#15- Ladeira abaixo

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Às vezes estar em minha cabeça, em minha posição é algo totalmente desesperador, principalmente depois que deixei que Frida entrasse em meu coração. Acho que ali, me permiti também tentar ver muitas coisas por lados diferentes do prisma, não para mudar minha conduta, que não precisa em absoluto ser alterada, mas para fazer com que as consequências de minhas atitudes, fossem o menos prejudicial possível para ela. Era um cuidado enorme a ser tomado a cada momento apenas para preservá-la, mas de alguma forma um tanto maluca de minha parte, me permiti aproximar das amigas dela, era apenas mais duas pessoas, mas eram também dois novos obstáculos a serem vencidos a cada vez que eu precisava escapar para o chalé. Embora eu tivesse certeza que elas não desconfiavam de nada, e como poderiam? Eu nunca deixava pontas soltas, até mesmo a história de Bianca, foi bem trabalhada, e ninguém desconfiou de nada, só precisei conseguir com o diretor do instituto que ele aceitasse a garota como interna do lugar. E por último, mas não menos importante, a ligação mais intensa, e completa capaz na vida, o meu filho que crescia dentro de Frida, o qual eu a cada dia amava mais, e também tinha muito receio de como seria quando definitivamente tivesse que cuidar dele, pois isso mudaria completamente a dinâmica de nossa casa, de nossas vidas. Não queria que ele me considerasse um pai tão decepcionante, como Ludovic considerou seu pai, mediante as coisas que ele fazia em seu tempo livre.

Muitas vezes eu desejava que os meses pudessem caminhar muito devagar, mas quando me dei conta Frida estava completando seis meses de gestação, e estávamos na etapa final da escolha para o nome do bebê, após dois longos meses discutindo entre várias opções. Nessa época estávamos divididos entre Klaus, e Enrico, eu achava que qualquer um dos dois caberia perfeitamente ao nosso pequeno príncipe, mas Frida estava mais cautelosa, desejando escolher o nome perfeito. De toda forma teríamos ainda três meses para decidir entre as duas opções, e eu estava certo que no fim ela saberia qual era o melhor.

Aquele seria o último mês de Frida na universidade, era novembro, e ela não retornaria no ano seguinte para terminar o curso, iria fazer isso após o bebê está maior, embora eu sentisse em seu discurso, que ela não seria capaz de abrir mão de estar com o filho. Eu confesso que não gostava da perspectiva dela deixar o bebê comigo, enquanto estudava, não por machismo, mas pelo simples fato de que eu não tinha qualquer experiência com crianças de qualquer idade. No entanto também já me doía o coração pensar que ele pudesse escolher levar nosso filho com ela para a capital. Sim eu estava dividido, e não sabia qual posicionamento tomar para aconselhá-la.  E enquanto isso a vida seguia, com os preparativos para que a chegada do pequeno príncipe de nosso lar.

Como de costume as terças feiras, eu escapulia para a capital, pegava uma nova garota, ou garoto dependendo, de quem tinha atendido o chamado, e de qual requisição eu tinha feito. E a vida ia seguindo tranquila desse modo. A primavera ia se graduando, e o clima estava quente durante as manhãs, e mais ameno na primeira metade da tarde, era o clima que eu mais gostava naquela época. Essa informação está bem viva em minha memória, porque ia pensando nisso, enquanto eu ia dirigindo a capital. Era a penúltima terça feira do mês, e eu lembro lembro também de ter pensado que após apenas mais uma, e eu teria que diminuir o ritmo, por causa da maior proximidade de Frida, mas talvez fosse um preço mais do que justo para tanta felicidade que isso iria me trazer. Naquele dia me encontrei no estacionamento de um mercado com uma mulher simples, beirando os trinta anos. Seus cabelos eram curtos, desbotados, e quase sem vida. Tudo indicava que se ela já tinha tido bons dias, com certeza foram uma eternidade antes, mas eu geralmente pouco me importava com a aparência daquelas mulheres, então apenas relevei, e a conduzi ao chalé. Ela não me parecia nada de especial, e eu não tinha preparado nada especial para ela, apenas o básico para me dar diversão, e liberar ela logo. Naquela terça feira nada de especial realmente se mostrou, e após enterrá-la eu retornei para minha casa.

Histórias do Chalé - Relatos de Um Sádico [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora