Cheguei em casa já passava das 22:00 horas. Entrei para dentro em silêncio para ninguém me ver.
Escutei minha mãe e Antony conversarem alto, na sala de estar. Mas eles não notaram minha presença.
Corro para meu quarto e fecho a porta. Me jogo na cama, e sorrio comigo mesma. Ainda estou extasiada pelo culto de hoje.
Depois de um tempo me levanto, vou para o banheiro, faço minha higiene pessoal. Volto para meu closet, pego um pijama vermelho e me visto.
Sento em minha cama. Pego minha Bíblia que está dentro da bolsa e começo a ler.
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho Unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".
Leio até não aguentar mas de sono. Guardo minha Bíblia embaixo do meu travesseiro ao lado. Acabo pegando no sono rapidamente.
¤Acordo e olho para o relógio na cabeceira da cama. Já é tarde. Me levanto ainda com sono.
Tomo um banho rápido, visto um vestido rodado azul, prendo meu cabelo em um coque bagunçado.
Desço para cozinha para comer alguma coisa. A casa está silenciosa. Olho em volta procurando alguém, mas não encontro. Pego um pacotinho de biscoito, e subo para meu quarto novamente.
Ligo a TV, enquanto como meu biscoito, deixo em um canal que está passando clipes gospel.
Pego minha Bíblia debaixo do travesseiro. Começo a ler de onde eu parei na noite passada.
De repente a porta do meu quarto se abre. Meu pai entra no quarto nada feliz.
- Celeste, quantas vezes eu já te avisei para não estourar o limite dos cartões? - Diz furioso.
Minha boca seca na hora. Tento esconder a bíblia, mas é em vão.
- O que é isso aí na tua mão? - Pergunta com grosseria.
- É... é... min... minha Bíblia. - Digo gaguejando.
Decido não mentir. Hoje ele vai saber que me converti.
- É o que? - Pergunta furioso. - Me dá isso aqui.
- Não pai. Por favor. - Digo já com lágrimas nos olhos.
- A quanto tempo você tem isso Celeste? - Pergunta e toma a Bíblia de minha mão.
Tento pegar novamente, mas ele me empurra para a cama com brutalidade.
- A quanto tempo Celeste? - Grita.
Com seus gritos minha mãe, e meu irmão entram correndo no quarto.
- O que está acontecendo aqui? - Pergunta minha mãe aflita.
- É a filha imprestável que você criou. - cospe essas palavras.
Meu irmão senta ao meu lado. Não consigo segurar as lágrimas, e choro.
- A quanto tempo Celeste? É a última vez que te faço essa pergunta.
Vejo irá no seu olhar.
- N... não tem mui... muito tempo. - Digo chorando.
- Por que você fez isso Celeste? - Meu irmão me pregunta, e passa a mão pelos meus cabelos embaraçados.
- Vocês não entenderiam. - Digo quase sussurrando.
- Você vai parar com essa bobeira de Bíblia. - Diz meu pai irado. - Ou fora de minha casa.
Joga a bíblia em cima de mim, e se vira para sair do meu quarto.
- Desculpe, mas eu não vou parar.
Sei que vai ter consequências a minha escolha. Mas eu não vou abandonar Deus novamente.
Ele para de andar, olha para mim. Seus olhos transmitem toda a raiva que ele está sentindo de mim no momento.
- Você disse o que? - Me pergunta com a voz ameaçadora.
- Eu... eu não vou abandonar a minha Fé por ninguém.
- Celeste, pense bem no que você está fazendo. - Patrick diz.
- Me perdoe. Eu amo você, mas não me peça para escolher entre você e Deus. Porque vai sempre ser Ele!
Sorrio fraco para ele. Sinto uma mão apertar meu braço.
- Ai! - Grito com a dor.
- Fora de minha casa sua imunda. - Meu pai me puxa pelos braços. Acabo tropeçando e caindo no chão.
Antony me levanta com brutalidade.
- Para pai! - grito.
Mas ele não me escuta, continua a me empurrar para fora de meu quarto.
- Mãe. - Olho para minha mãe pedindo ajuda. Ela desvia o olhar.
- Senhor. - Marry aparece chorando.
- Cala sua maldita boca, se não quiser ser expulsa também. - Diz meu pai gritando.
- Pai. - Patrick tenta conversar com ele.
- Fica fora disso. - Diz alto.
Meu braço está doendo pelo seu aperto. Tento me soltar mas é em vão.
Antony me joga na calçada da rua. Acabo caindo de mal jeito. Mas me levanto logo em seguida.
- Nunca mais coloque seus pés em minha casa!
- Pai....
Sinto meu rosto esquentar com a bofetada que levei, minha boca está com gosto de sangue.
- Não me chame de pai. Eu nunca tive uma filha, para mim ela morreu. - Diz trincando os dentes.
Cospe no chão ao meu lado. Me dá as costas, e sai de perto de mim como se eu fosse uma doença.
Minha mãe me dá uma última olhada e segue Antony, meu irmão faz o mesmo.
Me desmorono no chão frio. Lágrimas correm pelo meu rosto. Sinto uma dor imensa em meu rosto pelo tapa. Não sei o que dói mais, a dor física ou a sentimental.
Depois de não ter mais lágrimas para chorar, me levanto. Começo a andar sem rumo. Não sei para onde ir. Mas tenho a certeza que Deus está comigo. Com Ele, eu sei que jamais estarei desamparada.
***********************************
Oi gente, tudo bem com vocês?
Espero que estejam gostando do livro 😉 Beijos e abraços.
Até o próximo capítulo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amparada Por Deus
SpiritualPlágio é e crime. - 3° Lugar na categoria Espíritual - Escritores Fantásticos 2018. - Melhor enredo no Concurso Roras Douradas 2018. - 1° Lugar no Concurso Projeto W10 2018 - 1° Lugar no Concurso Tesouros escondidos 2018 Celeste é uma jovem mimada...