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Ele surtou. Surtou completamente. Killian começou a andar de um lado para o outro, até mesmo enquanto pagava o sorvete, e também durante o caminho para a farmácia mais próxima, seguindo a sugestão de Lizzy de fazer um teste de gravidez. Eu não estava muito nervosa, pois essa ideia já havia passado por minha cabeça, mas Killian? Ele não disse nada, apenas surtou com os pés.

Enquanto Lizzy e eu caminhamos devagar até nossa casa, Killian praticamente corre, sendo que quem fará o teste será eu, e não ele.
Lizzy me disse que gosta da ideia de ter um irmão ou uma irmã, pois sempre se sentiu solitária. Killian e eu sempre pensamos em ter mais filhos, só que o tempo foi passando, e sempre adiávamos para um ano que fosse mais produtivo em nosso trabalho, mas no final de tudo, não tentamos. Até que surgiu essa inesperada, nem tanto para mim, gravidez.

— Você precisa fazer xixi aí em cima – ele explica ao me entregar o teste.

— Killian, eu já fiz isso antes. Sou mais experiente do que você, agora saia do banheiro.

— Não, por quê?

— Preciso de privacidade.

— Mas eu já te vi tantas vezes.

—  Killian, não estamos mais juntos. Privacidade .

— Mas será um filho meu. Quero estar presente em todos os momentos.

— Quem disse que é seu? Estamos separados a cinco meses – arqueio a sobrancelha.

Ele fica estático por alguns segundos, mas depois sorri abertamente.

— Quase me pegou. Agora faça xixi.

Cruzo os braços esperando que ele saia.

— Não é seu. Sai.

— Eu sei que é meu. Posso refrescar sua memória do que aconteceu no mês passado?

— Não, não e não.

— Do sexo selvagem que tivemos no chão da sala, sendo que minutos antes estávamos gritando um com o outro, e aí você disse: Seu idiota de merda! Me fode com força. E aí eu te obedeci como em todas as outras vezes do nosso casamento.

— Eu me lembro desse erro que cometemos, agora sai, por favor, não consigo me concentrar com você aqui. – digo calmamente.

— Vou esperar do lado de fora.

Ele sai e deixa a porta entre aberta espiando pelo vão. O ignoro e abaixo a calça junto com a calcinha me sentando e posicionando o teste em baixo de onde urino. Olho para a porta e ele continua me olhando, só que dessa vez acena. Não consigo. Não vai sair nada se ele continuar parado me olhando.

— LIZZY FALA PARA O SEU PAI PARAR DE ME OLHAR, DESSE JEITO EU NÃO CONSIGO. – grito.

Dentro de segundos, ela o puxa com força e fecha a porta. Relaxo instantâneamente e faço todo o xixi que estava segurando desde quando acordei.
Balanço o teste e o coloco em cima pia, para em seguida me secar e dar descarga. Lavo as mãos e abro a porta me deparando com Killian encostado na parede e Lizzy ao seu lado.

— Temos que esperar.

— Eu li que as vezes esses testes falham. – diz Lizzy.

— É muito raro de acontecer um falso positivo depois de um mês que...

Lizzy continua.

— O sexo aconteceu.

Killian entra no banheiro e pega o teste o trazendo para fora. Ele cheira e faz careta.

— Você precisa se hidratar mais Emma.

— Killian! Para de ser nojento.

Ele balança os ombros e continua olhando para o teste junto com a filha.
Esperamos alguns minutos até que Killian da um longo grito e agarra minha cintura, depois de ter jogado o teste para o alto. Ele me gira enquanto grito assustada e depois me coloca no chão segurando minha cabeça entre as mãos e selando nossos lábios demoradamente. De olhos abertos, já que não consegui fecha-los pela surpresa, vejo Lizzy nos olhando com um belo sorriso nos lábios. Seguro a cabeça de Killian e o afasto antes que sua língua entre na minha boca.

Eu ainda te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora