Trovoa (Limantha)

De perto eu sou ciumenta, mas de longe te enganaram.

Bom dia, pessoas. 

Acho que eu nunca recebi tanta mensagem de "Atualiza" quanto eu recebi essa semana. HAHA OMG.
Todo mundo chateado com a entrevista que a Gi e a Manu deram falando que a gente não deve "esperar" nada de Limantha? To bem chateada, mas entendo posicionamento delas. Que é triste, é. 

Referente o capítulo: Os cap 14 e o 15 eram um só, mas eu achei que ia ficar muito grande, então eu dividi. Isso quer dizer que teremos duas postagens hoje. O cap 15 vou postar depois de malhação. 

Queria agradecer a Carla, a Vanessa e a Judy por me ajudarem nesse capítulo. A parte da Lica eu quase desisti de escrever e essas três lindas me ajudaram.

E agradecer a Juliana por revisar os capítulos mesmo bêbada às 5 da matina. Vc é a melhor pessoa <3 

Prontos?

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Capítulo 14 - De perto eu sou ciumenta, mas de longe te enganaram.

60 dias antes...

(...)
- Sua mão ficou gelada de repente. - O sol já tinha se posto, mas a playlist ainda tocava. - O que foi? - Soltou minha mão e se sentou de frente para mim. - Você quer ir embora?

Eu sempre tinha um discurso pronto para a maioria das coisas, dificilmente eu tinha que lidar com meus sentimentos, principalmente porque quase ninguém acreditava que eles existiam, mas Lica estava ali, pronta para me ouvir e eu não queria me adiantar em algo sem saber o que ela estava sentindo. Eu era um poço de segurança, mas só quando eu estava longe dela. Por outro lado, ela teria me trazido para cá se ela não sentisse algo?

- Lica...
- Pode falar.
- Quantas pessoas você já trouxe aqui?
- Nunca tive vontade de trazer ninguém aqui, além de você. - Ah, claro que ela ia deixar de trazer aqui o Felipe ou o MB. Eles namoraram por meses e ela ME traz aqui? A gente nem tinha nada. - E outra, o Felipe tem casa no interior e o MB sempre me arrastava com a família dele nas viagens de final de semana. - Agora fazia um pouco mais de sentido. - Você não confia no que eu falo?

Eu confiava nela, mas eu tinha que arrumar problema para tudo o que era muito bom. Eu sentia o cheiro de que algo ia dar errado, mas eu não tinha motivos para não confiar nela, certo? Eu podia me jogar de cabeça e ver no que ia dar, se algo não desse certo, pelo menos eu não ia poder me culpar ou podia parar de pensar nos sentimentos que me rondavam e lidar com essa situação como eu lidava com qualquer outra: Não deu certo? A fila anda. Eu não podia estar mais enganada quanto as minhas opções.

- E em mim? Você confia? - Ela assentiu.- Eu perguntei pro Felipe se vocês tinham ficado. - Assumi.

- Por que você fez isso? Se eu já tinha dito que não. - Ela não parecia chateada, mas também não parecia feliz, claro. Era a hora da verdade.

- Porque eu nunca fiquei tão afim de alguém quanto eu to de você e eu ando sentindo coisas que eu não sentia antes. Eu to tentando lidar com isso, mas - respirei fundo - é difícil não virar aquilo que eu mais detesto. Uma louca ciumenta e possessiva. - Lica abriu um sorriso enorme e seus olhos pareciam meia lua. O que eu estava falando mesmo? A gente tinha bebido só parte do vinho, não era efeito do álcool.

- Eu não minto pra você, Sami. Não faz sentido começar uma relação com mentiras.- A playlist que estava tocando acabou e dava para ouvir o barulho do mar.

- Ah, é? Então quando você me mandou mensagem falando "Tá tranquilo", você estava tranquila? - Ela levantou para pegar o celular e me olhou como se ela tivesse sido "descoberta".

