A Guerra dos Nove Mundos

Capítulo 14 - Técnicas de Luta Com Tridente

Sagwa foi direto à oficina de Musthafar e, assim que chegou, ele prontamente a atendeu.

— Senhorita Sagwa, bom dia, a senhorita chegou cedo.

— Estou ansiosa para ver meu tridente.

— Hahahaha, eu imaginei isso, venha, vou lhe mostrar.

Musthafar guiou Sagwa até o fundo de sua oficina e parou diante de uma larga mesa que tinha um objeto longo todo coberto por panos, aquele era o tridente de Sagwa. Ele descobriu completamente o tridente, pegou-o, depois virou e estendeu a mão para Sagwa.

Sagwa piscou com seus dois olhos um pouco atordoada. A arma que estava a sua frente tinha três pontas, a central era um pouco mais longa que as duas das extremidades. Os três tinham em seu topo algo parecido com uma ponta de flecha. O cabo era feito de madeira simples de troncos de árvores encontrados na floresta que ficava próxima à vila, mas isto não era o pior. O material que as pontas foram feitas era o pior tipo de ferro que existia e estava todo enferrujado.

— Senhorita Sagwa, eu peço desculpas antecipadas pela aparência dele, mas foi o melhor que conseguir fazer com os materiais disponíveis. Infelizmente os melhores materiais só podem ser encontrados na cidadela e com o avanço da guerra, aquele local ficou um pouco perigoso. Eu poderia ter derretido a arma do Capitão Mercenário para reutilizar o material como matéria-prima para fazer seu tridente, mas infelizmente não temos os equipamentos necessários aqui na vila.

Sagwa imaginou que o tridente que ela receberia seria ao menos parecido com o que ela tinha visto durante a visão que teve quando passou pelo nirvana, mas logo sua ficha caiu. Seu clã era pobre, como eles teriam condições de forjar uma arma majestosa como aquela? Nem mesmo a Seita das Penas do Caos teriam condições de forjar uma arma como aquela. Prontamente ela aceitou o fato de que não conseguiria uma arma melhor que aquela e agradeceu a Musthafar pelo tempo que ele gastou para forjar tal arma.

— Tudo bem, senhor Musthafar. Ele é muito melhor do que nada e eu entendo que estamos passando por tempos difíceis, não tenho do que reclamar!! Muito obrigada por sua generosidade e tempo gasto forjando este tridente para mim. Sobre a Espada do Capitão mercenário, pode tratá-la e prepará-la para que em algum momento ela seja dada a alguém da vila que a mereça.

— A senhorita é muito educada, eu não fiz nada mais que a minha obrigação.

Depois de receber o tridente, Sagwa saiu para praticar. Fazia cinco dias que não treinava nada, a única coisa que ocupou seu tempo foi ajudar na reconstrução da vila e estudar os pergaminhos da biblioteca.

Ela decidiu ir para a mesma cachoeira onde tinha treinado anteriormente pois sentia que a energia celestial ali era mais abundante que na cerejeira que o pai dela plantou.

— Eu ainda não consolidei totalmente meu cultivo, por enquanto não vou tentar avançar para a próxima etapa. Será melhor que eu treine a arte da luta com tridente e depois de consolidar totalmente meu cultivo eu voltarei a meditar.

Sagwa começou a vasculhar sua mente tentando lembrar do pergaminho de Joysfer, logo o orbe preto apareceu em cima de sua testa e ela começou a lembrar-se do conteúdo e prontamente começou a treinar ataques, contra-ataques e defesas com tridente.

O dia passou voando, o vestido de Sagwa estava totalmente encharcado de suor, mas ela estava progredindo aos poucos. Apesar de aquele ser um pergaminho ensinando técnicas relativamente simples, logo ela estava começando a entender como utilizar sua arma em batalha. Pelo menos, se fosse lutar contra alguém do nível daquele mercenário, agora ela não precisaria depender da sorte e conseguiria lutar com muito mais habilidade.