Capítulo 11

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A semana segue seu curso normal, mas para essa família 'normal' quer dizer conflitos e contradições, pelo menos para os irmãos que estão tão acostumados a pensar dessa forma.

Crispim e Fátima não deram sinal de que desejam se reconciliar, andam sumidos, cada um para seu canto.

Caio não se decidiu a contar para as irmãs o que está acontecendo, apenas pediu um tempo para resolver uns problemas prometendo contar tudo logo que possível.

Natália e as crianças vão se recuperando aos poucos da partida de Augusto. Ela também contou pouco sobre o encontro com o advogado só deixando no ar que pode rolar algo mais entre eles.

Entretanto, para Carina as coisas não começam bem. Ela recebe Vera Lúcia para arrumar os cabelos, prática normal, uma vez que sempre fez isso.

Mas Vera parece ter se esquecido, ou fingiu esquecer que ela e Théo estão juntos já que falou o tempo todo em como deseja que ele se concentre mais no trabalho.

Quem sabe até se anime a fazer uma faculdade de administração, isso desde que não se enrosque em alguma interesseira por aí.

Desfia seu veneno falando mal dos filhos um por um.

Christina e seu eterno caso com certo homem casado. Victor Hugo e a paixão pela nova caixa do mercado. Théo e sua fama de namorador que agora parece ter se concentrado em uma única pessoa, menos mal segundo a mulher, mas prejudicial do mesmo jeito já que essa pessoa agora monopoliza toda a atenção do filho querido.

Carina já está a ponto de explodir, quando enfim termina o trabalho mais longo que já suportou e Vera se despede com um simples pedido de desculpas por ter alugado o ouvido da moça, como se ela tivesse tido a opção de não ouvir toda aquela ladainha.

Ela começa a ajeitar a sala, praguejando baixinho quando Caio entra com Bárbara e todo seu entusiasmo:

—Oi irmã linda! Trouxe sua princesa literalmente vestida de princesa.

Ao reparar na filha fantasiada e maquiada Carina não segura uma bronca:

—Caio! Já te disse que a Babi é muito nova para isso!

A sensibilidade do irmão o faz perceber que esse não é o problema, o estresse de Carina tem outros motivos.

Ele manda a sobrinha para o quarto e tenta desvendar mais esse mistério.

—Querida vá guardar a mochila no quarto, pois mamãe e titio precisam conversar.

Bárbara já conhece os códigos, isso quer dizer que deve se entreter por lá.

Carina respira fundo e se desculpa com Caio.

—Desculpe-me irmão. Sabe quem acabou de sair daqui?

Ele senta-se na ponta do sofá, cruza as pernas e prepara-se para ouvir:

—Não faço ideia!

—Vera Lúcia, mãe do Théo! Ficou falando... Falando... Depois disse que o Théo precisa estudar parar de ficar se metendo com tantas mulheres e resolver sua vida!

—E por acaso ela está errada mana? Pelo menos ele já encontrou sua cara metade. E isso é coisa de mãe, para vocês os filhos nunca crescem o suficiente.

— Eu sei, no fundo concordo plenamente com ela. O Théo precisa aproveitar enquanto é novo para estudar, se qualificar. Ele tem o privilégio de ter trabalho garantido, mas ser empreendedor não é fácil.

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