Sofy
— Acho que devemos ficar aqui... — Bráulio disse ao olhar para fora e ver que o Arthur estava em frente ao asilo. Bráulio não era muito bom com mentiras, então Sofy logo notou que havia algo de errado. Logo a mesma olhou para onde ele estava olhando e viu o jovem ali. De certo, este momento de ''encontro'' seria bom para ela mesma provar que estava curada deste mal.
— Mentir nunca foi o seu forte. — Riu e continuou olhando para onde ele estava. — Eu sei que o Arthur está ali, mas não sabia que ele era solidário com os velhinhos do asilo. — Parecia pensativa.
— Pode ser que ele tenha mudado.
— Isso é difícil, é mais fácil um raio cair mil vezes no mesmo lugar, do que ele mudar. — Sofy parecia estar se dando bem com aquilo, mas até quando? — Bom, não vamos ficar aqui todo o tempo mofando, vamos sair, além do mais eu tenho coisas para fazer, nós temos coisas para fazer. — Se preparou para abrir a porta do carro.
— Espere, você não está pensando em ir discutir com ele, não é? — Bráulio estava preocupado com o que ela poderia fazer.
— Claro que não, eu só quero enfrentar aquilo que eu estava com medo, aquilo que eu deveria esquecer e me acostar. A dor nunca foi a minha melhor amiga, a maldade pode ter sido uma aliada, mas tudo isso me fez ser uma pessoa tão... má. — Suspirou. — Vamos?
— Sim. — Bráulio saiu do carro e foi para o outro lado e abriu a porta para que ela saísse. Desde sempre o seu motorista particular era o Bráulio, ela nunca confiou sua vida a outra pessoa, nunca saberia se era do bem ou do mal.
Arthur estava de costas e não percebeu quem estava ali e quem estava saindo do carro. Conversando com uma jovem mulher ele não deu a mínima atenção, certamente ela deveria ser sua esposa, ao que deixaria Sofy mais triste ou mais feliz. A jovem poderia ficar triste por ver que ele refez sua vida, mas feliz por ela mesma.
— Será que ela é sua esposa? — Bráulio sussurrou.
— Talvez...
Por infelicidade da mesma, ele estava bem em frente ao asilo, ou seja, eles teriam de passar por ali, somente para entrar, não existia outra entrada, então, o melhor e pior seria enfrentar o seu mal.
Ao se aproximarem e passarem por eles, Arthur não deixou escapar e acabou falando com a mesma.
— Sofy...? — Pareceu assustado. — É você mesma?
— Se meu nome é Sofy, então sim. — Fez pouco caso e fez menção em entrar no asilo.
— O que faz aqui? — Perguntou curioso.
— Isso não é do seu interesse. — Sorriu e direcionou seu olhar para a mulher que estava lhe acompanhando, a mesma não estava com bons olhos.
— Não precisa ser indelicada. — Riu.
— Amor, quem é esta daí? — A mulher apontou para Sofy.
— Você nunca aprendeu que é feio apontar? — Manteve sua pose durona de sempre. — Se tem uma coisa ao qual podemos chamar de feio é, quando uma pessoa aponta para outra. — Riu.
— Você não é ninguém para me dizer o que eu devo ou não fazer. — A jovem parece confrontar Sofy, mas mal sabia ela o possível mal que poderia entrar.
— E você, quem é?
— Eu sou uma grande empresária em meu país, devo ser bem mais coisa que você. — Talvez ela tenha percebido que Sofy está vestida de uma forma mais simples, isso foi uma escolha feita por ela, assim todos não lhe olhariam de uma forma feio.
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Quase Fera
Historia CortaTalvez uma história que nunca foi contada, talvez algo lhe faça lembrar o que realmente se passa. Uma jovem garota, amargurada pelos traumas de seu passado. Tristezas e choros fizeram com que a jovem Sofy vivesse amargurada desde a sua adolescência...