O desfecho

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Não era mais que duas da manhã quando sobraram apenas Roger, Fernando e Larissa na casa. Roger e Fernando conseguiram armar uma armadilha para pegar o assassino. Larissa tentou sabotar sorrateiramente, mas não conseguiu o fazer. O era isso, eu era ser descoberta como cumplice. Chris conseguiu escapar da armadilha e correu atrás de Fernando, que correu pela última vez em sua vida. Já que não tinha nada a perder mesmo, uma vez que tudo estava perdido, conseguiu fazer sua última ligação. A polícia atendeu e disse que estava a caminho. Roger conseguiu se esconder por um bom tempo, o que possibilitou a polícia de chegar.

— Acabou, Chris. Eles nos venceram — disse Larissa para Chris, enquanto olhava sua figura na janela.

— Ainda podemos fugir, Larissa — disse Chris estendendo sua mão sem entrar no quarto.

— Fugir?

— Rápido, Larissa, não temos mais tempo. Acabei de matar Roger. Está tudo bem. Não há mais testemunhas. Vamos nos safar.

— Nos safar? O sítio está cercado de policiais, Chris. Não dá para se safar.

— Não seja burra, Larissa. Vamos, anda! — Disse Chris já desesperando, percebendo a aproximação dos policias.

— Eu não quero ser pega.

— Não vamos se fugirmos agora.

— Eu não quero fugir.

— O quê?

— Eu não quero ir para a cadeia. Eu não POSSO ir para a cadeia — disse ela em lágrimas.

Chris não estava entendendo. A Larissa que ele conhecia toparia qualquer coisa. Eles conseguiram vingar a morte de Melissa. Eles estavam prontos para fugir e começar uma nova vida, mas ela estava diferente.

Larissa encarou um objeto em cima da mesa. Aquela tontura que sentira no dia anterior era o que ela desconfiava. E encarando o objeto, Chris ficou ainda mais confuso.

— Larissa, o que está acontecendo?

— Desculpe-me Chris, desculpe-me mesmo — seus olhos trasbordavam lágrimas. Foi quando ela gritou. Gritou o mais alto que ela pôde.

— Larissa! O que você está fazendo? Você vai entregar nossa localização, Larissa. O que deu em você?

— Desculpa, Chris, mas eu não posso ter o meu bebê na cadeia. — Disse ela segurando sua barriga com a mão direita, enquanto chorava desesperadamente.

A porta do quarto se escancarou. Cinco policiais entraram armados, já atirando contra Chris. Uma bala acertou seu braço, o que o fez desequilibrar e cair da janela. A queda o desacordou.

Larissa caiu ao chão. Chorava desesperada. Não queria que terminasse assim, mas o teste de gravides que comprara na farmácia, dera positivo. Ela seria mãe. E isso parecia um milagre. Há dois anos, quando fizera seus exames anuais, descobriu que tinha um problema que a impossibilitava de ter filhos. E aquilo não parecia possível, mas aconteceu. Ela seria mãe. Ela poderia ser aquilo que sempre quis. Ela não desperdiçaria um milagre. Não um como esse. Ela não teria esse bebê na cadeia. Ela não poderia arriscar viver fugindo, quando uma vida estava sendo gerada em seu ventre. E por causa de um bebê, ela afundou completamente o plano de Chris.

E ele nunca se esqueceu disso.


Chamada: A OrigemOnde histórias criam vida. Descubra agora