O que vem depois?

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            Patrícia não conseguiu voltar e encarar o assassino novamente. Não naquele dia. Ela pediu que Ingrid fosse a buscar. No caminho de volta para casa ela pensou em tudo que Chris havia lhe contato. Como a Seita começou até o momento do acidente que matou Melissa. A Seita, no início, segundo Chris, era um grupo de jovens que se reunia em um prédio abandonado para beber e esquecer dos problemas. Chris era um rapaz apaixonado por Melissa. No seu aniversário, Chris planejou uma festa surpresa para ela. Tudo ia perfeito até a Seita chegar. Roger inventou uma brincadeira que utilizava os telefones. E então, uma chamada decidia o futuro da brincadeira.

— Então, quem atendia tinha que beijar quem ligou?

— Sim — disse Patrícia confirmando a pergunta de Ingrid.

— E quem não atendesse?

— Tinha que pagar um mico.

— Deixe-me adivinhar, foi exatamente esse mico que matou Melissa?

— Sim, amiga.

— E que aconteceu depois?

— Eu não sei. Eu não aguentei ficar nem mais um segundo encarando aquele psicopata — Patrícia encarou a pista pela janela do carro — E não sei se vou voltar.

— Ei, Paty, você precisa ser forte, amiga. Eu, mas que todo mundo, sei o quão forte você é! Você passou pelo jogo da chamada por duas vezes. Você quer descobrir a origem de tudo, não é? Agora que começou, você tem que ir até o fim.

— Quer saber, você tem razão. Amanhã eu voltarei e escutarei até o fim, tudo que aconteceu com a Seita original.

— É assim que se fala!

***

O dia amanheceu nublado. Patrícia se levantou e encarou seu reflexo no espelho. Por um momento, lembranças dolorosas invadiram sua cabeça. Era difícil não lembrar de todas as pessoas que morreram. Era difícil aceitar que seus amigos estavam mortos.

Às sete e meia em ponto, Ingrid estacionou seu novo uno na porta da casa de Patrícia. Assim que entrou no carro, ela foi bombardeada por jornais antigos.

— O que isso? — Perguntou Patrícia tentando colocar o cinto de segurança.

— Spoillers — disse Ingrid sorrindo.

— Miga, você...

— Se passei a madrugada toda pesquisando em jornais locais sobre a morte de Melissa? A resposta é sim.

— Como você... Como você conseguiu os jornais?

Ingrid sorriu maliciosamente.

— Ok, me arrependi de perguntar...

— Lembra do Marcos?

— O jornalista, claro.

— Ele é mais que um jornalista. Ele é um jornalista com contatos. É isso que importa nos dias de hoje, Paty. Contatos.

Patrícia sorriu. Era reconfortante estar ao lado de sua melhor amiga.

— O que está esperando? — disse Ingrid ao parar no sinal.

— O quê?

— Leia logo isso aí.

— Você não leu?

— Acabei de pegar com o Marcos.

— Tudo bem — disse Patrícia pegando um dos jornais.

A manchete era enorme: Adolescente morre ao cair do oitavo andar.

— O que diz aí? — Perguntou Ingrid curiosa

— Os adolescentes acionaram a polícia. Todos foram interrogados, disseram que foi acidente. Como eram todos menores, não aconteceu nada com eles. Todos deram o mesmo depoimento, alegando que Melissa se assustou com o barulho do balão e escorregou.

— E o que vem depois?

— Bom, isso vamos descobrir agora — disse Patrícia jogando os jornais no banco de trás — vamos saber direto da fonte. 



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Chamada: A OrigemOnde histórias criam vida. Descubra agora