Salve Wattpaders, estão prontos para mais um mergulho na mente do Florenzinho?... Não esqueçam de votar e comentar em... Quero saber a opinião de vocês... Vamos deixar de enrolação, e partir pro capítulo...
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Não foram poucas as vezes que entre minha adolescência, e o início da fase adulta eu me questionei sobre minha necessidade de limpar o mundo dessas pessoas.
No verão de mil novecentos e setenta e nove, estando no auge de minha juventude, quase me deixei levar pelos falsos encantos de uma mulher, pela segunda vez, o seu nome era Helga. Uma garota esguia, descendente de alemães, que falava sobre comunismo, e direito das mulheres. Assuntos que não me interessava de modo algum, mas que saídos de sua boca, pareciam mais interessantes. Na verdade eu ficava impressionado como sendo apenas dois anos mais velha que eu, aos dezenove anos, ela tinha tantas opiniões e vivências que me faltavam.
Helga contrariando tudo que seus pais, e as pessoas daquela época acreditavam ser conveniente a uma moça de sua posição social, acreditava que seu corpo deveria refletir a liberdade que trazia na alma, e portanto deveria ser usado como instrumento de prazer e satisfação pessoal para si. Relembrando agora nunca conheci alguém que pudesse simbolizar liberdade mental, como Helga.
Quando nos conhecemos numa das muitas festas do clube de campo, do qual nossas famílias eram associadas, uma das primeiras coisas que ela me disse foi que meus olhos denunciavam que eu tinha segredos, e que ela iria descubrir. A segunda foi que tinha uma estrela tatuada em seu pescoço, logo abaixo dos cabelos que caiam sobre os ombros. Após dizer isso fez uma observação que fez gelar minha espinha: "Somos dois transgressores então...". Passei o restante da festa pensando o que isso significaria. Saberia ela meu mais oculto segredo? Ou apenas quis se referir ao supostos segredos que disse antes que meus olhos denunciavam. Eu teria de descobrir.
Meu pai insistia que eu deveria sair com pessoas de minha idade, e esquecer meu fascínio pelo passado de nossa família. Estava sempre a dizer que pouco de nossos antepassados era bom, e louvável, e que não deveria ser levado a frente. Mal sabia ele que o que me instigava, e empolgava era aquilo que ele considerava insano, e vergonhoso. Pois era nessas coisas que eu me encontrava, percebendo o legado que recebi desses homens e mulheres grandiosos, que foram incompreendidos pelo mundo, e rotulados de monstros insanos. Entretanto papai não entendia isso, e fazia de tudo para me afastar do lado da família que eu mais amava. Sempre me levando a essas festas sem sentido, convidando pessoas a nossa casa com pretexto de que eu pudesse conhecer pessoas interessantes. Era patético o modo como ele tentava fugir de tudo que levava ao lado interessante da família. Ao ponto de um ano antes acreditar que eu queria construir meu chalé para encontrar com mais privacidade as mulheres que conhecia nas noites em bares. Eu nunca soube ao certo o quanto papai sabia, do que acontecia naquele lugar.
Assim que meu pai viu a aproximação da Helga, eu sabia que ela iria se tornar sua nova arma para me tirar das noites no porão de casa lendo diários, e documentos antigos de família. Ou como ele chamava "Os livros dos loucos". Helga Strauss se tornou figura presente em todas ocasiões em nossa casa, mesmo que eu não entendesse porque ela se dava a esse inútil trabalho. Talvez tenha achado interessante o desafio de se aproximar do garoto estranho, do qual todos falavam besteiras pelas costas. Naquela época muitos sabiam das histórias dos membros de minha família que tinham supostamente nascido dotados de insanidade, e alguns apostavam que eu era o novo membro do clube dos insanos. Mas para aquela moça que para a sociedade era quase tão estranha quanto eu, isso não parecia importar. Assim como não havia qualquer problema para meu pai que a garota que ele jogava para cima de mim tivesse a fama de ser libertina, e dada a romances com homens em situação complicadas.
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Histórias do Chalé - Relatos de Um Sádico [Completa]
Gizem / GerilimComo um sádico Serial Killer se forma? Como Florêncio Bahn Linderberg se tornou o homem capaz de caçar, torturar, e matar tantas pessoas sem demonstrar qualquer remorso? Em História do Chalé, podemos companhar parte da adolescência, e fase adulta...