Margareth e Stefany foram para a delegacia, elas precisavam tirar o Michel de lá, mas Mikael ficou em casa sozinho, iria sair com seu amigo ou ao menos ficar em casa pensando nas coisas da vida. Ouviu a campainha e logo foi abrir.
— Olá jovem... — Marcelo sorriu. — Onde iremos hoje?
— A qualquer lugar que meu pai não me encontre. — Suspirou. Saiu e fechou a porta deixando a chave em baixo do tapete, mas tomou cuidado para que ninguém visse o que ele havia feito.
— Ainda está chateado por causa daquilo que aconteceu?
— Quem não ficaria? Até eu ficaria. — Revirou os olhos. — Tive uma ideia...
— Compartilhe comigo. — Saíram da varanda da casa.
— Que tal irmos ao casebre da bruxa? — Sugeriu. — Eu acabei olhando como são todas as coisas por lá, vi que é calmo, mas ao mesmo tempo assustador. — Riu.
— Como assim?
— Lá conta toda a história das bruxas, tem algumas coisas para se ver e comprar. — Olhou para os dois lados da rua. — Lá tem as roupas delas e dizem que pode ter a cabeça de uma das bruxas...
— Isso é tão... macabro. — Esfregou-se. — Eu tenho um certo medo desse tipo de coisa, mas... já que é para me ver livre do me pai, ao menos por um motivo se quer, então, pode ser que valha a pena. — Riu forçado.
— Se você quer mesmo ir...
— Ainda não sei, eu tenho um pouquinho de medo desses lugares. — Seguiu o amigo. — Mas acho que podemos ir sim.
...
— Aqui estamos... — Marcelo mostrou o local.
Um casebre antigo, mas ainda em bom estado de conservação. De certo, ele era meio macabro, um ótimo cenário para um filme de terror, com toda a certeza atrairia olhares curiosos e um bom lucro para o filme.
— Parece ser mais assustador de perto do que quando falam dele. — Sorriu forçado.
Algumas pessoas passavam por ali, aquele era o ponto mais visitado da cidade, mas neste dia o movimento estava lento, poucas pessoas haviam ido.
— Vamos entrar? — Convidou.
— Claro. — Mikael foi na frente e empurrou a porta.
— Bem-vindos ao casebre da bruxa... — O guia cumprimentou do lado de dentro. — Sinto muito em não poder ter ido receber-lhes, mas como o movimento está sendo fraco, fica aqui dentro esperando que as pessoas venham até mim. — Riu. — O que os trouxe aqui? Vieram conhecer a história? Ver as coisas antigas?
— Ele estava fugindo dos problemas. — Marcelo apontou para o amigo.
— Mas aqui é um lugar assustador, não um lugar de repouso. — O guia sorriu.
— Mas serve para não ver aquela entojada do meu pai.
— Bom, já que está fugindo um pouco dos problemas, vamos lá...
Os três foram andando por todos os cômodos do casebre, a cada cômodo uma nova atração.
— Essa aqui foi a primeira bruxa a chegar na cidade. — Mostrou uma pintura feita há vários anos atrás. — Mas para ser mais realista, tem uma estátua de cera. — Apontou para um canto da sala.
— Aquilo é uma... — Mikael ficou paralisado ao ver uma cabeça conservada em uma bancada.
— Sim... — O guia olhou com a maior naturalidade. — Não precisa se assustar, você logo se acostuma quando ver ela todos os dias, até conversa em momentos de solidão. — Gargalhou.
Marcelo e Mikael se entreolharam achando o guia um pouco pirado, sorriram um para o outro e voltaram a atenção para o que o guia falava.
— Ela foi decapitada por causa de um julgamento em praça pública, acusada de um crime de bruxaria ela não confessou, alguns queriam queimar ela na estaca de fogo, mas preferiram lhe cortar a cabeça e deixar exibida para que todos pudessem ver e que também, todas as bruxas tomassem aquilo como um aviso.
— Isso é tão... macabro.
— Um pouco, mas é nossa história. — O guia sorriu. — Nossa cidade foi construída em cima de toda essa história. Séculos de história, mas as bruxas sempre foram o nosso carro forte.
— Há indícios de vampiros por aqui? — Mikael perguntou.
— Não, eles nunca apareceram em nossa cultura.
— Agora a visita está encerrada, mas vamos a nossa lojinha. — O guia chamou-os.
Foram andando até o local onde vendem coisas para turistas e lá tinha várias coisas.
— Quanta bugiganga. — Marcelo disso. — Não sei o que posso comprar...
— O que acha disso? — O guia mostrou uma vassoura em forma de chaveiro.
— Bonitinha... — Marcelo olhou um pouco mais. — Acho que vou levar aquilo. — Apontou para um chaveiro em forma de chapéu de bruxa. — E você, Mikael, o que vai levar?
— Ainda não se. — Ficou pensativo. — Acho que nada...
— Então vamos embora...
...¥...
—Acho que seu pai está em casa... — Marcelo comentou.
— Infelizmente, mas, tenho que encarar a fera de qualquer forma. — Forçou um falso sorriso.
— Boa sorte... — Despediram-se e Mikael entrou.
— Você não foi me visitar. — Michel disse irritado, mas Mikael não se importou e foi subindo as escadas. — Não me dê as costas, mocinho. — Mesmo com essa ''advertência'' ele ainda continuou subindo as escadas sem dar a mínima importância ao que o pai falava.
Michel levantou-se para ri atrás do filho, Stefany e Margareth tentaram impedir, mas não conseguiram.
— Abra essa porta. — Michel pediu ao ver que estava fechada.
— Eu não quero falar com ninguém. — Mikael respondeu emburrado. Retirou os sapatos e deitou-se na cama, apoiando sua cabeça em suas mãos.
— Você está agindo como um garotinho mimado de cinco anos. — Michel estava impaciente.
— Você está agindo como um pai psicótico, sabia que isso pode ser prejudicial? Cuidado para não ficar psicótico demais. — Fechou os olhos.
— Eu vou dar somente mais um dia, mais um dia para você decidir, caso não queria ir comigo por bem, serei obrigado a levar-lhe por mal. — Disse isso e voltou para junto de sua esposa e sua irmã.
Sentindo-se casando de mais, foi tomar um bom e demorado banho, assim conseguiria relaxar e estar preparado para o último dia de trabalho da semana. No final de semana não seriam precisos os seus serviços, a menos que surgisse algo de ultima hora. Voltou a deitar-se e olhar para o teto, aos os poucos foi fechando os olhos e caindo em um sono profundo.
Espero que tenham gostado dos capítulos.
Ainda continuamos entre as #100 histórias do Ranking, muito obrigado por isso <3
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Quase Fera
القصة القصيرةTalvez uma história que nunca foi contada, talvez algo lhe faça lembrar o que realmente se passa. Uma jovem garota, amargurada pelos traumas de seu passado. Tristezas e choros fizeram com que a jovem Sofy vivesse amargurada desde a sua adolescência...