Entre família

Capítulo 15

Depois de todas as tarefas cumpridas com a ajuda de Théo, Carina coloca Bárbara para desenhar no canto da sala.

Ela volta ao assunto depois que ele começa a fazer massagem nas suas costas.

—O que acha dessa história toda?

— Sinceramente até agora estou em choque. Crispim e a Fátima vem nos surpreendendo a cada dia, mas essa história da moto...

— Tenho um pouco de receio deles morando sozinhos naquele apartamento, mesmo com tudo dividido. Em casa eles brigavam tanto.

—Cacá, eles precisam tentar.

— E meus cunhados? O que achou deles?

— Gostei deles. O Frank é um cara inteligente e bom com crianças. O Arthur ainda está tímido, mas claramente apaixonado por seu irmão.

— Tomara que dê certo, pois o Caio merece. Além disso, o Arthur é um gato, ou melhor, os dois são!

Ela dá uma risadinha marota. Ele a vira para si.

—Ah é, espertinha! Eu nem reparei nesse detalhe. Meu gosto é diferente.

— hum-hum. E eu que o diga, ter me apaixonado pelo senhor conquistador!

Théo suspira, fingindo exasperação:

— Cacá, o que eu tive com todas as mulheres antes de você, para mim é o mesmo que nada. Não passa nem de longe pelo que sinto por você.

— Você sempre foi um 'galinha' Théo.

— Confesso que fui sim. Mas agora só tenho olhos para uma mulher. E faz muito tempo que tinha vontade de me declarar, porém morria de medo.

— Medo? Você? Todo cheio de autoconfiança!

Ele sorri, passando os dedos pelo rosto da amada.

—Pois é! Eu te amo Carina! Morri de Ciúme a cada vez que se interessava por alguém.

Carina se emociona. Agarra Théo pelo pescoço e o abraça forte, sentindo seu coração bater apressado.

— E eu então? Tenho ganas de matar todas as suas ex.

A gargalhada de Théo chama a atenção de Bárbara que vem correndo mostrar seu belo desenho, tirando a chance de Théo continuar o assunto com um pedido que vem formulando há algum tempo.

***

Dona Vera Lúcia investida de coragem procura por Carina.

A moça abre a porta e já prepara uma desculpa:

— Oi, dona Vera! Hoje eu não vou atender...

—Eu sei, eu sei. Na verdade eu vim até aqui para me desculpar com você. No outro dia eu falei umas besteiras sobre meus filhos e posso ter de ofendido.

— Não, de forma alguma. Eu entendo que às vezes a gente fica saturada com tanta coisa acontecendo.

Carina a convida para sentar-se e a mulher continua:

– Que bom que você entende. Eu estou feliz de saber que meu filho escolheu uma moça inteligente e simpática como você, além é claro ser uma boa mãe.

Sem entender muito bem o rompante de Vera Lúcia, Carina apenas a ouve divertida.

—Houve um momento que eu pensei que o Théo havia superado a paixonite que nutria por você, mas que bom que o amor venceu. Você é trabalhadora e com a ajuda do meu filho será uma grande empreendedora. Sabia que ele já tem planos para que você abra seu próprio salão de beleza? É claro que você sabe...