-Acho melhor a gente descer. - Eu falei depois de um momento de clareza. Ray me olhou meio indeciso. Talvez entendendo o que eu quis dizer mas, de certa forma discordando.
-Pra que? - falou e chegou mais perto olhando para minha boca. Eu respirei fundo tentando não me perder.
Estamos no quarto dele. Um cômodo amplo e limpo, com moveis rústicos. Completamente diferente do resto da casa, que dava uma sensação de grandeza e luxo, o quarto de Ray - apesar de ainda luxuoso - era aconchegante. Eu tinha acompanhado Ray até ali ciente do que tudo significava. Mas por um momento de sobriedade, lembrei que não sei absolutamente nada sobre ele. Ou sobre esse lugar.
-Ray... - afastei ele com as mãos. De pé, de frente pra cama King Size- não podia ser menos né...-Ray estava deixando o calor do momento nos levar e eu lutava pra não entrar na dele. - Você sabe que eu quero... - continuei me sentindo exposta por dizer isso em voz alta. Minha voz soava tremula e baixa. Ray me beijou e mordeu meu lábio inferior, me dando mais uma onda de calor. Eu sentia casa vez mais uma ligação crescendo entre a gente.
-"Mas eu não posso" - Ray disse zombando. Por um segundo eu senti raiva, mas apenas sorri, pois ele estava certo. - Já ouvi isso outras vezes... mas..- ele ficou em silêncio.
-Maaas? - eu perguntei meio preocupada com quantas vezes ele realmente pode ter ouvido isso. Ele sorriu meio tímido, e pela primeira vez, foi ele quem abaixou o olhar. Mesmo assim continuou em silencio. - O que foi? - eu estava confusa e nervosa, e frases interminadas não ajudam muito.
-Ah... Eu tenho meus direitos. Quero permanecer em silencio. Só faço o que tenho vontade. Inclusive sexo.- ele disse voltando a olhar pra mim e me puxando pra mais perto. Ele passou as mãos com dedos longos pelas minhas pernas, pele com pele.
-E.. por acaso... você está disposto hoje? - Eu perguntei ainda bem baixo.
-Agora.
Ray desceu as mãos pela minha bunda e agarrou cada lado. Dessa vez foi o melhor beijo. Meu cabelo se enrolando entre nós e ele puxando-o para trás a fim de explorar melhor minha boca. Eu perdi todo o folego e mal pude recuperar enquanto estava perto dele. Ele não é o primeiro cara que beijo depois de ter acordado. Longe disso. Eu sempre soube aproveitar oportunidades. Mas definitivamente, nunca fiquei com alguém que despertasse tantas sensações ao mesmo tempo sobre mim. Como se houvesse uma coisa inexplicável entre nós, que precisa ser explorada.
Mas do que eu estou falando?
Ray se afastou de novo, mas eu o puxei de volta. Apenas o beijei intensamente. Línguas se cruzavam, e Ray estava entrando em meu domínio, seguindo o que eu fazia. Minha pele se arrepiou com as mãos dele subindo sob meu vestido. A mente continua vazia. Nada além de Ray passa na minha cabeça. Me deitei na cama, e ele veio por cima sem cerimonia. Desabotoei a camisa dele ainda sentindo o formigamento do toque dos lábios quentes por todo meu corpo. Quando ele a tirou, eu parei um tempo para observa-lo acima de mim, com apenas a luz que vinha da janela atras da cama, batendo no corpo branco dele e fazendo os olhos verdes refletirem. O rosto quadrado e masculino sendo o foco da minha atenção. O nariz fino e pontiagudo seguido pela boca rosa e carnuda. Eu não poderia imaginar no começo dessa semana, que no fim, estaria em uma situação dessas, com um homem desses entre minhas pernas, aguardando minha permissão pra continuar.
Antes que Ray pudesse voltar pra cima de mim, o empurrei, que caiu pro lado na cama, e simplesmente montei nele. Cada perna para um lado, eu estava bem posicionada, se nossas roupas não existissem. Ray não pode deixar de soltar um gemido quando me mexi rebolando sobre o pau dele. Me senti intensa. Procurando prazer.
Ray esticou o braço pelas minhas cotas e puxou o ziper do vestido enquanto eu já o puxei todo por cima. Ele levou as mãos pelos meus seios de novo tirando a renda preta do lugar. Eu deitei sobre ele e gemi com a língua quente no meu pescoço. Ele desabotoou meu sutiã e o jogou pra longe mas eu ainda permaneci deitada sobre ele. Levantei só depois de mais algum tempo suspirando de nervosismo e tesão misturados. Não sei o que predomina.
