Capítulo 6

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Estou no meu quarto deitada olhando para o teto, perdida em pensamentos. Já faz três dias que vi Emile e Hanna, tentei falar com elas novamente, mas ignoraram minha ligação.

Minha mãe está desconfiando de alguma coisa, mas não está me fazendo perguntas. Antony e meu irmão já faz dias que os vi.

Minha mãe fica toda atenciosa comigo só enquanto estamos só. Depois que Antony aparece, ela se esquece que tem uma filha.

Me lembrei que hoje é o culto, precioso tirar minha mãe do meu pé, para eu conseguir ir. Pego minha Bíblia, e começo a ler...

Leio mais um pouco, e decido levantar. Faço minha higiene matinal, desço para cozinha para comer alguma coisa.

- Bom dia. - Digo aos empregados.

Todos me olham assustados, nunca fui de desejar nada a ninguém, a não ser eu mesma. Todos me respondem por medo, e não educação.

- O que a senhorita deseja comer? - Pergunta Mary desconfiada.

- Ovos com bacon, torradas e café.  - Digo.

Me sento em uma mesa de vidro que tem na cozinha. E espero o café ficar pronto.

- A senhorita vai comer aqui? - Mary pergunta assustada.

A mesa onde estou, é onde os empregados fazem suas refeições.

- Sim. Não se preocupe. - Digo.

Os outros empregados começaram fazer suas tarefas novamente, e Mary foi fazer meu café da manhã. Eu mesma faria, se eu soubesse pelo menos colocar uma panela no fogão.

Todos ficam em silêncio, esperando minhas crises de arrogância, percebo como eu fui egoísta com eles.

- Eu só... - Começo a falar, todos me olham. - Eu queria pedir perdão para vocês, por todas as vezes que os maltratei com minhas atitudes egoístas, eu... - Pigarreio. - Eu não sou muito boa com esse negócio de pedir perdão. - Jogo as mãos para o alto em sinal de nervosismo. - Me perdoem, se não quiserem eu entendo, fui uma megera.  - Dou um sorriso tenso.

Todos me olham desconfiados, provavelmente não acreditam em mim. Mas irão com o tempo. Mary vem até mim e beija meu rosto.

- Está perdoada minha querida.

Retribuo o beijo, ela sai sorridente e vai terminar de fazer meu café.

Minha mãe entra na cozinha. Está com os cabelos loiros e longos preso em um rabo da cavalo. Está usando um vestido vermelho rodado, e um pouco de maquiagem.

-O que está fazendo aí?

- Vim tomar meu café.  - Digo.

- Hum. Vai tomar seu café aqui? - Pergunta desconfiada.

- Sim.

Minha mãe não é de maltratar os empregados como eu fazia, e como meu pai faz. Mas é enquanto ele está fora. Quando chega vira um inferno essa casa.

Mary servi meu café. Começo a comer.

- Está uma delícia Mary!

Ela sorri para mim em forma de agradecimento.

Minha mãe senta ao meu lado, e começa a comer também. Meu pai ficaria louco se nos pegasse aqui.

- Como está minha pequena? - Alguém fala atrás de mim.

Olho para trás e é Patrick que entrou  na cozinha. Está com um terno preto, camisa branca por baixo, e gravata preta. Deve estar pronto para ir trabalhar.

- Agora estou ótima. - Digo sorrindo.

Ele beija meu rosto e da minha mãe. Vai até Mary e faz o mesmo.

- Faz tempo que não nos víamos em pequena? - Diz sentando em minha frente.

Pega um pedaço de bacon no meu prato, dou um tapinha de leve em sua mão.

- Ei! Devolve aqui. - Digo fingindo irritação.

- Não briguem crianças - Mary diz.

Coloca um prato para ele comer também.

Não é porque é meu irmão não. Mas ele é muito bonito. Alto, dos cabelos negros, olhos castanho claro. É a cópia exata de meu pai, quando era mas novo. Eu só puxei a Antony a cor do cabelo, o resto é da minha mãe. A pele clara, olhos verdes, rosto pequeno, e com meus 1,58 de altura.

- Vou nessa que já passou da minha hora. - Patrick diz.

Se levanta, e despede de nós. Também término meu café e agradeço a Mary. Saio da cozinha e vou para meu quarto.

As horas se passam. E estou me arrumando para ir ao culto. Tento achar uma roupa que não seja vulgar. Por fim opito por uma calça jeans preta, uma camiseta branca e jaqueta também preta. Passo uma leve maquiagem só para me dar um pouco de cor, deixo meus cabelos soltos e estou pronta.

Escolho uma bolsa maior, que caiba minha Bíblia dentro e saio para fora do quarto.

Desço as escadas correndo. Encontro minha mãe no caminho.

- Vai a onde Celeste?

- Vou sair mãe, mas não vou demorar. Não se preocupe.

Beijo seu rosto. Está fica surpresa com minha atitude, aproveito que ela está sem fala, e saio para fora com um sinal de adeus.

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Capítulo novo gente. Espero que gostem 🤗

Logo logo sai outro.

Amparada Por DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora