O homem por trás da besta

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Seus pensamentos não o deixavam em paz.

Aquela voz em sua mente dizendo o tempo inteiro que tudo que ele havia feito foi por um bem maior não o deixava em paz.

Um bem maior que nem ele mesmo sabia qual era. Um bem que fazia somente a ele mesmo.

No fundo, Chris sabia que estava apenas inventando desculpas para que continuasse a fazer o que ele gostava de fazer.

Machucar as pessoas.

Machucar muito as pessoas.

Machucar uma em especial.

Senhorita Martinez.

Quero fazê-la sofrer, espancar, socar, queimar, esquartejar.

Fogo, isso, vamos colocar fogo nela. Fogo em tudo.

Não, não, você não pode...

Claro que posso.

Eu quero.

Eu devo.

Eu vou.

Eu vou machucar muito.

Ela merece.

Não, você não pode.

Sim, eu posso. Quero ver o sangue daquela vadia escorrendo pelas minhas mãos.

Já chega!

As vozes não calavam a boca.

Vamos, só um arranhão, só uma pancada na cabeça dela...

Seu coração se acelerou e a vontade de quebrar algo era quase incontrolável.

Sua respiração ficou mais rápida.

Suas mãos não paravam quietas.

Seus dedos dobravam em uma agonia que o atormentava.

A visão começou a embaraçar e o zunido no ouvido começou.

Aquilo o deixava louco.

Ele precisava fazer algo. A vontade de estraçalhar o pescoço da vadia era enorme agora. Ele tinha que fazer.

Eu tenho que fazer isso, pensou.

Eu tenho que fazer isso.

Eu tenho que fazer isso.

Era difícil aturar as vozes.

A respiração aumentou.

Os passos ficaram mais rápidos.

O coração batia cada vez mais forte.

A escola se aproximava.

O que fazer?

A faca em sua mochila.

Era isso.

Era só pegá-la.

Era só golpear naquele maldito coração.

Ou só cortar os seus seios.

Um simples corte superficial em cada membro já seria o suficiente.

Chamada: A OrigemOnde histórias criam vida. Descubra agora