- Você não tá tentando comparar, né? E outra, eu passei o dia achando que você tinha me esquecido, eu estava num péssimo dia e você não me respondia. Eu ia falar o que? "To aqui na casa do Felipe"? Por mais que não tivesse acontecido nada, achei que você não ia ficar muito contente.

- Você pensou mesmo isso? - Fui até ela. Me senti muito idiota por ter transado com o Guto depois do que ela disse.

- Claro, eu conheço você. Se faz de descolada, desapegada, mas no fundo... Se bem que você pegou o Guto, né? Então é difícil de saber o que você realmente pensa e sente. - Encostou na parede.

- Então por que você me trouxe aqui se é tão difícil de saber? Não é como se você fos... - Me interrompeu.

- Sami, você é incrível e eu não quero que mude quem você é. Nós somos bem diferentes e eu tenho histórico de infidelidade e você de "figurinha repetida não completa álbum", mas eu gosto de ter uma pessoa só para mim.

- Você sabe que isso pode não funcionar comigo, né? Não sou propriedade de ninguém.

- E nem eu, mas mesmo assim eu me importei com você, sobre ir a casa do Felipe.

- Se tivesse se importado não teria ido. - Talvez eu tenha dito isso mais alto do que eu realmente queria.

- Quer saber? Não me importo se você pegar o Guto, o MB, Deco, pega quem você quiser. A gente fez um acordo, mas você não precisa cumprir. - O tom dela já não estava muito calmo. Eu comecei a ficar irritada com o desdém. Logo agora que eu tinha decido ir em frente com isso.

- Não se importa? Ainda bem, então, porque quando você estava no hospital, diferente de você, eu peguei o Felipe. Nesse final de semana eu peguei até o garçom da festa da minha avó. - Sabe quando você diz algo e sabe que vai se arrepender?

- Era de se esperar, né? Não é a toa que as pessoas acham que você não sente nada por ninguém. Até parece que você faz de propósito. - Ouch. Direto no coração. Lica colocou o celular no bolso e desceu as escadas correndo. Quem ela pensava que era para me ofender desse jeito?

Começou a trovejar. Ótimo! Perfeito momento para isso. Procurei o botão para fechar o vidro do teto e desci.

- Lica? - Gritei na cozinha. Passei para a sala, nada. Abri a porta da entrada e a vi falando no celular. Começou a garoar.
"Como assim a estrada está interditada por causa da chuva? Como assim alagado? Aqui não caiu nenhuma gota até agora. ... A gente precisa voltar hoje. ... Não quero saber que horas você vai conseguir, apenas venha. " - Desligou.

- Olha, Samantha. A gente vai ter que esperar eles liberarem a estrada, parece que caiu uma árvore na pista, então vai demorar um pouco. - Correu até a porta, quando a chora começou a engrossar. - Então, - Se interrompeu, desistindo de falar, visivelmente chateada e entrou em casa. Segurei seu pulso, a puxando para mim. - Sami... - balançou a cabeça negativamente. - Você e eu, não está funcionando. Melhor a gente acabar, já percebemos que isso é um desastre iminente.

Eu que fiquei com os caras, eu e a Lica já tinhamos algo, ela ficou irritada e quis se defender. Não fazia sentido eu tentar prolongar a briga.

- Eu não posso prometer ser quem eu não sou, mas eu posso prometer me esforçar para ser melhor. Eu até pedi desculpas pra Benê hoje. - Ela ainda estava longe, porém não tentou tirar minha mão dela.

- E você pediu desculpa para Benê por ter pegado o Guto? - Pensei em não responder, fiquei em silêncio. - Estou esperando.

- Eu tinha chamado sua amiga de esquisita e outras coisas, mas ela já me desculpou. Está tudo bem.

- Não se mete com a Benê. Sério. Se você fizer isso a gente vai brigar feio, de verdade. - Tirou minha mão de seu pulso e cruzou os braços.