#3- Ludovic Bahn

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Ludovic desde muito cedo despontou como uma das poucas ovelhas negras que nasceram em sua família. Na primeira infância foi tímido, e de difícil trato com os familiares, desde a tenra idade era perceptível que tinha sido feito de matéria diferente da maioria de sua família. Com o crescimento nada se modificou, para frustração de seu pai, que por toda a vida foi um homem expansivo, de fala livre, e que gostava de se autodenominar nas reuniões de família como o melhor fatiador de Boa Esperança. Muito embora a velha vila já na época estivesse vazia.

Quando a adolescência chegou Ludovic já mais sociável, e menos tímido, continuava a contrariar a família, ao buscar fazer amigos entre os jovens da cidade próxima a propriedade da família, e enfatizar seu repúdio aos costumes familiares, e a larga história de seus antepassados. Loucos, era assim que os chamava quando o pai tentava lhe imbuir os valores cultivados por gerações em sua família. Na cidade o jovem Ludovic era pessoa fácil, sempre rodeado dos filhos das famílias mais importantes, que aprenderá a identificar, e juntar ao redor de si. Não se importando com as advertências de que aquelas pessoas não eram companhia para alguém de sua estirpe.

O jovem renegou seu sobrenome, sempre se anunciando como Ludovic Bahn, embora todos na cidade soubessem perfeitamente de qual estirpe ele nascerá. Muitas vezes era curioso para as pessoas que alguém da família se mostrasse assim. Era certo que a família habitava aquelas terras desde a fundação, mas ninguém tinha contato com seus membros há tanto tempo que poucas pessoas vivas tinham tido o prazer de conhecer um, antes de Ludovic aparecer pela cidade, no auge de seus quatorze anos. 

Quer fosse pelo dinheiro que família seguramente tinha, ou pelo jeito carismático do garoto, logo ele era bem querido por muitos. Embora nunca se referisse a sua família.

Três meses depois de sua aniversário de dezenove anos, seu pai faleceu em decorrência de um infarto do miocárdio, e Ludovic herdou todas as terras, e riquezas que seus antepassados haviam conseguido juntar. Sua família agora se resumia a mãe já senil, uma tia avó que ele considerava a pessoa mais louca que conhecerá, e a prima Lorena, a única que Ludovic estimava, e por quem nutria sentimentos secretos para os outros . A moça sendo dois anos mais jovem que ele, nunca conheceu nada além dos limites da propriedade, e se encantava com os relatos apaixonados que o primo contava, sobre a cidade e seus amigos. Antes de completar quinze anos já era a mulher secreta do primo, alguém para quem ele podia falar de suas aventuras, enquanto treinava suas fantasias sexuais, sob a promessa que assim que ele se visse livre do jugo familiar representado pelo pai, ele iria se casar com ela, e iriam morar longe dali onde poderiam viver seu amor, e serem felizes. Lorena não tinha total certeza sobre a verdade nas palavras do primo, mas já o amava, e era bem verdade que na família por gerações primos haviam se casado para não se misturar. Embora a família nunca fora muito grande. Quando o tio faleceu a jovem tinha dezessete anos, e já não era uma garotinha, então apesar da tristeza pela perda, ficou feliz por agora poder viver seu amor sem ter de esconder da tia avó que a criou após a morte do pai. Na noite após o funeral, ela se encontrou com Ludovic, e deixou que ele usasse seu corpo como nunca antes, foi a amante mais entregue e voluptuosa que ele poderia ter, nada lhe negou, na tentativa de que ele tivesse um pouco de sua dor curada. Na manhã seguinte na mesa do café da manhã Ludovic anunciou que tomaria Lorena como esposa. Tanto sua mãe quanto a tia avó protestaram.

-É cedo para tomar tal decisão. Lorena apesar de linda e prendada é apenas uma menina, e seu pai acaba de morrer. - Disse a mãe.

- Disse bem, além de que esse seu filho é um degenerado. - a tia avó disse, e prosseguiu- No leito de morte prometi para o pai de Lorena que iria cuidar dela, nunca darei meu consentimento a esse casamento.

Histórias do Chalé - Relatos de Um Sádico [Completa]Onde histórias criam vida. Descubra agora