Capítulo 11 - A ajuda dos chenevolus

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A ajuda dos chenevolus

Quatro voluntários tentavam conter a convulsão de Dathí, que se debatia e revirava os olhos deitado sobre a cama do quarto reservado a ele. Um enfermeiro e uma energizadora haviam sido chamados e entraram juntos no cômodo espaçoso, mas com poucos móveis, onde a cor branca predominava. Ao se aproximarem do paciente, os outros se afastaram o quanto foi possível sem ter que soltarem Dathí, que se retorcia continuamente. Seu rosto estava contraído e era fácil perceber que ele tentava em vão pronunciar algo.

- Há quanto tempo ele está assim? – A energizadora perguntou enquanto examinava o conjunto de luzes acima da cama.

- Começou há menos de dez minutos. – Um dos voluntários respondeu. – Eu entrei para fazer a ronda e estava tudo bem. Abri a janela, mas deixei as cortinas fechadas, dei mais uma olhada nele e percebi que estava suando, achei isso incomum.

- Com certeza. – A energizadora fez sinal para que o enfermeiro a ajudasse com os pendentes de luz que desciam do teto.

- Afastei-me com a intenção de sair e pedir ajuda. – O voluntário continuou. – Então, ao chegar à porta, escutei um barulho e quando me virei, vi que ele tinha derrubado a jarra de água ao lado da cama e estava em convulsão.

- Conseguiu entender alguma coisa do que ele está dizendo?

- Infelizmente, não. – O rapaz lamentou.

- Ele ficou sozinho em algum momento? – A energizadora observou que o local destinado à colocação da microlâmina contendo o prontuário de Dathí estava vazia.

- Não. Eu acionei o alarme daqui do quarto e permaneci ao lado dele. Em menos de três minutos chegou a equipe voluntária. Vocês chegaram uns cinco minutos depois.

- Onde está o prontuário dele?

- Não sei. – O voluntário olhou os colegas e todos negaram com a cabeça, sinalizando que desconheciam a informação também. – Ele veio para cá sem o prontuário.

- Tudo bem, vamos ver o que está causando a convulsão.

Descendo do teto havia um emaranhado de cordões conhecidos como pendentes de luz; eles transferiam a frequência das cores visíveis e invisíveis para o paciente, ajudando-o em seu tratamento. A energizadora separou alguns pendentes e começou a conectá-los em Dathí, torcendo-os de forma a atingirem a cor desejada por ela. Em poucos minutos, a convulsão havia cessado e os voluntários puderam soltá-lo, abrindo espaço para que a energizadora conseguisse se aproximar mais. Ela pediu ao enfermeiro que inclinasse a cama de Dathí em um ângulo de 30º, em seguida, pegou mais um emaranhado de pendentes colocando-os todos em um tom violeta e os fixando um a um por toda a cabeça dele, incluindo nuca, face e têmporas. O enfermeiro a ajudava na separação e colocação dos pendentes, conforme era orientado e quando terminaram, a energizadora pegou duas pequenas pinças e as utilizou bem no topo da cabeça de Dathí. Ela parecia desembaraçar seus cabelos, porém não os tocava e entre uma careta e outra, ela deixou escapar uma interjeição positiva, mas logo seguida de um "isso não é nada bom".

- Como ele está?

A voz grave chamou a atenção dos presentes e todos se viraram ao mesmo tempo para ver quem era. Nicola Viktor estava de pé, com uma postura imponente, mas visivelmente cansado, em consequência da energia que emanara ao lado de seus companheiros para criar a tempestade em Wicnion.

- Alguém lá embaixo está pensando nele com muita intensidade e dor. – A energizadora respondeu voltando a atenção para o que estava fazendo. – De nada adiantará eu organizar seus pensamentos se esta conexão não for cortada por um ergonius.

O Portal de Anaya - Livro 3 - A evoluçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora