Capítulo 111 - O Túnel na Montanha

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As pessoas do Clã ainda estavam estarrecidas com tudo que tinham presenciado. Quando Sagwa retornou ela parecia a mesma garota meiga de sempre, claro, muito mais madura que antes, mas ainda era meiga e não emanava nenhum intenção de morte.

Porém a visão que eles passaram a ter dela agora era o total oposto, a aura assassina de Sagwa era tão forte que mesmo sem poder cultivar os aldeões sentiram seus corações tremerem. A garota que eles conheciam estava totalmente diferente, eles lembraram da primeira vez que Sagwa matou, também para protegê-los. Ela ficou com receio e sentiu medo pelas consequências, mas a Sagwa de hoje era totalmente o oposto daquela garotinha.

Eles não a culpavam, a matança era algo que era inevitável para aqueles que percorriam o caminho do cultivo, usar os corpos dos inimigos para avançar cada vez mais era quase um tipo de lei impossível de ser quebrada. Mas ainda assim, a mudança repentina de Sagwa lhes deixou completamente desconcertados. Mesmo os guardas-costas sentiram uma pressão em seus corações, apesar de estarem no quarto grau, daqui alguns anos, eles não tinham nenhuma esperança de continuarem sendo mais fortes que Sagwa.

De repente uma membrana aquática apareceu no corpo de Sagwa e em poseidon, limpando completamente o sangue que estava cobrindo os dois. Enquanto aquilo acontecia Sagwa caminhava na direção de Helga.

Assim que chegou em frente a mãe, que não tinha a mínima ideia do que dizer, sagwa sorriu e falou: "Mãe, a senhora está bem?"

A forma com que Sagwa falava agora era totalmente diferente de alguns minutos atrás, toda sua aura assassina se dissipou, se alguém olhasse para ela nesse exato momento, sem ter presenciado a cena anterior, diria que ela era o tipo de garota que não ousaria tirar uma vida.

Aquela mudança deixou as pessoas ainda mais impressionadas, foi nesse momento que eles entenderam, para Sagwa, se ela tinha uma pessoa como seu amigo ou amiga, seria uma amiga leal e honrada, porém se fosse alguém que merecesse morrer, ela mataria sem pensar duas vezes.

Após algum momento a multidão se dispersou e todos voltaram as seus afazeres diários, mas a conversa sobre o que tinha acontecido não terminou ali, muitos estavam com medo do que poderia acontecer, mas outros tinham fé em Sagwa, ainda mais porque Skar estava por perto, não havia nada para se preocuparem.

Sagwa tinha retornado para casa com sua mãe, estava na hora de almoço, mas mesmo sem fome ela se sentou para almoçar com a família. Aquele era um momento em família que ela gostava, aquilo lhe fazia se sentir mais viva pois ela transbordava de felicidade.

"Sagwa, você tem certeza da decisão que tomou? Se o Clã Starfford agir contra nós, certamente seremos exterminados." - Helga perguntou, com preocupação evidente em sua voz.

"Sim mãe, não tem com o que se preocupar. A partir de hoje não vamos nos rebaixar a ninguém e todos que ousarem tentar nos reprimir sofrerão por seus atos." - Sagwa respondeu.

"Mas e quando você não estiver aqui?" - Helga falou

"Sobre isso... a senhora não precisa se preocupar, o Mestre Skar decidiu que irá morar por um tempo aqui no clã. "

Quando ouviu aquilo a boca de todos se abriram, uma coisa era conhecer Skar, outra coisa totalmente diferente seria tê-lo como hóspede e por tempo indeterminado. Que tipo de honra era aquela?

"Você está falando sério?" - Helga perguntou não ousando acreditar naquelas palavras.

"Sim, ele pediu para construirmos uma casa para ele um pouco afastada do centro da vila... mas acredito que o local que ele iria gostar muito é o campo de flores da cordilheira. Esse é um dos pontos que gostaria de discutir com a senhora. Peça a algumas pessoas para construírem esta casa para ele. Outro ponto é que eu preciso que a senhora vá até a cidade da Boa Fortuna." - Sagwa falou.

A Guerra dos Nove MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora