Capítulo 25

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- O que você está fazendo aqui? - Pergunta meu pai me encarando. - Veio rir de minha desgraça?

- Não pai. - Digo tranquilamente. - Só vim ver como você está.

Meu pai me encara mas não diz nada. Sua frieza e arrogância ainda está em seu olhar.

- Pode ir embora então. - Diz se levantando da cadeira.

- Por que você me odeia tanto? - Pergunto triste. - O que eu te fiz para merecer tamanho desprezo?

Ele para e olha para onde estou sentada. Sinto seu olhar vacilar por um segundo.

- Você nasceu mulher. - Diz com desdém. - Mulheres são fracas.

- E onde sua força te levou não? - Digo sorrindo fraco. - A prisão.

- Não quero ver você nunca mais. - Diz entre dentes. - Não volte aqui novamente.

Me levanto e vou até ele.

Beijo seu rosto com carinho. Ele se assusta com minha atitude mas não sai do lugar.

- Eu te perdoo por tudo. - Sorrio. - Mesmo o senhor me desprezando, eu te amo. Peço a Deus todos os dias que um dia esse amor seja retribuído, nem que seja por um pouquinho sequer.

Lhe dou as costas e chamo o guarda para sair da sala, deixando meu pai sem palavras pela primeira vez em toda minha vida.

                                ☆

Já faz duas semana que voltei para casa para ficar ao lado de minha mãe. Mas não deixei meu emprego, e vou visitar Camy quase todos os dias depois do culto.

Dominic me mandou escolher entre ele ou minha família, foi egoísmo de sua parte me mandar escolher entre os dois. Como eu poderia deixar minha mãe nesse momento tão difícil para ela? Que tipo de filha eu seria?

Tenho certeza que se ele tivesse em meu lugar, faria a mesma escolha em não abandonar sua família.

Ele não fala mas comigo. Quando vou visitar Camy ele corre para o quarto me ignorando, e não aparece.

Sua atitude me magoa profundamente. Mas eu oro para que Deus ilumine sua mente, e o faça entender o quanto ele está errado.

- Vai sair Celeste? - Pergunta mamãe.

- Vou a igreja. - Digo. - Quer ir comigo?

- Melhor não.

- Vamos mãe. - Pego sua mão e beijo.

Ele me encara por um tempo.

- Está bem. - Sorri. - Eu vou. Deixa eu pegar minha bolsa.

Corre para seu quarto enquanto termino de me arrumar.

Depois de pronta pego minha bolsa e minha bíblia e saio para fora do quarto.

- Pronta? - Pergunto a mamãe.

- Sim. - Enlaça seu braço no meu.

- Onde vocês pensam que vão? - Pergunta Patrick descendo as escadas.

- A igreja. - Sorrio. - Mamãe irá comigo hoje. Quer ir também?

Meu irmão não diz nada mas percebo que ele está querendo ir.

- Vamos meu filho. - Diz mamãe. - Vai ser bom para nós.

- Está bem. - Sorri enquanto vem até nós.

Sorrio de felicidade. É um grande passo minha família indo comigo a igreja.

                                 ☆

O culto estava uma bênção. Como sempre Deus falou fortemente ao meu coração.

Percebi como minha mãe e meu irmão ficaram mexidos com a palavra de Deus. Sinto que é questão de tempo até minha família vir para a Igreja também. Oro para que isso aconteça.

- Oi. - Diz Karem vindo em minha direção.

- Como está? - Pergunto a ela.

- Muito bem obrigada. - Sorri para mim enquanto percebe meu irmão ao meu lado.

- Minha mãe você já conhece. - Digo apontando a ela.

- Prazer em reve-lá. - Diz cumprimentando minha mãe.

Percebi que Patrick não tira os olhos de cima de minha amiga.

- Este é o irmão mais feio da família. - Digo sorrindo. - Patrick essa é Karem minha amiga.

Patrick empurra meu ombro de leve.

- Muito prazer senhorita. - Diz sorrindo galanteador.

- O prazer é todo meu. - Sorri tímida.

Meu olhar se encontra com o de Dom. Não havia visto ele na igreja ainda. Deve ter se sentado nos últimos bancos.

Ele me encara por um longo tempo e sorri. Retribuo o sorriso.

Dom caminha até mim. Sinto minhas pernas trêmulas. E minhas mãos suarem.

- Posso falar com você? - Pergunta.

- Sim. - Digo baixinho.

Ele coloca sua mão em minhas costas e me guia para fora da Igreja.

- Eu...  - Fica em silêncio. - Eu queria te pedir perdão pelo que te fiz passar. Foi egoísmo de minha parte pedir para você decidir entre mim e sua família.

- Sim. Foi egoísmo. - Digo ríspida.

- Eu sei. - Suspira triste. - Fui um completo idiota. Fiquei com tanto medo de te perder, que acabei agindo de uma forma horrível.

Dom pega minhas mãos e aperta de leve. Leva ao lábios e beija demoradamente.

- Você tem que confiar em mim Dom. - Digo. - Que tipo de relacionamento teríamos, se em qualquer dificuldade que aparecer você irá desconfiar de mim?

- Eu sei que fui errado. Me perdoe?

- Eu te perdoo é claro. - Digo sorrindo. - Mas você promete compartilhar seus medos comigo?

- Eu prometo. - Diz sorrindo. - Eu te amo Celeste.

Meus olhos se enchem de lágrimas. É a primeira vez que Dom diz que me ama.

- Eu também te amo. - O abraço fortemente. - Muito.

Ele me aperta contra si e beija os meus cabelos.

- Farei o possível para lhe dar tudo que merece. - Diz.

- Não me importo Dom. - Digo. - Apenas me ame e esteja ao meu lado, quando eu estiver triste ou feliz. Apenas esteja lá para segurar minhas mãos.

Sinto que meu lugar sempre foi nos braços de Dominic.

- Até que enfim. - Diz uma voz conhecida atrás de mim.

Meu sorriso se alarga ainda mais no rosto.

- E agora sai casamento? - Pergunta meu irmão.

- Vai com calma aí garotão. - Digo feliz.

Meu irmão e Dom se encaram silenciosamente. Estão se ameaçando com certeza.

- Cuide bem de minha irmãzinha. - Diz Patrick por fim.

- Cuidarei. - Diz Dom.

Está quase tudo perfeito em minha vida. A única coisa que falta para me deixar 100% feliz. É a redenção de meu pai.

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Bom dia amores.
Espero que gostem do capítulo novo.

Até o próximo. ❤😍🌹

Amparada Por DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora