nosso casamento acabou? Não existe, mas nós. Você ferrou tudo e agora vem dar um de ciumento? E recorre à agressão? Pelo amor de Deus! Vai embora daqui, eu não quero mais você não minha casa. E quando quiser falar ou ver Lizzy, espere na calçada e leve ela para sua casa!

— Mas Emma...

O interrompo.

— Sabe nossa conversa hoje de manhã, quando eu disse que ainda te amava? – vai doer dizer isso, mas ele precisa ficar longe – Eu menti. Senti pena do seu olhar. Eu não te amo mais. Você me dá nojo! Quando eu olho para você, só te imagino com a minha irmã. Aliás, você pode ter ficado com outras mulheres também, vai saber não é? Agora vai embora!

— Emma... – ele dá um passo à frente – eu só bati nele, porque ele disse que...

O interrompo novamente.

— FORA KILLIAN! – grito.

Ele rosna e sai rapidamente da cozinha. Espero alguns segundos, até escutar a porta se fechando. Viro-me e dou atenção a Mark, que está com o nariz ferrado, no qual deve estar quebrado, mas ele não aceita minha ajuda para ir ao hospital, diz para eu descansar e que entende sobre Killian. Antes de ir, ele me dá um curto selinho e espera ansioso para me ver amanhã.
Ao fechar a porta encontro Lizzy sentada na escada me observando. Me aproximo dela para a abraçar, mas ela balança a cabeça para mim e sobe as escadas rapidamente. Suspiro profundamente e as subo indo atrás dela. A porta do seu quarto não esta trancada, então entro e me sento ao seu lado na cama.

Eu ainda te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora