Capítulo 107 - Bebê Étherion

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O sol estava nascendo no horizonte e várias pessoas do clã já estavam acordadas se preparando para um novo dia de trabalho. O Clã estava vivendo uma época de ouro e a pobreza extrema já não existia mais.

Os novos tipos de ervas, adubo e as ferramentas mais sofisticadas que Larrel e Helga trouxeram da última vez que foram a cidadela fizeram uma diferença e tanto. As ervas agora cresciam com qualidade e velocidade que antes não era possível. Agora as colheitas eram feitas de forma mais cômoda e mais rápida. As ervas também eram estocadas e transportadas muito mais facilmente. Tudo isso dava a todos do clã momentos de descanso e de lazer que antes não tinham tempo.

A outra metade do Clã, a que estava responsável pela reconstrução da vila, também conseguia efetuar o trabalho de um dia em poucas horas graças aos equipamentos comprados por Helga. Tiveram até alguns que eles nem sabiam como funcionavam e tiveram que contar com a boa vontade dos Guarda-costas para dizerem o que era o que.

Os últimos meses foram pacatos e produtivos, em pouco tempo a renda do Clã duplicou, a Vila foi reconstruída de forma mais ordenada e cada casa agora era tão confortável que esta nem parecia mais a mesma vila de antes.

Quando a águia se aproximou da vila os aldeões estavam dando início a rotina de trabalho, então não foi difícil ser notada imediatamente por grande parte das pessoas, e a visão daquela águia se aproximando causou uma grande comoção. Muitos apontavam para o céu e outros corriam descontroladamente tentando esconder seus filhos homens. Da última vez que uma águia daquela apareceu na aldeia foi para trazer os sobreviventes de uma fatídica guerra, para muitos, o fato de ela estar retornando era para buscar seus filhos para lutarem em outra guerra.

"Corram, chamem a matriarca Helga, alguém está chegando."

"Céus, estava muito bom para ser verdade."

"Meu filho, cadê meu filho..."

Muitos aldeões gritavam alucinadamente temendo o que estava prestes a acontecer. Desde que retornou da Cidadela, Helga morava em uma mansão que ficava no centro da vila, agora ela era a matriarca e tinha o dever de proteger a todos.

Imediatamente todos os guarda-costas contratados por Sagwa apareceram ao seu lado, fora a necessidade de matar bestas demoníacas, esta era a primeira vez que eles precisariam lutar para matar.

Helga andou até a entrada da vila a passos lentos, ela não sabia porque, mas seu coração não estava nem um pouco abalado, pelo contrário, parecia sereno e estava quase pulando de alegria mesmo sem motivos.

A primeira pessoa que ela viu foi um homem vestindo roupas simples com um fiapo de trigo no canto da boa e uma capa rosa toda florida. Ele sorriu na direção dela enquanto a olhava, a segunda pessoa que desceu da águia era uma garota de cabelos loiros, com um corpo de dar inveja a qualquer mulher, com seus seios fartos.

Quando a terceira pessoa apareceu seu coração quase saiu por sua boca, lágrimas brotaram de seus olhos e transbordaram por seu rosto. Inconscientemente ela saiu correndo sem se importar mais com nada, neste momento era como se o mundo fosse esquecido e as únicas pessoas que estavam presentes eram ela e a garota que sorria e chorava enquanto seus longos e belos cabelos escarlates ondulavam ao vento enquanto ela corria.

Sagwa era mais rápida que Helga, em segundos ela apareceu na frente da mãe e a abraçou tão forte que se fosse possível ela não a soltaria mais. Aquele momento era mágico, estar nos braços da pessoa mais importante de sua vida era magnificamente bom, era um tipo de sentimento que jamais poderia ser descrito com simples palavras.

"Mãeeeeee..." Sagwa cochichou enquanto apertava Helga em um longo abraço.

"S-sagwa... m-mui-muito aperta-do..." - Helga falou demonstrando clara falta de ar.

A Guerra dos Nove MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora