Capítulo 24 - Tridente vs Lança

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Sagwa correu em direção à sua irmã e segurou-a em seus braços. Ela estava completamente sem chão, seu coração palpitava loucamente e lágrimas começaram a brotar de seu coração.

— Irmã, voc... eu... me-me desculpe, eu fiquei muito tempo fora e deixei que você sofresse desta forma... As lágrimas escorriam por sua bochecha incessantemente — A - a - a culpa é toda minha desc...

Neste momento, Esther já tinha reconhecido sua irmã e começou a falar: — Sa-gwa... a cul-culpa não é su-a... n-não se culp....

Esther estava em um estado deplorável, seu corpo estava completamente mole e ela nem tinha forças para falar com Sagwa. Neste momento, o orbe preto de Sagwa pareceu brilhar novamente, instintivamente ela pareceu saber o que deveria fazer. Ela escaneou seu anel espacial e em um canto encontrou uma pílula azul esverdeada. Sagwa puxou a pílula para fora e ficou olhando para ela e, segundos depois, ela enfiou na boca da sua irmã e a fez engolir.

*Gulp!* Inicialmente, Esther estranhou aquele objeto redondo e desconhecido que estava invadindo sua boca, mas, logo em seguida, um frescor suave começou a permear seu corpo. Ela engoliu a pílula e, alguns minutos depois, um sentimento suave penetrou em seu corpo. Ela sentiu-se como se estivesse boiando em um rio enquanto sentia a água lavar seu corpo. Em pouco tempo, suas feridas começaram a se curar com uma velocidade incrível. Sagwa ficou surpresa, ela não achava que existisse algo como esta pílula e o melhor de tudo era que ela possuía várias em seu anel espacial.

Alguns minutos se passaram e Esther estava muito melhor, mas, o que estavam se curando eram as feridas de seu corpo, as feridas que ficaram em sua alma demorariam muito tempo para cicatrizarem.

— Sagwa, que pílula é essa que você me deu? Isso é um milagre!

— Eu não sei, eu só senti que deveria fazer com que você a engolisse.

Neste momento, o rosto de Esther ficou pálido, ela parecia se lembrar de algo. — Sagwa, você precisa salvar a vila, eles apareceram do nada e começaram a tocar o terror. Felizmente, eles ainda não mataram ninguém, mas isso é só questão de tempo.

Os olhos de Esther começaram a transbordar em lágrimas, tudo que ela tinha vivido até o momento foi um completo tormento. A dor que ela sentiu foi tanta que ela desejou morrer e quase tentou morder a própria língua, mas foi impedida por aquele que a tinha usado como um objeto. Quando ela lembrou do que tinha passado, as lágrimas brotaram com mais intensidade, era algo que ela jamais esqueceria. Mas ela tinha que colocar estes sentimentos de lado por um momento, sua mãe e suas duas irmãs ainda estavam sob a posse dos soldados, ela tinha que salvá-las.

— Sagwa, precisamos salvar nosso Clã, nossa família...

— Eu sei, eu acabei de chegar na vila, quando eu vi o que estava acontecendo imaginei que estava sonhando. Até ouvir seu grito, foi então que vim correndo para onde você estava. No caminho, matei três inimigos, com este aqui, já foram quatro... E-eu vou fazer todos eles pagarem por tudo isso.

Esther ainda chorava, mas tentou se acalmar e continuou falando: — Eles chegaram muito subitamente e nos dominaram. Os dois mais fortes, sem ser o capitão, pegaram algumas mulheres e os mais velhos e levaram eles para a lavoura e para os celeiros de estoque para que juntassem tudo de valor. Os outros foram liberados para se divertirem, foi então que eles escolherem algumas mulheres e as pegaram, eu estava entre elas, o resto você consegue imaginar.

— Hã? Porque os mais fortes ficaram cuidado das tarefas enquanto os outros saíram para se divertir? Sagwa não entendia isso, teoricamente seria para os mais fracos fazerem as piores tarefas e os mais fortes ficarem livres para fazerem o que quisessem, o coração do homem era assim.

A Guerra dos Nove MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora