1.19; fools

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Louis' POV
¡tw; sangue!

Por duas noites seguidas adormeço na cama confortável de Harry e acordo com os seus dedos no meu cabelo, o que me deixa incerto se serei capaz de adormecer sem ser ao lado do seu corpo daqui a diante.

— Você tem mesmo que ir? — A minha voz fina altera a atmosfera silenciosa do quarto e a minha cabeça balança com o subir e descer do peito de Harry, que passa os dedos pelos meus fios de cabelo, emitindo pouco ou nenhum som.

— Sim, se eu faltar de novo às filmagens ainda me despedem ao algo do gênero. — O seu peito vibra com a saída das suas palavras roucas.

— É, mas você vai filmar em Los Angeles. Isso é longe. — Faço beicinho e rodeio a sua borboleta de tinta preta com o dedo indicador.

— São só quatro dias, baby. — Harry gargalha suavemente, a sua voz profunda do sono interrompido cedo demais.

— Ah, "só" porque é pouco, né?

— Lou, nós vamos falando. Celulares existem para alguma coisa.

— Não zoa de mim, eu estou sensível. — Abraço o meu corpo em protesto, não deixando o beicinho exagerado cair.

— Um bebezinho. — Harry abraça o meu corpo por detrás, nos sentando aos dois no colchão — Vou sentir a falta de ser acordado pelos seus dedos suaves acariciando os meus cílios. — Deixa um beijo molhado no meu pescoço descoberto — Digamos que Aria tem uma forma mais barulhenta de me acordar quando eu não ouço o alarme.

— É o que você merece. — Rio da sensação de cócegas que os lábios de Harry causam na pele sensível.

— E você, o que vai fazer hoje?

— Vou para o estúdio ensaiar um pouco, e depois, — Suspiro dramaticamente — vou voltar para o meu apartamento vazio e frio.

— Eu que devia ser dramático assim, não você. Afinal é a minha profissão. — Diz contra o meu ombro e afunda o nariz no local, inspirando o meu cheiro que enche os seus pulmões.

— Por favor, se cuida em LA. — Peço, mais seriamente. Harry retira o rosto do meu ombro e absorve a preocupação no meu rosto. Acena positivamente com a cabeça e os seus cachinhos balançam com os gestos.

Eu realmente irei sentir falta dos seus abraços e cheiro, a qual eu já estou começando a me familiarizar com, mas por vezes, sacrifícios mínimos são necessários.

 .°•○⊹.☆°●⊹

A porta da academia está trancada, o que me faz ter que usar a chave que Liam me permitiu manter.

Tanto os corredores como as salas diversas estão vazias, apenas o silêncio extremo está presente e os espelhos enormes refletindo tudo que possível, incluindo o meu rosto neutro, sem vontade de sequer se aparentar feliz. Eu preciso de dançar, libertar a mente da melhor maneira.

Fools de Troye Sivan afunda o estúdio com a sua batida Pop melancólica e não demora até que consuma os meus membros, os movendo por mim. Preso por entre as paredes da dança contemporânea espontânea, as minhas pernas movem-se em sincronia com cada batida, me obrigando a aterrar de várias formas no chão e me levantar de novo, como se fosse leve como uma pena. Assim que a música termina escolho iniciar o ensaio a sério e nomear a pequena demonstração de aquecimento.

Ao som das composições de Tchaikovsky os meus membros tomam o próprio rumo, se relembrando por conta própria de todos os pequenos passos e movimentos.

melodrama; l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora