#23 - Carta Linderberg

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Último Capítulo!

Não existem palavras para expressar minha gratidão a vocês, por acompanharem mais esse livro que escrevi. De tantas formas vocês me incentivaram, e impulsionaram para que eu não desistisse da história, e hoje posso dedicar ela a vocês. Obrigado!

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#23 - Carta Linderberg

Tenho orgulho de minha inteligência, e esperteza, mas realmente me superei com a ideia de alugar o chalé. No começo comecei colocando anúncios em jornais de outros estados, oferecendo o chalé para temporadas, para pessoas que quisessem conhecer o melhor do interior de São Paulo, e não demorou a aparecer jovens em busca de aventura, e felizes em encontrar um lugar tão bom, por um preço muito barato. Eu não era tolo, nunca fui, então não era todos que alugavam o chalé que eu selecionava para matar. Quando vinham em um grupo grande, ou eram famílias, eu preferia deixar que passassem seus dias no lugar, pois esses eram grupos de enorme risco, pois outras pessoas iam procurar por eles, e muito possivelmente saberiam qual teria sido o destino que tomaram. Mas não faltavam jovens solitários, em busca de autoconhecimento, e casais neo-hippies para me dar diversão. Com o tempo passei a ter muita habilidade em selecionar aqueles que poderiam me dar trabalho, e aqueles que seriam perfeitos candidatos. E mesmo aqueles que estavam no grupo mais perigoso, serviam para algum propósito, pois enquanto se divertiam tranquilamente no piso superior, eu estava com alguma vítima no porão, que era proibido para aqueles que alugavam a casa. Caso acontecesse de alguém vir procurar por um parente desaparecido, então os atuais locatário serviam de álibi para mim, que a casa estava em perfeita ordem, e que as tais pessoas não estavam lá. Muito embora pudessem estar presas no porão, que tinham  um bom sistema contra som, e não deixava qualquer ruído escapar de lá.

Algum tempo depois, eu passei a utilizar a internet para anunciar meu chalé, e isso só me trouxe mais opções, e vantagens.

Puxando pela memória em todos os anos que se passaram, apenas três vezes alguém veio questionar o paradeiro das familiares, mas se tratava de um casal em fuga para viver o amor proibido, que tinha contado a prima da moça que iriam passar um tempo num chalé no interior de São Paulo, e mesmo assim os parentes não tinham certeza que se tratava do meu chalé. As outras duas vezes eram parentes de casais de jovens aventureiros, que estavam cruzando o continente em busca de adrenalina, e aventura, e logo a polícia descartou a possibilidade de eles estarem por ali. Em todas três vezes eu ofereci o chalé para hospedar os aflitos parentes, enquanto a polícia local investigava se havia algum vestígio de que tais pessoas desaparecidas passaram por lá. Em nenhum desses casos, nos anos que aluguei o Chalé Linderberg, houve qualquer suspeita séria sobre mim. O Quarto caso saiu bem diferente a história,  mas não quero falar sobre ele, pois já foi extensamente explorado pela mídia atual.

Hoje sou considerado um monstro pela opinião pública, pelo mesmo povo que busquei proteger das influências nefastas dessas pessoas que estragaram o mundo. Não posso culpar as pessoas comuns por não entenderem o sentido maior que minha missão tem. Tudo que posso fazer é lamentar por não ter chegado ao fim em minha missão, assim como tantos outros antes de mim conseguiram, e honraram nossa família. Sei que muitos dos que tiveram alguma ligação comigo, podem agora se sentir envergonhados, isso se dá porque eles não têm compreensão do verdadeiro sentido de tudo que fiz. Por isso resolvi escrever esse diário em formato de memórias, pois sei que em algum momento alguém irá estar pronto para continuar todo o trabalho que precisa ser feito, e que infelizmente essas grades me impedem de fazer.

Neste diário estão apenas os mais relevantes casos, aqueles que de alguma forma achei importante contar, falta-me tempo para descrever todos, e confesso que alguns  mal me recordo como aconteceram, mas acredito que desde o início de minha adolescência, até este dado momento, tenha sido algo em torno de trezentas libertações, e purificações que eu fiz, vocês podem chamar de assassinatos, eu realmente não me importo. Teria sido realmente interessante explicar cada um deles, e não agi bem em não os registrar no momento que iam acontecendo, mesmo em meus outros diários, os relatos são espaçados, e essa é outra falta que cometi contra meus antepassados que eram ótimos registrando seus feitos.

Histórias do Chalé - Relatos de Um Sádico [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora