Capítulo 2

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Capítulo 2


Não preciso dizer que essa foi a minha decisão que me pôs no caminho da merdolândia, preciso? Quer um conselho? Nunca decida nada quando você estiver de cabeça quente. Ainda mais quando a decisão envolve se vingar de alguém.

Eu fui colocado tipo numa grelha de churrasco. Em baixo estava um tanque com água. O processo era simples: injetar Adamantium líquido muito quente nos meus ossos e torcer para eu não morrer. Antes iriam me por no tanque de água, para o Adamantium esfriar rapidamente.

Eu poderia dizer que o processo foi um sucesso, eu ganhei garras de adamantium, ossos de Adamantium, tive minha vingança e vivi feliz para sempre, mas aí eu estaria mentindo. Apenas metade disso aconteceu. Adivinha qual metade? A das garras e ossos de Adamantium, é claro. Eu, iludido, achei que eles iriam me ajudar sem querer nada em troca.

Não vou prolongar a história do experimento. Basicamente eles me colocaram Adamantium nos ossos, eu quase morri, eles me aprisionaram e apagaram minha memória. Mas a história com as garras deu certo. Agora eram lâminas que cortavam tudo. Como eu lembro disso? Depois eu explico.

Passei algum tempo preso nas instalações daquele laboratório. Me chamavam de "Arma X". Eu era totalmente controlado por eles. Não conseguia me libertar do controle mental. Quando o controle perdia o efeito, eu era preso numa jaula de Adamantium que não dava para cortar.

Vivi assim por um tempo. Não sei quanto, pois vivia aprisionado feito um animal, sem noção de tempo. Eu era assustado, tentava fugir a todo custo. Só precisava de uma oportunidade. E um dia, é claro, essa oportunidade apareceu.

Ouvi um barulho. O pino de Adamantium que lacrava a jaula foi retirado. É estranho. Pela primeira vez eu sinto o cheiro de gente diferente. A porta da jaula abriu e eu nem consigo acreditar. Saio da jaula para ver se é possível fugir e vejo que sim.

Alto-falante: Arma X à solta! Tá saindo da jaula o monstro! - É a voz do Stryker.

Corro. Alguns guardas atiram em mim, mas isso não me para. Eu luto com eles e mato o máximo possível. Considerando minha nova constituição física isso significa muita gente morta.

Scott: Tem certeza que não é um animal? - Ouço um homem falando através do eco do local. Meus sentidos são apurados. Eu não o conheço, ainda.

Corro, mato, esquartejo tantos guardas, que esqueço de tirar aquela parafernália que está em mim. Um capacete, uma estrutura de Adamantium, aparelhos eletrônicos e outros. Chego perto da porta de saída.

O homem que falou que eu era um animal aparece com mais duas pessoas. Reconheço o cheiro, foram eles que me libertaram. Eu estou com a adrenalina a mil. Não seria condenável se eu os matasse também. Mas eu paro. Uma voz na minha cabeça fala comigo.

Jean: Eu posso ajudar. - Eu também não a conheço, ainda.

Ela mexe na minha cabeça e devolve todas as lembranças. Pronto, essa é a explicação de como eu lembro de tudo isso. Ela tinha poderes mentais. Eu me acalmo e tiro a parafernália de mim. Saio pela porta depois de ouvir o rapaz falar novamente.

Scott: Espero que a gente nunca mais encontre esse cara.

É inverno e está nevando lá fora. Eu fujo apenas com uma sunga. Eu corro para o mais longe possível e o mais rápido possível, para fugir do local e para me aquecer. Agora eu lembro quem eu sou e o que vim fazer nesse experimento maluco. Tenho que matar o Victor. Não estou com tanta raiva assim dele, mas se eu aceitei tudo isso, agora tenho que ir até o fim. Antes de tudo, decido recuperar minha vida. Arranjo um emprego, casa e me planejo. Depois de me estabilizar eu ligo os pontos. O Stryker não queria me ajudar. Ele queria uma arma. Me aprisionou. É claro! Ele estava combinado com o Victor o tempo todo!

LoganOnde histórias criam vida. Descubra agora