Capítulo 02 - Capitão Valefor

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Alguns meses se passaram e notícias de que a Seita das Penas do Caos estava perdendo a guerra se espalharam como uma doença pela região, os membros do Clã ficaram preocupados e não sabiam o que fazer. Eles ficaram mais preocupados ainda com seus parentes que foram para a guerra. O tempo continuou a avançar, mais notícias chegaram e elas não eram boas: as tropas inimigas continuavam a adentrar o território da Seita Penas do Caos e a tensão entre os moradores do Clã continuou a aumentar.

Durante este tempo, Sagwa ainda continuava sendo uma garota feliz e inocente. Ela nunca tinha presenciado os horrores da guerra, então não entendia o porquê de tanta preocupação vinda dos mais velhos. Ao invés disso, continuava sonhando em se tornar uma mulher, casar, ter filhos, viver sua vida com o máximo de felicidade possível e ajudar sua mãe da melhor maneira possível. Se tinha uma coisa que não faltava em seu coração, era gratidão. Gratidão por ter uma mãe tão boa quanto Helga. Apesar de não ter desenvolvido tanto seu corpo, Sagwa se tornou uma linda garota e gostava de passar seu tempo livre se banhando no rio bem em frente a cerejeira plantada por seu pai.

No dia do décimo quinto aniversário da Sagwa, uma festa estava sendo preparada. Este seria seu último ano sendo uma menina, a partir dos dezesseis anos é quando uma criança entra na fase adulta e pode se casar. Foi neste dia que o destino parecia querer brincar, um pelotão de tropas inimigas que estavam desbravando o território da Seita das Penas do Caos chegou a uma Cordilheira que era coberta por flores de todos os tipos, esta era a Cordilheira dos Antepassados.

Rapidamente uma das filhas de Helga, que estava colhendo flores para comemorar o aniversário da sua irmã, saiu correndo para avisar o patriarca, o qual começou os preparativos para proteger as crianças e os mais velhos dos desconhecidos imediatamente. Sagwa estava brincando perto da cerejeira que seu pai tinha plantado na beira do rio. A menina estava tão apegada à árvore que passava a maior parte do tempo ali. Ela acabou descobrindo um esconderijo entre as raízes da cerejeira, que era perfeito para ela, e foi ali que ela se escondeu.

Algumas horas se passaram e os invasores chegaram ao Clã.

— Olhem... os céus decidiram ser bondosos conosco, achamos uma vila! Vamos, matem todos os homens e levem as mulheres como escravas.

— Sim, Senhor!

Eles avançaram em direção a Vila empunhando suas armas, estavam todos no nível intermediário do segundo grau da Purificação da Matéria, somente seu capitão estava no nível avançado do segundo grau da Purificação da Matéria...

Quando chegaram na vila e a encontraram completamente vazia, eles enviaram seu Sentido Divino ao redor, procurando por quaisquer sinais de vida, e logo perceberam que aquele era um Clã mortal que não tinha jovens cultivadores. Perceberam também que em sua maioria eram mulheres e elas não tinham nenhum sinal de Prana emanando dos seus corpos, isso significava que mais de oitenta por cento dos seus meridianos eram bloqueados e elas não conseguiriam cultivar, portanto, a única quantidade de Prana que elas tinham era o montante recolhido automaticamente pelo corpo humano, ou seja, elas iriam viver uma vida mortal e não passariam dos cem anos de idade. Este tipo de escravas seria um desperdício de dinheiro, somente o valor de transporte até a cidade seria cinco vezes maior que o valor que conseguiriam ao vendê-las.

Eles eram homens sanguinários e seu capitão não era diferente, ainda mais, além de sanguinário era alguém muito severo e inteligente, se ele pudesse lucrar mais com o trabalho forçado do que com a morte de pessoas, iria preferir deixá-las vivas para trabalharem para ele. Apesar de estarem em guerra, era preferível que eles as mantivessem vivas, pois a guerra estava quase ganha e, quando o dia chegasse, eles poderiam retornar a esta vila e fazê-las trabalhar, o que faria sua fortuna aumentar.

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