Destino Ou Acaso

86 - Espera...

{Júlio Narrando}

    Eu fiquei na recepção esperando, depois de uns minutos o médico veio falar comigo

- Oi, olha a Aurora tá perdendo líquido, e se acabar os bebês morrem, vamos ter que fazer uma cesariana de emergência

- Mas... eles não correm risco na cesariana não né doutor? – falei com o coração na mão

- Não posso te garantir nada, irei dar o meu melhor

O doutor foi para a sala de cirurgia onde estava a minha amada, peguei meu celular e liguei pra Kamille e a Harley, que tomaram um susto e disse que estava vindo, logo elas chegaram acompanhadas do Igão, o tempo passava e nada de notícias da minha mulher e dos meus filhos, eu não podia fazer nada, então me sentei e comecei a orar pedindo pra Deus proteger eles.

    Duas horas se passaram e eu já estava muito nervoso, de repente o médico vem dizendo que o parto acabou e que estão todos bem.

- Posso ver eles? – falei nervoso

- Não, agora não, a sua noiva perdeu sangue e está muito cansada, precisa ficar descansando um pouco e os bebês como nasceram antes do tempo, por mais que estejam fortinhos eles precisam ficar um dia ou dois na incubadora.

- Tá bom – falei sem ânimo

- Não se preocupe, quando os bebês e a mãe puderem receber visitas, você será o primeiro a vê-los – concordei com a cabeça e ele saiu, a Harley disse que era para eu ir pra casa que elas ficavam mas eu recusei, só precisava tomar banho mas já voltava, ela concordou e eu fui para casa tomar meu banho, cheguei em casa e fui direto para o banheiro. No banho veio uma lembrança

[Flashback on]

- Quando o Edu tiver com 9 anos eu vou levar ele pra encher a cara

- Para Júlio! Você não vai transformar nosso filho num cachaceiro – a Aurora ria

- Beleza, então eu vou gravar vídeos com ele e sair com ele pra arrumar uma namorada que seja linda e louca como a mãe – eu sorri

- E enquanto isso eu vou levar a Duda para ver os menininhos no parque – ela sorria

- Nem pensar, ela só vai ter uns paquerinhas com 19 anos e olhe lá!

- E porque o Edu vai poder com 9? Direitos iguais meu gostoso, século XXI amor

- Posso pensar no seu caso e abaixar para 17, mas enquanto isso a minha paquerinha bem que podia me dar uns beijinhos – fiz bico e ela começou a me beijar

[Flashback off]

Voltei para o hospital e os meus amigos foram para casa. Dois dias se passaram e ainda não me deixaram ver nem meus filhos nem a minha chata e eu já estava pensando no pior, até que o doutor veio e me disse que os bebês estavam no quarto junto com a mãe e que eu já podia vê-los, a alegria tomou conta de mim, ao entrar no quarto vi a Vilu deitada com um dos bebês no colo e o outro dormindo no bercinho.

- Nossos bebês são lindos – falou com sorriso de orelha a orelha

- São sim – sorri e dei um selinho nela. Eduardo era o que estava no colo dela. Eles eram idênticos. Me sentei em uma poltrona perto da Aurora e ela colocou o Edu nos meus braços. Ele era lindo, os cabelos pretos assim como os meus

- Graças à Deus que eles nasceram com os cabelos iguais ao seu e não ao meu – ela riu

- Para, seu cabelo é muito lindo – falei passando de leve as pontas dos meus dedos na bochecha do Edu. Eu estava fascinado, eu ainda tinha medo de ser um pai terrível. Eduardo abriu os olhos e sorriu e terminei de me apaixonar. Os olhos dele eram azuis como o céu

- Mano, que olhos lindos – falei rindo e uma lágrima desceu pelo meu rosto. Ele esticava os bracinhos e tentava pegar no meu rosto e eu ria

- Espero que continuem azuis porque os meus eram dessa cor e ficaram verdes – a Vilu me olhou e sorriu e eu era o rapaz mais feliz da face da terra

- Amor – ela me olhou

- Diga canalha – eu ri

- Eu te amo tanto – ela acariciou meu rosto e me deu um beijo rápido

- Imagine o tanto que eu te amo. Imaginou? Então saiba que imaginou errado, porque meu amor por você não tem medidas – ela segurou meu rosto e me beijou, um beijo cheio de paixão que eu sentia muita falta. E naquele momento, eu vi que nada mais importava. Se eu estivesse com ela e com meus canalhinhas, tudo seria... perfeito.