A serpente se moveu mais rápido do que Sagwa imaginava. Ela agiu rapidamente e saltou para a esquerda e instantes depois uma nuvem de poeira cobriu a área onde ela estava.
Não demorou muito para a nuvem de poeira se espalhar. Quando foi possível enxergar o local novamente era possível ver uma cratera gigantesca. Mas não havia nenhum sinal da serpente.
Sagwa amplificou seu sentido divino ao máximo tentando identificar o paradeiro dela, mas ainda assim não conseguiu senti-la. Ela parou onde estava e observou o ambiente ao redor, mas nada parecia esta fora do lugar. Se alguém chegasse neste momento e Sagwa falasse do monstro que tinha visto, com certeza caçoariam dela, porque, por mais que tentassem, além da cratera feita a alguns instantes, nenhum vestígio da serpente poderia ser encontrado.
Alguns segundos se passaram e Sagwa sentiu um tremor no corpo. A alguns metros de distância a Serpente finalmente reapareceu e desta vez ela não avançou, simplesmente abriu a boca e lançou um jato de água gigantesco na direção de Sagwa.
Sagwa ficou perplexa com a cena, inicialmente achou que esta besta, de alguma forma, conseguia utilizar habilidades marciais, mas depois percebeu que aquilo era a água do lago, a serpente engoliu a água e agora estava utilizando seu corpo para expulsá-la a uma velocidade vertiginosa.
A pérola começou a aparecer na testa de Sagwa, depois de tanto tempo ela agora entendia e sabia que algo acontecia com sua testa quando ela começava a estimular seu corpo. Ela ainda não entendia muito bem como aquilo funcionava, ou o que de fato era, mas de uma coisa ela tinha certeza: sua percepção aumentava a uma velocidade vertiginosa nestas situações. E não só a percepção - agilidade, movimentação, visão, audição e eficiência em combate. Tudo melhorava significativamente, quando ela acessava o poder das linhagens dos três príncipes e sua força alcançava as alturas. Tudo isto junto com as técnicas, recursos de cultivo e as habilidades que ela conseguiu com o legado do Deus Desconhecido faziam com que ela se tornasse um tipo único de cultivadora.
A pérola brilhou e Sagwa rapidamente esquivou, segundos depois o jato de água atingiu o local onde ela estava antes. Mas antes que tivesse tempo para comemorar outro jato de água estava indo em sua direção, depois o segundo, terceiro, quarto.
Momentos depois uma quantidade devastadora de jatos de água estava indo em sua direção, a velocidade de Sagwa atingiu o limite e diversas imagens posteriores se formaram dando a impressão que ela estava se multiplicando. Caso um mortal tentasse acompanhá-la com a visão seria impossível dizer qual era a verdadeira.
Alguns minutos depois os jatos finalmente pararam e a serpente mergulhou e desapareceu novamente. Sagwa rapidamente usou seu sentido divino, mas ainda assim não conseguiu descobrir onde a serpente estava.
'Toda vez que ela mergulha eu não consigo identificar onde ela está...'
Neste momento Sagwa tomou uma decisão ousada: revolveu seu prana e a pérola em sua testa ficou ainda mais negra e emitia raios de luz imperceptíveis ao olho, segundos depois ela pulou na água. Assim que mergulhou Sagwa começou a identificar os fluxos de água que percorriam todo o lago, ao examinar o ambiente ao redor seu sentido divino ela ficou surpresa por não conseguir sentir nada além de um raio de 5 metros dela, depois disso tudo era desconhecido.
'A-a água, ela está restringindo o meu sentido divino!' - Somente agora Sagwa entendeu o porquê de todos estes anos ninguém nunca ter identificado esta serpente neste lago - 'Os fortes o bastante para enfrentá-la não conseguiam encontra-la, e os fracos demais morriam sem saber o que lhes atingiu.' - Sagwa pensou consigo mesma enquanto tentava identificar o local onde a serpente estava.
O plano que ela estava seguindo era muito ousado, é preciso lembrar que aquela era a casa da serpente, ou seja, ela tinha completo conhecimento daquele território e Sagwa estava dependendo apenas do seu sentido divino.
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A Guerra dos Nove Mundos
FantasíaO Mundo Celestial, antes deslumbrante e pacífico foi repentinamente atacado. A paz que perdurou milhões de anos chegou ao fim sendo substituída por morte e destruição. Como último ato de desespero, os príncipes do Mundo Celestial sacrificaram suas v...