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Tenho certeza de que foi Sarah. Enquanto eu levava o corpo de Dougle dentro de um saco plástico para o jardim, ela me observava da varanda sem expressão alguma. Mamãe quase desmaiou ao ver o sangue e chorou um pouco, pois adorou o gato. Sarah apenas observou enquanto Lizzy e eu enterrávamos ele próximo às margaridas plantadas a algum tempo.
Lizzy chorou mais um pouco e disse que o amava. Fiz o mesmo e a levei para dentro. Tive que tirar os lençóis de sangue e os jogar fora junto com a coberta. Por sorte não atingiu o colchão.
Ela ficou com receio de entrar no próprio quarto por algumas horas, mas eu a incentivei dizendo que ela era uma garota muito corajosa.
Durante todo o ocorrido, não me lembrei de que deixei Killian no banheiro. Ele já está lá a cerca de uma hora.

- EMMMMAA!

Ouço sua voz ao me aproximar. O encontro ainda na água, furioso. Desculpo-me e o tiro de lá o levando para a cama. Explico tudo o que aconteceu e ele fica confuso. Muito confuso.

- Acho que foi Sarah.

- Mas por que ela faria isso?

Dou de ombros.

- Se eu não estivesse desse modo... Eu poderia ter ajudado... Eu poderia ajudar a descobrir quem é, mas...

Termino de secar seu pé e jogo a toalha ao seu lado. Pego sua mão e a beijo.

- Não pense assim Kill.

- Emma...

- Amor... - o repreendo antes que ele diga o que não deve.

- Tudo bem. Tudo bem. Você precisa secar o cabelo.

- Eu sei.

Caminho até a porta do quarto e a fecho. Vou ao closet e pego uma bermuda e uma camiseta velha para Killian. Ele veste as peças com dificuldade.
Seco meu cabelo rapidamente e visto minha camisola. Ainda são seis da tarde, mas iremos dormir um pouco, pois noite passada Killian sentiu muitas dores e não conseguiu dormir. Se Killian não dorme, eu não durmo.
Aconchego-me ao seu lado na cama repousando meu rosto no seu peito.
Ele acaricia meu cabelo e beija minha testa.

- A senhorita Donald se demitiu.

- Hm.

Olho para ele.

- Dessa forma ficará difícil Killian. Você precisa ser gentil com suas enfermeiras. Já é a quarta em dois meses.

- Elas não me tratam corretamente.

- Elas fazem exatamente o que deveriam fazer.

- Mas elas não são você.

- Eu sei, mas eu não posso faltar de novo. Eu quase me matei para organizar a matéria deste mês, porque Mark não está dando à mínima. Ele não me ajuda como antes.

- O demita.

- Não posso fazer isso de uma hora para outra. Eu sei que ele não está sendo tão eficiente como antes, mas ele ainda faz seu trabalho corretamente.

- Então não demiti.

- Você não dá a mínima para o meu trabalho não é? Além de eu estar me esforçando ao máximo para te ajudar, trabalhando feito uma louca, e não só no meu trabalho, mas no seu também. Você deveria ter me dito antes, que aquela ONG é complicada. E deveria ter me dito que ela está quase falindo. Você precisa de mais investidores, de mais pessoas para ajudá-lo, ou então terá que fechar aquilo e arrumar um emprego de verdade.

Desvio meus olhos dos seus

- Um emprego de verdade? Aquilo é um emprego de verdade. Eu ajudo os animais, as pessoas que estão desesperadas por seus bichinhos doentes. - sua voz soa cansada.

Eu ainda te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora