17 - Desespero

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{Júlio Narrando}

Joguei minhas coisas dentro do carro, frustrado e em meio às lágrimas. Eu a perdi. Definitivamente eu a perdi. Dirigi feito louco e parei na frente da minha casa. Parece que eu trouxe a Aurora aqui séculos atrás e não hoje. Tirei a chave de um dos bolsos da mochila e abri a porta, fui até meu quarto e a primeira coisa que vi foi a nossa foto, peguei a primeira coisa que estava por perto, um copo de vidro, e joguei com raiva na parede, ele se quebrou em mil pedacinhos, eu tinha esquecido completamente da minha mãe, ela entrou desesperada no quarto

- O que foi isso! Filho? - ela me olhou espantada e ao ver o meu estado, me abraçou, eu não conseguia mais segurar nem mesmo por mais um minuto as lágrimas, chorei enquanto ela me abraçava

- A gente terminou mãe - falei em meio aos soluços

- Calma filho, se acalma. Vai lá pra sala que eu vou limpar esse vidro pra você não se cortar - desci e quando sentei no sofá, senti algo no meu bolso, quando peguei, era o cachorrinho de pelúcia que ela havia me dado. E eu continuei chorando, eu nunca tinha chorado assim por uma garota, a última vez que eu fiquei nesse estado foi quando minha mãe foi fazer uma cirurgia e eu fiquei com medo que ela morresse. Minutos depois minha mãe voltou e se sentou ao meu lado no sofá. Ela então segurou minha mão

- Júlio, você está tremendo! - eu não havia notado o quanto eu tremia, ela colocou a mão no meu peito

- Júlio, se acalma, você vai acabar passando mal! - eu já estava respirando com dificuldade, ela foi na cozinha e trouxe um copo de água com açúcar. Ela me entregou o copo

- Bebe. Você tá precisando se acalmar, senão você vai acabar passando mal - bebi e entreguei o copo a ela, que colocou na mesinha ao nosso lado. Ela me olhou, com uma mão ela segurou a minha e passava seu polegar nas costas da minha mão e com a outra ela limpava minhas lágrimas

- Mãe, ela terminou comigo - tentei me segurar. Se acalma Júlio, lembrei a mim mesmo

- Mas por que filho? - contei o que havia acontecido a minha mãe

- E ela não me deixou explicar - eu tentava em vão segurar as lágrimas que insistiam em cair

- E eu entendo ela Júlio. Ela acha que você vai mentir pra ela, e em um momento desses, o normal seria ela não ouvir você. Deixa a poeira abaixar um pouco

- A senhora tem razão - me levantei e ela me abraçou

- Tenta descansar filho. E não se desespera. Eu sei que nesse momento é meio difícil não fazer isso - ela sorriu - mas eu não quero que você tenha um enfarte

- Certo mãe - fui para o meu quarto e me deitei, acabei pegando no sono imediatamente

Destino Ou AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora