63 - Nossa

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    Bati de frente com alguém

- Mano, desculpa, foi mal – olhei pra pessoa e era o Júlio. Sabia! era uma armadilha desde o começo! Mano, falei igual ao Ninja kkkkk

- Que nada. Você sumiu – ele me olhava, os olhos negros brilhando

- É né, sumi sim. Continuo morando na mesma casa, andando pelos mesmos lugares, falando com as mesmas pessoas, as mesmas redes sociais... sumi mesmo – ele riu

- Vamo andar um pouco?

- E seus amigos? Cadê?

- O Igão levou eles pro hotel, ficou só eu – olhei pra porta da loja e a Marcela já ia longe. Acabei aceitando, não vi nada demais em andar um pouco. Fomos em algumas lojas, todas sem graça, entrei em uma e vi um vestido maravilhoso, perguntei o preço e a moça me disse que era 110 reais, amei mas acabei decidindo não comprar, quando saí da loja, o Júlio disse que havia esquecido algo na loja, ele entrou novamente e minutos depois voltou com uma sacola na mão, andamos em silêncio, quando voltamos a praça de alimentação, o pessoal havia ido embora! Fui no Bobs e comprei alguns hambúrgueres pra levar pra casa, juntamente com milk-shakes. Peguei um de avelã e comecei a tomar e o Júlio comprou um do mesmo sabor que eu

- Todo mundo foi embora, vou matar eles – disse saindo da praça de alimentação

- Posso te levar pra casa se quiser, tô com um carro alugado – minha casa era um pouco longe pra ir caminhando, aceitei a carona dele. Fomos todo o caminho em silêncio, eu só conseguia pensar que a exatamente 5 meses atrás, eu e o Júlio não nos desgrudávamos por nada, e hoje a gente mal se fala

- Ainda tá? – perguntou ele quebrando o silêncio

- Ainda tá o que?

- Enterrado nosso amor – ele parou em um sinal vermelho e me olhou

- Quem sabe – respondi vagamente e ele sorriu

- Você sabe

- Eu sei o quê?

- Você disse quem sabe e eu respondi que você sabe – olhei pra ele e sorri, o sinal abriu e fomos, ele ligou o som e tava tocando Oriente – Vagabundo é foda, começamos a cantar juntos

É Oriente dotô

Tranquem suas janelas

Segurem suas donzelas

Que os magrin é o terror

A festa só começou

Vagabundo reinou

De cidade em cidade

Passamos levando amor

E eu que nem sempre calmo

Mas nunca preocupado

Vou fazendo o meu trabalho

Pra isso que Deus me mandou

Estacionamos na frente da mansão dos meus pais

- Porra, isso que eu chamo de casa dos sonhos, ou mansão, sei lá – eu ri

- Quer entrar?

- Seus pais tão aí?

- Não, tão trabalhando, mas por que?

- Seus pais devem me odiar, por isso que eu perguntei. Beleza, eu entro – entramos e ele trouxe a sacola com ele. Coloquei os milk-shakes na geladeira e guardei os hambúrgueres, a Harley não estava em casa, ela deve ter ido com a galera pra algum lugar, o Júlio colocou a sacola na minha frente

- Pega, é seu, eu não vou usar isso – abri e havia o vestido que eu havia gostado. Fiquei boquiaberta

- Mano, pra quê cê gastando dinheiro comigo? – ele me olhou e colocou as mãos no bolso da calça

- Eu ia comprar um buquê mas vi que você havia amado o vestido. Faltou o sapato mas eu não sou bom pra escolher porra de salto. Tênis é comigo mesmo, salto não – eu ri e o abracei

- Obrigado – ele me olhou e me beijou, um beijo lento, fomos interrompidos pelo meu celular tocando, peguei e era a Harley

*Ligação On*

Vilu: Oi Harley

Harley: Vilu, tô na casa da Marcela, vou ficar aqui e daqui nóis vai pro carnaval beleza?

Vilu: Certo, onde te encontro?

Harley: No camarote do Léo Santana

Vilu: Logo no do Léo Santana? Tá bom, beijinhos

*Ligação Off*

Destino Ou AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora