Capítulo 03 - Monstro sem coração

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A irmã mais velha de Sagwa continuava a trabalhar sem dar bola para o soldado, foi aí que ele perdeu a paciência, a puxou para o lado e estava prestes a rasgar toda a sua roupa ali mesmo, na frente de todos. Neste momento Helga se lançou para a frente e deu um murro no rosto do soldado.

Ele olhou para Helga com os olhos vermelhos de raiva, imediatamente soltou a garota e se preparou para socar Helga com toda sua força. O golpe atingiu sua barriga, Helga saiu voando e atingiu a parede do armazém, tossindo um bocado de sangue. Sagwa ficou pálida, ela não sabia o que fazer, ela queria sair de onde estava, mas ela era muito nova e nunca tinha sentido essa mistura de sentimentos dentro de si, raiva, ódio, ira, medo, tudo isso a fez ficar paralisada. Por mais que ela gritasse para seu corpo se movimentar, querendo sair correndo para salvar sua família, ainda assim, ele não a obedecia.

— Mamãe... Se-Seu monstro, pare! Deixe minha mãe em paz!

O soldado não disse nada, começou a caminhar em direção a Helga e sacou sua espada longa. Ele iria matá-la imediatamente, ninguém presente se atreveu se opor, pois sabiam que iriam sofrer o mesmo destino de Helga. Quando ele estava prestes a cortar com sua espada, Valefor apareceu. Ele olhou para o soldado e falou: — Tudo já foi reunido, só faltam os recursos que você ficou responsável por recolher, porque ainda não terminou?

— Senhor, hamm... eu tive um alguns prob...

— Cale-se, você acha que eu sou algum tipo de idiota? Você acha que eu não percebi que você estava fazendo graça com aquela garota? Seu idiota, você por acaso já se esqueceu das normas da nossa Seita? Como você pode se rebaixar ao ponto de querer ter relações sexuais com um verme como este? Você mancha a honra da nossa Seita.

— Você tem somente três minutos para recolher tudo e deixar este armazém vazio, você sabe as consequências caso não cumpra o tempo estipulado. Ele se virou e saiu.

O soldado ficou desesperado, ele esqueceu completamente da raiva que estava sentindo de Helga, afinal agora sua vida estava em jogo. Estava tão desesperado que ele mesmo começou a carregar os fardos de ervas. Diferente dos mortais, para ele, que era um artista marcial do segundo grau da Purificação da Matéria, aquele peso não eram nada e em dois minutos ele conseguiu reunir tudo no centro da cidade.

Sagwa ficou atordoada, ela começou a perceber que era a força que comandava o mundo. Contando que fosse forte você poderia proteger aqueles que amava.

Assim que tudo tinha sido recolhido, Valefor começou a dizer: — Estamos retornando para a estrada, vamos continuar desbravando as terras da Seita das Penas do Caos, quem sabe não encontramos mais Clãs como este.

— Sim, Senhor! Todos os soldados responderam em uníssono.

Valefor lançou seu Sentido divino sobre toda a carga recolhida e a guardou em seu anel espacial. Assim que tudo foi sugado, ele se virou e começou a cavalgar em direção a saída da Seita enquanto falava.

— Vermes, continuem trabalhando, assim que a guerra terminar iremos retornar.

Quando os soldados saíram da vila, os choros e lamentos podiam ser ouvidos de longe, Sagwa finalmente conseguiu sair de onde estava escondida e rapidamente correu em direção a sua mãe, ela precisava saber como ela estava.

Helga tinha quebrado um braço e a clavícula, deslocou um dos ombros e fraturou três costelas. Ela estava em um péssimo estado. Sagwa e suas irmãs estavam desamparadas sem saber o que fazer, na verdade, ninguém na vila sabia o que fazer. O patriarca e muitas outras pessoas tinham sido assassinadas e mais da metade dos membros do Clã estavam gravemente feridos, e para acabar de completar, todas as ervas medicinais foram saqueadas pelos invasores.

A Guerra dos Nove MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora