A Guerra dos Nove Mundos

Capítulo 01 - Mais uma Filha

Era o amanhecer, o Sol ainda se levantava no horizonte formando uma extensa e magnífica penumbra. Sua luz passava pela neblina que se formou durante a madrugada, o que dava um toque ainda mais belo ao vasto vale de flores que cobria toda a extensão da Cordilheira dos Antepassados. Os rios que desciam a montanha desta cordilheira eram tão transparentes que era possível ver todo o tipo de peixe que lá vive, esta cena combinava perfeitamente com a extrema beleza das florestas que os rodeiam, tornando toda a cena estonteantemente bela.

No final da Cordilheira dos Antepassados, era possível encontrar uma vila de casas mal arrumadas, simples e humildes com telhados de feno, feitas para formarem um grande semicírculo. No centro do semicírculo, existem as feiras, a escola de artes marciais e a casa do patriarca do Clã.

A casa do Patriarca tinha duas vezes o tamanho de uma casa normal e era um pouco menos tosca que as outras, porém, ainda assim, era possível perceber que as pessoas que ali residem não possuem objetos de grande valor.

O patriarca era um velho senhor que já estava quase alcançando o que ele chamava de seu último dia na terra e vivia preocupado com o destino do seu clã, afinal quanto mais próximo ele estivesse da morte, pior seria seu desempenho em uma luta de vida ou morte.

Zen Étherion tinha cabelos e barba longos e brancos, seu rosto abatido demonstrava que ele não tinha dormido muito bem nos últimos dias e suas rugas denunciavam o extremo estresse que enfrentava diariamente.

Ele era o único Artista Marcial do seu Clã que conseguiu alcançar o Nível Inicial do Segundo Grau da Purificação da Matéria. A sua esperança residia nos jovens do seu Clã, ele tinha esperanças que alguma criança conseguiria ter um nível de talento melhor que o dele ou que pelo menos o igualasse, porém, as coisas não estavam indo muito bem. O nível do talento da nova geração de jovens do clã era muito baixo, eles tinham poucas chances de conseguir atingir até mesmo o Primeiro Grau da Purificação da Matéria.

Quando o Sol finalmente apareceu no horizonte por completo, banhando toda a cidade com sua magnífica e gloriosa luz, o Patriarca saiu de sua casa e caminhou em direção a casa de Helga, ela deu à luz a uma criança durante a noite passada e segundo a tradição, o Patriarca deveria dar sua benção e verificar o nível de talento da criança para identificar os prováveis candidatos a se tornarem artistas marciais, aqueles que se destacassem e mostrassem ter um nível de talento aterrador seriam enviados à capital para que fossem treinados por professores mais qualificados.

O Patriarca caminhou calmamente pelas estradas de pedras com os braços atrás das costas como se fosse um ser supremo, desapegado da vida cotidiana dos mortais. Ele admirava completamente a maravilhosa visão que a natureza lhe dava todos os dias pela manhã, respirou fundo o ar limpo das montanhas e se concentrou em escutar o canto dos pássaros.

Não demorou muito e ele, finalmente, chegou à casa da Helga, chamou por sua filha mais velha, Esther, e aguardou na entrada da casa sendo logo atendido.

— Patriarca Zen, por favor, venha, entre, estávamos à sua espera. O senhor gostaria de uma xícara de chá? Um copo com água?

Esther era uma garota que tinha quinze anos de idade, logo ela iria completar dezesseis anos e estaria em idade para se casar, infelizmente a quantidade de jovens do Clã estava limitada, a maioria deles foram enviados para a guerra. Ela tinha olhos verdes esmeralda e longos cabelos negros que alcançavam suas coxas. Devido à idade seu corpo já tinha se desenvolvido formando belas e magníficas curvas, ela era definitivamente uma bela mulher.

— Hoho, minha jovem, não se preocupe, eu estou bem. Podemos ir dar uma olhada no seu mais novo irmãozinho?

— Ham, sobre isso...