-Você é muito gostosa. - Ray falou com a voz sexy enquanto avaliava meu corpo. Ele encarou um bom tempo meus seios. Eu mesma nunca parei pra pensar em que padrão meu corpo está. Mas ele disse que gosta, eu também devia. Ray jogou todo meu cabelo pra trás de novo e aproximou o rosto passando a boca sobre meus mamilos, me torturando bem devagar. Eu não pensava. Apenas sentia. Perdi o controle das minhas ações em um segundo e o empurrei pra longe de mim. Desci acariciando e beijando seu corpo até o relevo na calça. Então continuei o trabalho de beijar um caminho em direção ao orgasmo de Ray. Desabotoei a calça e começar a tirar a calça, deixando apenas a cueca. Acariciei e senti seu corpo vibrar ao meu toque e soltei todo meu calor sobre ele. Ainda queria tortura-lo antes de fazer ele gozar. Mas queria muito ver ele com tesão. Olhei na direção dos seus olhos e Ray pulou pra longe de mim.
-Mas que porra...- Ray empurrou meu corpo e eu sai de cima dele e senti na cama, enquanto ele caia pro lado da cama, fazendo um barulho no chão. Quando se pôs de pé, andou de costas até a parede, vestindo a própria calça de volta, tentando falar, mas só conseguia gaguejar. Eu fiquei rígida e puxei o meu vestido de volta pra mim tentando entender o que estava acontecendo.
-Eu não... - eu me sentia estranha. Lembrava perfeitamente de tudo, mas não sabia porque estava agindo assim.
-Seus olhos... - Ray chegou perto, um pouco mais calmo. - Estavam estranhos...
-Estranhos? - eu perguntei confusa ainda abraçando meu corpo tentando me esconder. - Como?
-Pretos. Mas também dourados.- eu o encarei seria, vendo na sua expressão se algo naquilo era algum tipo de piada. Mas ele estava nervoso de verdade, como eu nunca vi. Ray se sentou de frente pra mim, claramente tentando não olhar pro meu corpo. Virei e achei meu sutiã no chão. O coloquei de volta. - eu estou falando sério. Você tem alguma ligação com as cortes? Que eu saiba isso é um tipo de sinal não é?
-Ray... - Eu agora estava de pé. - Será que podemos voltar pra festa? - eu falei sentindo uma pontada de dor no estômago por não saber o que está acontecendo. Ele não quer fica comigo. - Você não precisa inventar essas coisas pra mim.
-O que? Você acha que eu to mentindo? Tá brincando comigo? - ele levantou e andou até mim do outro lado da cama. Ainda estava sem camisa e eu desci os olhos pelo seu abdômen não podendo evitar o calor voltar um pouco. Não o suficiente. - eu quero muito você. - ele lambeu os lábios. - Mas isso é uma coisa importante. E se você for da corte e não se lembrar? Faz mais sentido você não ter memória por algo assim. -Eu avaliei a possibilidade de isso ser verdade, mas parece algo muito distante.
- Isso é impossível Ray. Eu não sou da corte. Iukk me contaria. - falei a ultima frase baixo, mais pra mim que pra ele.
-Tem certeza? Ele é da corte não é? Te contaria mesmo?
Eu não respondi. Andei até a porta abri e sai. Ray me alcançou antes de eu chegar na escada e me puxou em um abraço. - Desculpa. Não quero te forçar a pensar nisso.
-Tarde de mais. - eu disse abrindo um sorriso amarelo. Descemos as escadas e voltei a ouvir a musica alta e perturbadora. Vi Layla e Nathasha levantando os braços pra me chamar logo que apareci no topo da escada. Todo mundo olhando pra gente.
-Ainda vamos ter muito tempo... - Ray disse soltando minha mão pra que eu pudesse ir até elas. Eu assenti e fui andando devagar, torcendo pra que elas não tenham sentido tanto minha falta.
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Sunshine
Adventure"O que você faria se acordasse em um lugar que não tem ideia de onde é? E se você só se lembrasse do seu nome? Isso foi o que aconteceu comigo. Acordei um dia e nada tinha lugar. Eu não sabia quanto tempo fiquei apagada, mas me disseram ser anos. E...