41 - Sumiço

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{Vilu Narrando}

    O Júlio saiu, disse que iria pegar uma bebida. Ele então começou a demorar e eu achei bem normal, ele poderia ter ido no banheiro. Passaram-se vários minutos e nada do Júlio, então deu a hora de ir embora e nada do Júlio

- Vilu, cadê o Júlio? – me perguntou o Cauê

- Não sei, faz um tempão que ele saiu atrás de uma bebida e não voltou – eu estava começando a ficar preocupada

- Cara, será que ele encheu a cara e dormiu por aí? – questionou o Muca

- Não sei, quem sabe – começamos a procurar o Júlio, ligamos e chamava mas ninguém atendia, o Erik então falou com alguns guardas mas nada do Júlio, ele tinha simplesmente sumido!

- O Júlio não sairia assim sem a gente – falei

- E a Disney é muito grande pra procurar – disse o Cauê

- E ele é tonto mas não tanto pra andar sem a gente, principalmente sem saber nada daqui – o Muca tinha razão. Minutos depois meu celular vibrou, era o Júlio

- Espera gente, ele tá ligando

- Que viado! Pergunta onde ele tá – disse o Lucas. Atendi

- Oi Júlio onde cê tá? – mas me surpreendi com a voz do outro lado da linha

- Oi Aurora, eu disse que iria descontar – meu mundo desabou. Era o Diego

- O que você quer com o Júlio? – perguntei nervosa e todos me olharam espantados

- Eu te disse, eu iria descontar nas pessoas que você mais ama, começando pelo lindo aqui – se fosse em outra ocasião eu teria dado muita risada com o “lindo”, mas nesse momento, eu só queria chorar

- Por favor, me diz que você não fez nada com ele – comecei a chorar e o Muca cochichou “o que foi?” mas não respondi

- Own, ela tá chorando por causa do namoradinho! Você deveria ter pensado nisso... QUANDO SEUS PAIS DECIDIRAM DAR QUEIXA! AGORA, TODOS VÃO PAGAR, COMEÇANDO POR ELE! Não fiz nada ainda, só dei umas porradas nele, não vou matar ele agora, quem sabe amanhã, beijos linda – e ele desligou e continuei chorando

- Vilu, pelo amor de Deus, o que houve fala logo! – o Muca perguntou e abracei o Cauê

- Calma, o que houve?

- Sequestraram o Júlio e vão matar ele! – falei

- Como é? – perguntou o Lucas espantado. Contei tudo a eles e eles estavam indignados

- A culpa é minha – o Cauê me apertou

- Nada disso, você e seus pais fizeram a coisa certa – ele disse

- E esse tal de Diego também tá fazendo a coisa certa – disse o Erik

- Como é? – ele só podia estar maluco

- Escuta Aurora, a melhor coisa que ele pôde inventar foi se vingar de você aqui nos EUA, se fosse no Brasil e ele fosse pego, ele pagaria fiança e estaria solto, aqui na Flórida não é assim. Vem, vamos pra casa, tive uma ideia – fomos pra casa, fui sentada com o Muca, chegando em casa, o Erik me pediu o meu notebook, entreguei a ele e ele entrou em um site e colocou o número do Júlio, minutos depois, apareceu uma mapa com uma setinha

- Esse tal Diego não é tão inteligente, já que deixou o GPS do celular do Júlio ligado – ele enviou o mapa para a impressora e discou um número e falou em inglês, minutos depois bateram na porta

- Police! Open the door! – gritaram e eu entendi. Me levantei e abri a porta

- Enter please – falei e eles entenderam. Também sei falar inglês. Bom, só um pouco. Os policiais entraram e começaram a conversar com o Erik, ele entregou o mapa e os policiais saíram

- Vamos gente – entramos no nosso carro e fomos seguindo a viatura, eles pararam na frente de um hotel antigo, onde parecia ser a periferia de Orlando, os policiais desceram e arrombaram a porta. Pediram para que ficássemos no carro e obedecemos, minutos depois ouvimos um disparo, meu coração então acelerou e eu quase morri de preocupação. Apertei a mão do Muca

- Calma Aurora, vai ficar tudo bem – minutos depois, desceram dois policiais com um corpo enrolado no que parecia ser o lençol da cama, logo após o restante desceu com um rapaz, imediatamente reconheci o boné laranja virado pra trás. Saltei do carro e corri em direção aquele magrelo que tinha o meu coração

- Júlio! – abracei forte ele – você tá bem, graças a Deus!

- Tô sim, bom, tô meio grogue e se demorasse mais um minuto eu estaria morto – ele me abraçou e beijou meu cabelo e olhei pra ele. Ele tinha alguns machucados no rosto e um corte que pegava do lábio superior até abaixo do lábio inferior. Coloquei meu polegar de leve no lugar

- Eu vou matar ele – falei

- Não se preocupe com isso, a polícia já matou. Bom, era o Diego ou eu – olhei assustada para o Júlio, então fomos de mãos dadas até o carro

- Manoooo cê tá beeeeeem! – o Lucas se enroscou na cintura do Júlio e fingiu que tava chorando

- Manooo me larga porra! – começamos a rir

- Tá bem Júlio? – perguntou o Erik

- Quero cachaça! – começamos a rir

- Ele tá ótimo – disse o Muca. Fomos pro carro e paramos em um restaurante. Comemos bastante, esquecemos até mesmo do incidente, enchemos a cara, menos o Erik claro. Tava todo mundo bêbado e já eram 23:22. Decidimos ir pra casa, cada um foi pros seus quartos e caiu mortos em suas camas. Antes de adormecer, olhei pro corte onde provavelmente ficaria cicatriz. Dei um beijo nele

- Pensei que eu iria ficar viúva antes do tempo – falei

- Viúva? – ele tava acordado? Milagre

- Sim – beijei a bochecha dele e deitei no peito dele

- Se preocupe não. Já viu vaso ruim quebrar fácil? – rimos e adormecemos

Destino Ou AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora